Fora das ruas, perto dos esportes

Publicado em Sábado, 16 Março 2002 11:29

Convênio entre a união e o GDF vai beneficiar escolas com a construção de 30 quadras poliesportivas. João Pitella Júnior Trinta quadras poliesportivas vão ser construídas, até o fim deste semestre, em escolas públicas de ensino médio do Distrito Federal com mais de 500 alunos, preferencialmente nas cidades-satélites. Além disso, outros 79 centros de ensino, que atendem 88 mil alunos, vão receber um total de 1,6 mil bolas para a prática de modalidades esportivas como o futebol de campo, futebol de salão, vôlei e handebol. Este é o resultado do convênio firmado ontem, na residência oficial de Águas Claras, entre o governador Joaquim Roriz e o secretário nacional de Esportes, Lars Grael, como parte do programa Esporte na Escola do Ministério do Esporte e Turismo. O objetivo do projeto - que foi lançado em junho de 2001 e já beneficiou 36 milhões de estudantes no Brasil - é afastar os jovens carentes das ruas e da exposição às drogas. "É uma alegria muito grande assinar esse convênio", disse o governador Joaquim Roriz. "Estamos investindo no futuro das nossas crianças, pois trata-se de uma iniciativa de grande importância social", completou Roriz. As quadras vão custar, cada uma, cerca de R$ 30 mil (que serão divididos igualmente entre o Governo do Distrito Federal e a União). A lista das escolas incluídas ainda não foi divulgada pela Secretaria de Educação. "Mas a idéia é atender as áreas mais carentes que ainda não têm espaços para a prática de esportes", adiantou a gerente do programa, Adriana Uchôa. Segundo explicou ela, a prática de esportes vai acontecer no turno inverso ao das aulas dos alunos da rede pública. Quem estudar de manhã, por exemplo, ficará à tarde nas novas quadras, em atividades extra-curriculares. "Assim, estaremos trabalhando contra a violência. O esporte, além de afastar as crianças das drogas, ajuda a socializar os alunos, melhora o desempenho acadêmico e diminuiu a evasão escolar e a repetência", afirmou a secretária de Educação, Eurides Brito. As bolas que serão entregues às escolas foram feitas por internos dos presídios de todo o País, inclusive da Papuda, como parte de um projeto de ressocialização. Outra vantagem, segundo Adriana Uchôa, é que novos atletas poderão ser revelados. "Todo mundo se lembra do Joaquim Cruz, que era um menino pobre da Ceilândia e se tornou campeão olímpico dos 800 metros, em 1984", lembrou. "Quando percebemos que alguém tem um bom potencial, damos atenção ainda maior, com alimentação e treinamento especiais, dentro do programa Geração Campeã da Secretaria de Educação", explicou a professora. Por causa desse projeto, 140 estudantes da rede pública já estão praticando atletismo, natação, vôlei e handebol, com bolsas fornecidas pela CEB, Caesb, BRB e Telebrasília Celular. Eles recebem alimentação, uniformes e transporte. Um dos participantes é o jovem Weslei Cardoso Manso, campeão estudantil sul-americano dos 100 metros, nado borboleta.
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