Ministro do Esporte conduz a reestruturação do futebol brasileiro

Publicado em Terça, 13 Março 2001 15:00

O passe será extinto do futebol brasileiro no próximo dia 26. A garantia foi dada nesta terça-feira (13/03), pelo Ministro do Esporte e Turismo, Carlos Melles, após reunião com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira; o presidente de honra da Fifa, João Havelange; o presidente do Clube dos Treze, Fábio Koff; e o Atleta do Século, Pelé; além do Ministro da Justiça, José Gregori; e o advogado geral da União, Gilmar Mendes. O Ministro Melles confirmou que a partir do dia 26, as regras dos contratos que vão substituir a Lei do Passe serão ajustadas de acordo com as normas estabelecidas pela Fifa. No último dia cinco, a Comissão Européia, a União Européia e a Fifa celebraram um acordo jurídico adaptando as regras do passe às próprias regras jurídicas da Comunidade Européia. Nós somos filiados a organismos internacionais como a Fifa”, disse o Ministro Melles. “Portanto, faremos uma medida provisória para adaptar o nosso futebol às regras do futebol internacional”. O Ministro ressaltou que a proteção aos clubes formadores de atletas é fundamental. “É muito importante termos em mente que o celeiro mundial de atletas de futebol é o Brasil. Nada mais, nada menos que de 17 a 20 mil atletas”. Melles explicou, ainda, que não será obrigatória a transformação dos clubes em empresa. Segundo ele, cabe ao Ministério, normatizar e fiscalizar. É importante, portanto, a total transparência administrativa do futebol brasileiro, que começa pela obrigatoriedade de balanços auditados, por auditorias independentes e também pela responsabilidade de seus dirigentes. “Qualquer clube que tenha o mínimo de interesse de gestão transparente, com auditorias transparentes, e que queira se inserir na modernidade empresarial que o futebol e o esporte exigem, vai, obviamente, caminhar para a empresa”, enfatizou. No documento assinado durante a reunião, consta, também, o trabalho a ser desenvolvido para trazer a Copa do Mundo de Futebol de 2010 para o Brasil. O Ministro argumentou que o próprio documento já representava a união de forças do futebol brasileiro e que não tinha dúvidas de que o grupo empenharia todos os esforços para realizar a Copa do Mundo de 2010 no Brasil. “Faz parte deste documento a preocupação e vontade do povo brasileiro em sediar uma Copa do Mundo”, disse o Ministro. “Tenho certeza de que com essa união realmente poderemos pensar de maneira segura e competente em sediar uma copa”, complementou. Consta ainda a proposta de elaboração de um Calendário Quadrienal do Futebol. Entre vários pontos, dois destaques: a determinação de que nenhum clube poderá disputar mais de dois jogos por semana e o impedimento da participação simultânea de um clube brasileiro em duas competições que tenham tabelas superpostas. Já o Campeonato Brasileiro de 2001 passa a ser de transição, com 26 clubes. Mas a CBF se comprometeu a divulgar as tabelas e regulamentos até a primeira semana de abril.
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