Com o advento da Copa do Mundo Fifa 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, o Brasil prepara estratégias de inclusão social e racial da juventude, considerando as diversidades étnicas e culturais. Para articular alternativas que dêem continuidade a essas ações, a secretária nacional de Desenvolvimento do Esporte e Lazer do Ministério do Esporte, Rejane Penna, o diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na América Latina e no Caribe, Bernt Aasen, e o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Augusto Freitas de Meira, reuniram-se com a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros.
Durante o encontro, na semana passada, a secretária Rejane Penna informou que "um dos focos das articulações deve ser as possibilidades que os grandes eventos trazem para o desenvolvimento do esporte e o entendimento deste como um direito social".
A inclusão da população negra, principalmente nos campos do trabalho e do incentivo ao empreendedorismo, foi defendida pela Seppir. A proposta, segundo a ministra Luiza Bairros, está sendo elaborada com base nas Olimpíadas de Atlanta (EUA), realizadas em 1996, que marcaram os 100 anos dos Jogos da era moderna. "Estamos analisando a experiência de Atlanta que, historicamente, é reconhecida como berço do capitalismo negro norte-americano e onde as olimpíadas deixaram um saldo social positivo", explicou.
Ao falar sobre a importância do esporte para as comunidades indígenas, o presidente da Funai destacou que a atividade pode ajudar crianças e jovens em situação de maior vulnerabilidade. Segundo Meira, a prática de esportes nas tribos vai além das modalidades ocidentais, como o futebol. "Tem a corrida de toras, a canoagem e as lutas ou uca-uca", explicou.
Carta de jovens
Para colaborar com o processo de proteção das crianças brasilerias, Bert Aasen entregou à ministra uma carta elaborada pelos participantes do Encontro dos Adolescentes pelo Direito ao Esporte Seguro e Inclusivo, promovido pelo Unicef, que reuniu jovens de 11 estados, em 7 de abril, no Rio de Janeiro. O documento trata da vulnerabilidade juvenil em megaeventos esportivos, segurança pública, meio ambiente e cidadania, entre outras consequências econômicas, sociais, políticas, educacionais e da área de saúde.
A delegação do Unicef contou ainda com Marie-Pierre Poirier, representante no Brasil; Liza Barrie, chefe de Parcerias com a Sociedade Civil do Unicef em Nova Iorque; Mark Connolly, assessor regional (HIV/AIDS); e Ilaria Favero e Helena Oliveira Silva, oficias de proteção no Brasil.
Carla Belizária
Foto: Ascom/Seppir
Ascom - Ministério do Esporte