Na abertura do Seminário de Operações de Estádios da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, nesta terça-feira (10.07), em Fortaleza, o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, destacou que o futebol brasileiro alcançará um patamar superior com o legado das 12 arenas do Mundial e dos outros palcos que estão sendo construídos, mesmo não sendo sedes de partidas oficiais da competição.
"Se tivermos uma visão de conjunto e não focarmos em cada estádio individualmente, o que está sendo estruturado via Copa do Mundo é um legado importante para modernização, profissionalização e melhoria da qualidade do futebol brasileiro, que já é uma potência do futebol mundial. Além das 12 arenas do Mundial, que estarão na ponta de linha de operação, segundo critérios internacionais, temos vários outros estádios em construção, mobilizados pela Copa do Mundo, como o do Grêmio e o do Palmeiras. Teremos uma infraestrutura para a prática do futebol mais compatível com a potência que somos", disse.
Para Fernandes, também haverá uma mudança cultural do torcedor. "Quando começou a punição aos clubes quando a torcida arremessava objetos no campo, imediatamente a própria torcida virou fiscal para que o clube não fosse prejudicado. Isso forçou uma mudança cultural. Para além dessas ações punitivas, há um fator pedagógico, porque a medida que investimos na qualidade das arenas isso cria condições para estabelecer uma nova relação do torcedor com o equipamento".
O secretário executivo citou como exemplo a diferença que havia no modo como um mesmo usuário tratava os trens que eram mal cuidados, no Rio de Janeiro, e o metrô, bem equipado. "O torcedor vai valorizar aquele espaço, no qual ele é o principal usuário e beneficiário. E isso é parte desse salto de qualidade que queremos dar no futebol brasileiro, a partir dos investimentos em infraestrutura que estão sendo feitos. Acredito que haverá um legado cultural como parte dos investimentos na parte material".
O seminário, promovido pelo Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, reúne os responsáveis pelos principais estádios brasileiros para discutir gerenciamento, práticas de negócios, quantidade de pessoal operacional, gramados e sustentabilidade. Os operadores também poderão conhecer experiências de sucesso internacionais na gestão de arenas. A mesa de abertura reuniu, além de Fernandes, o secretário da Secopa/CE, Ferruccio Feitosa, os dirigentes do COL Bebeto, Ricardo Trade e Joana Havelange, o representante da FIFA no Brasil, Fulvio Danilas, e o presidente da Federação Cearense de Futebol, Mauro Carmélio.
Dimensão
O compromisso com a sustentabilidade econômica e social das arenas que serão palco de partidas do Mundial de 2014 foi destaque na abertura do seminário. "O Brasil tem uma dimensão própria, com centros econômicos, polos regionais de desenvolvimento fortes, inclusive esportivos. Isso nos dá a possibilidade de garantir a sustentabilidade econômica dos estádios, dada a pujança e dinamismo regionais. A preocupação com a sustentabilidade pós-evento é parte integrante de todos os projetos das arenas que foram apresentadas como arenas da Copa do Mundo", afirmou o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes.
"É claro que as soluções que serão encontradas para essa sustentabilidade econômica são diferentes de cidade para cidade. Em Recife, por exemplo, o Náutico vai usar a arena como a sede de seus jogos. Inclusive vai demolir seu estádio e usar o terreno para investimentos no próprio clube", completou.
Fernandes ressaltou, ainda, que o Brasil inovou ao tomar a decisão de incluir a certificação ambiental como condição de financiamento das obras pelo BNDES. A iniciativa nacional ajudou a FIFA a traçar parâmetros para as próximas Copas. "Trabalhamos para que a marca da sustentabilidade fosse forte na preparação da Copa de 2014, a tal ponto que a FIFA, baseada nessa iniciativa pioneira, já decidiu que essa exigência da certificação ambiental seja a regra adotada para as próximas edições do Mundial. Então, uma ação voluntária da sustentabilidade assumida pelo Brasil se tornou referência para a organização de Copas".
Gramados
Integrante do Conselho de Administração do COL, o ex-jogador Bebeto falou sobre a necessidade de garantir, também, a qualidade dos gramados dos futuros estádios. "Sempre tive essa preocupação quando era jogador. Um gramado de boa qualidade é tudo para nós. A FIFA fez um estudo detalhado sobre os gramados e se todos seguirem direitinho teremos pisos excelentes. É importante termos gramados de boa qualidade em todas as fases da Copa", defendeu o ex-jogador, tetracampeão com a Seleção Brasileira.
O Seminário de Operações de Estádios da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 segue até 12 de julho, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.
Adriano Floriani - Portal da Copa, de Fortaleza
Foto: Adriano Floriani
Ascom - Ministério do Esporte
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