Na noite do dia 31 de dezembro, poucas horas antes da queima de fogos da virada do ano na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 apresentou a logomarca dos Jogos Olímpicos de 2016, criada pela agência de design carioca Tátil, selecionada depois de um processo de cinco meses. Para Jeanine Pires, assessora do Ministério do Esporte que, à época, como presidente da Embratur, participou da comissão julgadora, a logomarca "reflete a cultura brasileira e carioca, e contém valores importantes para o Brasil como diversidade, harmonia, natureza e o espírito olímpico". Jeanine ressalta que, "ao mesmo tempo que expressa esses conceitos que representam o povo e a cultura do país, a marca apresenta elemento de modernidade e tecnologia". O Comitê Rio 2016 explica que "A marca traduz, com inspiração, o espírito olímpico e os atletas, o Rio e os cariocas, sua natureza, seus sentimentos e aspirações. Juntos, diferentes países, atletas e povos se abraçam - um movimento individual e coletivo que, num segundo olhar, revela um dos mais belos cartões postais do Rio, um Pão de Açúcar vibrante, que balança num gingado feito de alegria, união, celebração e amizade." A gerente de marcas do Comitê Organizador, Beth Lula, destaca que o emblema "é a personificação das nossas mensagens", referindo-se às ideias que permeiam o projeto olímpico do Rio de Janeiro desde a fase de candidatura: de retratar a cultura local sem estereótipos, com o jeito apaixonante do carioca, peculiar mas ao mesmo tempo com uma linguagem global e inovadora para manter-se atual até 2016; a oportunidade de representar o Brasil no mundo; alinhada aos valores olímpicos; paixão e transformação da cidade e do país; diversidade harmônica; energia contagiante; natureza exuberante do Rio; e espírito olímpico. O autor da marca, Fred Gelli, diz que ela "é humana e tridimensional", e que o letreiro do emblema "tem o tom de voz do carioca, com um jeito descontraído de falar". Sobre o fato de a marca ser tridimensional, ele diz que "Nada mais lógico que uma marca escultural para uma cidade escultural", lembrando das formas topográficas da cidade do Rio de Janeiro. A marca foi apresentada ao público em quatro telões na areia de Copacabana: um LED gigante de 154m² e três infláveis, posicionados ao longo da orla. A reação do público foi imediata, com aplausos de aprovação. De um mirante posicionado sobre a areia de frente para o telão de LED estavam o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge; a presidente da Comissão de Coordenação do COI para os Jogos Rio 2016, Nawal El Moutawakel; o diretor de Jogos Olímpicos do COI, Gilbert Felli, o prefeito Eduardo Paes, e o presidente do Rio 2016, Carlos Artur Nuzman. Rogge disse que a marca Rio 2016 "é muito estética, inovadora e criativa", acrescentando que ela "reflete a visão do Rio e do Brasil para estes Jogos, a paixão do brasileiro pelo esporte e a união de diferentes culturas em torno do projeto dos Jogos Olímpicos". O presidente do COI foi além: "a logomarca parece flutuar, e isso me lembra de algumas das maiores esculturas do mundo". Ele disse que, em sua atuação no COI, já viu mais de 20 marcas olímpicas serem criadas. "Amei todas. Cada uma deve ser analisada no contexto de sua época", disse ele ao explicar que há 20 ou 30 anos não havia, na preparação dos Jogos Olímpicos, uma grande preocupação com legado e sustentabilidade, aspectos que ganharam relevo nos últimos anos e acabam se refletindo nas marcas que representam cada edição dos Jogos de inverno e de verão. E finalizou dizendo que "adoro velejar" e, portanto, "esta marca do Rio 2016 me diz muito". Nawal El Moutawakel destacou: "A escolha da marca é uma decisão crucial para uma cidade-sede porque ela estabelece o tom e se torna a cara destes Jogos para sempre. Gostaria de parabenizar o Comitê Rio 2016 pela sua escolha. Eles conseguiram capturar perfeitamente a visão e a emoção do Rio e do Brasil na sua marca. Não tenho dúvidas de que ela se tornará uma das marcas mais reconhecíveis do mundo nos próximos anos e ajudará a disseminar a mensagem do Rio de paixão e transformação em todo o planeta". Além do reconhecimento internacional, a marca dos Jogos Olímpicos Rio 2016 terá exposição máxima pelos próximos seis anos, e será eternizada nas futuras imagens dos Jogos Rio 2016, transmitidas a bilhões de espectadores em todo o mundo. Jeanine explica que "A logomarca será usada em ações promocionais no exterior que irão agregar ainda maior valor à imagem do Brasil no mundo." O processo de escolha A escolha começou em março de 2010, com 139 agências participantes. As etapas foram eliminatórias, que diminuíram o número de concorrentes para 87, depois 24, chegando a oito agências finalistas - quatro do Rio de Janeiro, duas de São Paulo e duas de Curitiba. Os trabalhos foram avaliados nos critérios de conceito, originalidade, criatividade e aplicabilidade da marca. A decisão sobre a vencedora foi tomada no dia 1º de setembro, por unanimidade, e avisada à imprensa no dia 2. Após alguns ajustes, a logomarca foi enviada ao Comitê Olímpico Internacional no dia 8 de outubro para análise, até ser totalmente aprovada no dia 17 de novembro. A marca já está registrada no exterior e no Brasil, em 49 categorias de logomarcas. A comissão julgadora teve composição multidisciplinar, formada por 12 profissionais do Brasil e do exterior reconhecidos nos mercados nacional e internacional por sua experiência na criação e aprovação de marcas ou por seu destaque no Movimento Olímpico internacional. Logomarca paraolímpica A logo dos Jogos Paraolímpicos de 2016 será escolhida em outro processo e lançada em outro momento, uma vez que o evento tem características próprias, com esportes distintos, regras específicas e instalações adequadas para esportes praticados por atletas com deficiência. Os Jogos Paraolímpicos têm palco e público próprios e, assim, também têm logomarca própria e ocasião especial para seu lançamento. Sueli Scutti Ministério do Esporte no Rio 2016