Estaremos prontos
Há quem, por motivos diversos, que vão do interesse de que tudo dê certo ao desejo de que saia tudo errado, desconfie da Copa de 2014 no Brasil – exceto os torcedores. É do público, vale dizer, daqueles a quem se dirige a grande festa do futebol, que jorra a torrente de confiança em que o 20.º torneio da Fifa será um sucesso. Torcedores ouvidos por institutos de pesquisa, mesmo reconhecendo problemas inerentes à organização de um megaevento desse porte, o apoiam majoritariamente e vão lotar os estádios.
A procura extraordinária de ingressos atesta o crédito na organização do certame. Já na primeira fase foi batido o recorde de venda antecipada: nada menos que 6,2 milhões de pedidos para 1,1 milhão de entradas disponíveis. É a maior disputa de ingressos desde a primeira Copa, em 1930.
É sabido que o Brasil tem os melhores jogadores e a mais vitoriosa seleção do mundo, mas não tinha a infraestrutura indispensável aos jogos – tanto que tivemos de reformar, reconstruir ou erguer do zero uma dúzia de estádios à altura não apenas da competição mas também do nível de excelência que atingimos no esporte.
Desde então, reiteramos nossa capacidade de vencer desafios, a despeito da torcida contra daqueles que, como já observamos mais de uma vez, desdenham a importância da Copa, omitindo sua natureza de investimento social e geopolítico, porque são contra o governo. Como diria Nélson Rodrigues, boicotariam até a cura do câncer se fosse descoberta num centro de pesquisa governamental.
Todas as previsões cavilosas para a Copa das Confederações, realizada em junho de 2013, foram desmoralizadas pela presença maciça e entusiástica do público, funcionamento impecável dos estádios e, antecipando o que esperamos de uma Copa no Brasil, a vitória da Seleção em cima da Espanha campeã do mundo. Divisamos uma certeza no horizonte de 2014: estaremos prontos.
Aldo Rebelo
Ministro do Esporte
Artigo publicado na edição de sábado (11.01) do Diário de S. Paulo