A qualificação da gestão das confederações e de outras entidades esportivas é uma das medidas que o Ministério do Esporte adotou recentemente para melhorar o esporte olímpico e paraolímpico no País - algumas, inclusive, constam da Medida Provisória 502/10, aprovada pela Câmara dos Deputados em fevereiro. O Sistema Nacional de Análise e Avaliação de Modalidades, ferramenta de gestão desenvolvida pela Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (Snear), possibilita um diagnóstico completo dessas entidades. A ferramenta permite identificar os problemas, entendê-los, trabalhar suas nuances e achar a solução adequada. Até agora oito confederações já deram início ao processo de avaliação: Canoagem, Desportos na Neve, Golfe, Boxe, Rúgbi, Ginástica, Tênis de Mesa e Atletismo. A Snear tem definido um calendário de encontros com as entidades com esse objetivo. Inicialmente, a avaliação será aplicada às confederações, mas espera-se que todo o sistema esportivo de alto rendimento seja analisado. As confederações analisariam as federações, as federações analisariam os clubes e assim sucessivamente. "É a primeira vez que o governo encara concretamente a questão da governança no esporte, um tema que interessa a atletas, clubes, entidades, patrocinadores e ao poder público em todas as esferas", comemora o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser. "Para uma boa governança, é essencial que a democracia seja exercitada plenamente no setor", completa. A intenção dessa avaliação é sinalizar os pontos críticos para a melhoria de gestão e destacar os aspectos positivos e as particularidades bem-sucedidas de cada uma. Para o Ministério, é vital entender profundamente o esporte e monitorar estes fatores para apoiar o desenvolvimento da modalidade. Similar ao sistema de pontuação que os bancos utilizam para determinar a fidelização do cliente, a ferramenta estipula perguntas, cada resposta tem uma pontuação e cada item tem um peso. Para chegar a uma radiografia do desempenho da cada confederação são avaliados 10 aspectos: a governança política (tempo de mandato do presidente e o tamanho do colégio eleitoral, entre outros); a governança corporativa (auditorias, fontes de receita); a governança esportiva (controle de doping, divisão de categorias, calendário de competições); a tecnologia da informação (investimento em tecnologia e acesso a informações); a infraestrutura; os programas governamentais (convênios e atletas bolsistas, entre outros); o marketing; a atuação esportiva; o histórico de resultados; e a tradição no esporte. Sueli Scutti, Ministério do Esporte no Rio 2016