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Artigo do ministro Aldo Rebelo: As 'obras da Copa' são do povo

A operação pente fino que escrutina tudo que se relaciona à Copa de 2014 aplica um método extravagante e contraditório. Costuma noticiar como catástrofe do futuro os atrasos em obras de infraestrutura realizadas nas doze cidades-sedes do torneio. Passa-se a impressão de que, se não estiverem prontas para a Copa, perderão completamente a utilidade.

Os escrutinadores de algibeira não compreendem, porque não lhes interessa compreender, que essas benfeitorias urbanas não se limitam ao período dos jogos. Não são pinguelas nem puxadinhos de lona a serem desmontados depois da final no Maracanã. Como já dito, a Copa dura um mês e os benefícios permanecem de pé para uso da população.

A maioria das obras que servirão ao transporte público, por exemplo, como veículos leves sobre trilhos (VLT), corredores e vias expressas para ônibus (BRT) e estações, portos e aeroportos, eram necessárias à melhoria da infraestrutura das cidades. Já estavam ao menos previstas e foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, somando 70% do total do investimento na Copa. As arenas, belas e modernas, estas sim prescritas pelo torneio, ficam como um legado à paixão brasileira pelo futebol.

Os BRTs ou VLTs de Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, para tomar poucos exemplos, vão servir a milhões de usuários por muito tempo. A Transcarioca, via expressa de ônibus articulado integrada ao metrô, ligará o aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, à Barra da Tijuca, ao longo de 39 quilômetros, atendendo diretamente à população de 14 bairros do Rio de Janeiro. Será muito útil no burburinho dos Jogos Olímpicos de 2016.

Os investimentos do Governo Federal no Pacto da Mobilidade Urbana somam atualmente R$ 143 bilhões. Cobrem 3,5 mil quilômetros em obras de transporte coletivo que vão proporcionar aos brasileiros deslocamentos mais rápidos, baratos e confortáveis. Como a maioria não está associada à Copa, segue seu curso normal sem atrair a fiscalização derrotista cujo objetivo disfarçado é boicotar um grande evento que projeta o Brasil.

Vincular as obras de forma tão obsessiva ao Mundial da Fifa é construir um paradoxo sobre os escombros da realidade. Equivale a dizer que só a Copa é importante e não o duradouro conjunto de equipamentos urbanos que vai servir ao povo brasileiro.

Aldo Rebelo
Ministro do Esporte


Artigo publicado na edição de sábado (15.02) do Diário de S. Paulo

Artigo do ministro Aldo Rebelo: Ari Barroso e os acordes da paixão

Quando as seleções da Europa se classificavam para a Copa de 2014, virou moda nos estádios a charanga da torcida tocar Aquarela do Brasil. A música-hino de Ari Barroso foi festivamente associada à sede do torneio, mas não menciona o esporte, pois quando foi composta, em 1939, a Seleção canarinho ainda estava longe de bailar o futebol-arte que passou a deslumbrar o mundo a partir de 1958.

Ao lembrarmos neste 9 de fevereiro o cinquentenário da morte de Ari Barroso, a homenagem deve ir além da opulenta obra musical com que o mineiro de Ubá exaltou o Brasil. Ari fez parte da linhagem de artistas, sobretudo da Música e da Literatura, que não só celebraram a contribuição do futebol à identidade nacional do brasileiro como arderam de paixão pelo jogo tal e qual qualquer anônimo de arquibancada. Achavam, parodiando Dorival Caymmi, que quem não gosta de bola bom sujeito não é.

Se hoje muita gente que se considera bem-pensante desdenha o futebol, tratando-o em citação fora do lugar como “ópio do povo”, no passado o esporte era idolatrado como elemento lúdico por gênios da cepa de Pixinguinha, Lamartine Babo, Jackson do Pandeiro, nos acordes, e Paulo Mendes Campos, Vinicius de Morais, João Cabral de Paulo e José Lins do Rego, nas letras. Nenhum, no entanto, atingiu o clímax da passionalidade de Ari Barroso – no campo e na tribuna.

Conservador na política, não deixou de abraçar causas do povo, a começar do Flamengo, pelo qual ele torcia abertamente mesmo quando era locutor de rádio, a ponto de invadir o campo para reclamar do juiz. Como vereador da UDN no Rio, apoiou a campanha do jornalista Mário Filho pela construção do Maracanã, opondo-se ao boicote sempre antinacional de Carlos Lacerda, seu colega de partido. Nos anais da Câmara carioca lê-se a informação de que Ari, embora vivesse às turras com o Partido Comunista, empenhou-se pelo apoio da bancada ao “Maior do Mundo”, negociando com o prefeito Ângelo Mendes de Moraes a construção de cinco campos de futebol no subúrbio.

Como fundo musical da campanha compôs o samba O Brasil Há de Ganhar, mas ganhou o Uruguai, e a música ficou esquecida, porém foi atualizada pela vitórias a que ele assistiu em 1958 e 1962 – e bem pode ser cantada nos dias atuais: “Verde, amarelo, cor de anil / são as cores do Brasil / vencemos o mundo inteiro / maior no futebol é o brasileiro...”

Aldo Rebelo
Ministro do Esporte


Artigo publicado na edição de sábado (08.02) do Diário de S. Paulo

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