Diferenças regionais são vistas como maior desafio para a Copa na área da saúde

Publicado em Segunda, 12 Dezembro 2011 18:22

As diferenças regionais e a integração entre os diversos órgãos ligados à saúde foram apontados como os principais desafios da área na preparação para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 durante a quinta reunião da Câmara Temática de Saúde, na manhã desta terça-feira (12/12), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília.

"Temos um país de dimensão continental e com cidades-sede nas cinco regiões. São realidades diferentes e algumas cidades têm um conhecimento maior de grandes eventos e uma rede mais estruturada, outras precisam de mais investimentos", explica Adriano Massuda, diretor de Programas do Ministério da Saúde e coordenador geral da Câmara Temática de Saúde.

Segundo Massuda, o Mundial será uma oportunidade para que o ministério antecipe investimentos na rede de atenção à saúde que já são necessários. "Estamos fazendo um estudo das necessidades de cada região e aliaremos isso às demandas da Copa. Nenhum investimento será feito exclusivamente para o evento, mas haverá atenção especial para os recursos que servirão aos dois propósitos", explicou.

Dentro do planejamento para a preparação do Mundial, os técnicos do ministério estão visitando as cidades-sede para mapear as situações e necessidades. Até o inicio de 2012, segundo Massuda, deve ser definida uma matriz de responsabilidade com o detalhamento das obrigações da União, estados e municípios. "O Sistema Único de Saúde já funciona de forma descentralizada, com os municípios responsáveis por executar as políticas, os estados pela regionalização e a União por financiar e definir as diretrizes" explica.

Impacto dos grandes eventos
Mesmo com a vinda de um grande número de turistas estrangeiros e com a movimentação de viajantes nacionais, eventos como a Copa do Mundo não causam grande impacto na saúde das populações locais. A conclusão é da representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Roberta Andraghetti. "O acompanhamento começou na Copa da França, com o uso de monitores que forneciam informações sobre as ocorrências, e não foi notado nenhum grande impacto na comunidade local", explica. A atenção sobre o tema evoluiu com a realização dos Mundiais. "Em 2002, na Coreia, um sistema de vigilância foi montado nos departamentos de saúde e emergências. No Japão, também sem grandes impactos, o sistema ganhou uma versão online para o compartilhamento de informações", lembra.

Na Alemanha, houve um reforço no número de relatórios, que passaram a tratar também de ocorrências menores, e, na África do Sul, um aprimoramento dividiu a avaliação de riscos em duas áreas: laboratorial e clínica, com postos avançados em locais específicos das cidades-sede e em pontos de entrada. Segundo Andraghetti, nas duas ultimas edições, nenhum incidente foi relatado.

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Tiago Falqueiro - Portal da Copa
Foto: Ministério da Saúde/Divulgação
Ascom - Ministério do Esporte
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