Artigo do ministro Aldo Rebelo: A bolsa que leva ao pódio

Última atualização em Quinta, 24 Abril 2014 22:46
Escrito por Paulo Roberto Rossi de Oliveira
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Atletas beneficiados pelas bolsas do Ministério do Esporte estão cada vez mais subindo aos pódios do mundo. Em seu décimo ano, as inscrições para a Bolsa-Atleta de 2014 foram abertas neste mês com a perspectiva de superarem os números de 2013, quando foram contemplados 6.657 esportistas com prêmios de R$ 370, nas categorias de base e estudantil, a R$ 3.100, nas faixas olímpica e paraolímpica. Os de melhor desempenho em torneios podem conquistar o topo da Bolsa-Pódio, com valores de até R$ 15.000.

Desde 2004 já foram investidos R$ 439,9 milhões no pagamento de 31 mil bolsas para modalidades disputadas em competições olímpicas, paraolímpicas, não olímpicas e pan-americanas. Em 2014 serão R$ 181 milhões. Mesmo atletas consagrados, ganhadores de medalhas de ouro e que têm patrocínio, podem se candidatar aos prêmios como um incentivo a mais em suas carreiras vitoriosas. Eles têm dado um retorno animador ao Brasil na forma de títulos e medalhas.

Maior do mundo nesse segmento, o programa de bolsas do Governo Federal tem metas de excelência esportiva, objetivando colocar o Brasil entre os dez primeiros colocados nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. Mas antes disso irradia o efeito social de corrigir a curva da desigualdade pela qual só os ricos ou os que conseguem patrocínio precoce podem desenvolver seu talento.

Em alguns esportes de massa, principalmente o futebol, há muito tempo já se estendeu o tapete da mobilidade social para adolescentes e jovens que chegam aos clubes e conseguem sair do ambiente vulnerável e carente de oportunidades, para trilharem uma trajetória de sucesso. Mas em esportes do circuito olímpico a barreira econômica represa a ascensão dos menos favorecidos.

Antigamente, bastava o talento para fazer um campeão, como o medalhista de ouro em 1952 no salto triplo Ademar Ferreira da Silva, filho de ferroviário e cozinheira, que começou a trabalhar ainda menino e a competir aos 18 anos. Na fase atual de campeonatos ultracompetitivos, em que uma medalha é decidida até por milímetros ou milésimos de segundo, a preparação começa na infância, exige dedicação e recursos. Treinar em equipe, com material e aparelhos adequados, é um desafio em modalidades de prática dispendiosa. No caso dos atletas paraolímpicos, a bolsa tem sido uma plataforma para seu excelente desempenho em torneios internacionais.

Aldo Rebelo
Ministro do Esporte


Artigo publicado na edição de sábado (19.04) do Diário de S. Paulo