Confederação Brasileira de Basquete identifica talentos nos Jogos da Juventude

Publicado em Quinta, 02 Agosto 2001 10:02

Convidados especiais se acomodaram nos ginásios durante as disputas de basquete dos Jogos da Juventude. Em meio ao público, nas arquibancadas, com olhos atentos e munidos de papel e caneta, membros da comissão técnica da Confederação Brasileira observavam os jogadores. O trabalho, a longo prazo, visa identificar os talentos para as futuras seleções principais do País. A curto prazo, selecionará os atletas que vão representar o Brasil no Campeonato Mundial Juvenil de 2003. A avaliação dos atletas começou no ano passado, em Joinvile, durante o Campeonato Brasileiro Infanto-Juvenil. Naquela ocasião, a comissão técnica fez a primeira lista de pré-selecionados, jogadores com potencial físico ou técnico para serem preparados para a Seleção. Depois, a Confederação Brasileira entrou em contato com todos os atletas, passando as instruções sobre como eles deveriam proceder para melhorar cada vez mais a performance. “Queremos colocar o basquete brasileiro novamente no topo do esporte mundial”, disse o superintendente da Confederação Brasileira, Luiz Antônio Rodrigues, coordenador da modalidade nos Jogos da Juventude. “Para avaliar os garotos em Recife trouxemos técnicos e o preparador físico das equipes de base”, complementou. Antônio Carlos Barbosa, técnico da Seleção Brasileira feminina, medalha de bronze nas Olimpíadas de Sydney, foi o palestrante de uma clínica que lotou o auditório da Universidade Universo. Barbosa ficou dois dias em Recife para acompanhar algumas partidas da modalidade. “Sem dúvida, pautado nos Jogos da Juventude, podemos aumentar cada vez mais o leque de talentos para serem trabalhados”, analisou. Treinador das categorias de base, Márcio Andrade conferiu, nos Jogos da Juventude, a performance de muitos de seus atletas pré-selecionados no Brasileiro de Joinvile. “Além da oportunidade de reavaliar este grupo, estamos observando os novos talentos e posso garantir que já temos algumas boas surpresas”, explicou, apontando o jogador de Pernambuco com a camisa número 12 (Edvaldo Freire de Souza Lima, 17 anos, 2m04). “Ele tem um bom potencial; e é muito difícil encontrarmos um garoto com este porte físico nesta região”. O projeto da CBB inclui uma constante avaliação dos atletas. O grupo escolhido em Joinvile teve a oportunidade de ser reavaliado pela terceira vez em Recife, durante os Jogos da Juventude. “Nenhuma Confederação desenvolve este tipo de trabalho”, explicou um dos olheiros da comissão técnica, o preparador físico e fisioterapeuta das seleções de base, sub-21 e sub-17, Fábio Gianime. O preparador disse, ainda, que o grupo avaliado pela CBB, em 1997, já começa a dar frutos, com a participação na seleção principal de Guilherme e Renato, 21 anos; Anderson Varejão, 18 anos; e Tiago, 20 anos. “Estamos mapeando os nossos jogadores com bom potencial e, em um futuro bem próximo, uma gama muito grande de atletas para trabalhar”, explicou. “Ou seja, em cinco ou 10 anos o Brasil deve voltar a ser uma grande potência no basquete”.
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