Nemézio Ubaldino, 75 anos, era atleta profissional no tempo em que o centroavante podia marcar dez gols numa única partida. Foi assim na vitória contra o Rialma, quando Seu Nemézio ajudou a consagrar o Ceres Esporte Clube como um dos principais times do interior de Goiás. Isso foi em 1960. Quase 50 anos depois, ele divide a paixão pelo futebol com o filho Wesley e os dois netos. As três gerações foram ao estádio Serra Dourada neste sábado (04.06) assistir o Brasil jogar contra a Holanda.
Além da família Ubaldino, muitas outras encheram o estádio para ver a seleção brasileira fazer bonito. E todas elas ganharam a versão do Estatuto do Torcedor em quadrinhos, uma iniciativa do Ministério do Esporte para orientar quem frequenta as arenas sobre seus direitos e deveres.
Com a cartilha na mão, Seu Nemézio fez um alerta para o perigo dos tumultos nas saídas dos jogos. "É preciso acompanhar a saída dos torcedores dos estádios para não haver briga", disse.
A violência ao redor dos estádios de futebol passou a ser crime com o novo Estatuto do Torcedor, que entrou em vigor em 2010. Quem promover tumulto, praticar ou incitar a violência ou, ainda, invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos pode ser punido com até dois anos de prisão e pagamento de multa.
Essas e outras informações sobre o novo Estatuto estão na cartilha que foi distribuída por integrantes da segurança privada do estádio Serra Dourada no amistoso da seleção brasileira contra a Holanda, quando o Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014 fez o primeiro teste do modelo de segurança previsto pela Fifa para os jogos do Mundial.
"A cartilha orienta o torcedor, de forma bem humorada e criativa, sobre suas obrigações e seus direitos", afirmou o assessor especial de Futebol do Ministério do Esporte, Alcino Rocha.
Acompanhada da mãe e do irmão, a adolescente Luiza Cardoso, 13 anos, viajou de Brasília para Goiânia para torcer para o Brasil. Animada com a Copa no Brasil que se aproxima, ela contou que pretende frequentar mais os estádios de futebol. O amistoso da seleção foi sua segunda experiência numa arena.
"Gosto de futebol, do clima de Copa do Mundo, mas é importante que os estádios sejam seguros", disse.São bons torcedores como as famílias de Nemézio e de Luiza que o governo federal quer atrair ao reforçar as condições de segurança e conforto dos estádios. Afinal, sem a arquibancada alegre e colorida, não há espetáculo.
Confira o áudio
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