Jogadores da Seleção Brasileira de goalball testam a Arena do Futuro no Parque Olímpico do Rio

Publicado em Terça, 08 Setembro 2015 17:49
(Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)(Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)
Coube à Seleção Brasileira campeã mundial de goalball a honra de estrear a primeira instalação esportiva construída para os Jogos Rio 2016. Nesta terça-feira (08.09), uma partida de demonstração foi realizada em quadra montada dentro da Arena do Futuro, com capacidade para 12 mil lugares, erguida no Parque Olímpico do Rio, que receberá 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas, incluindo o goalball, durante os Jogos do ano que vem.
 
“Não estamos inaugurando a arena hoje. Essa arena deve estar pronta no prazo, que é até o final desse ano. Mas ela está três meses adiantada. A gente até poderia inaugurar com antecedência, mas achamos que é melhor inaugurar no prazo estabelecido junto com o Comitê Olímpico Internacional. Vocês vão notar que não tem cadeiras. As cadeiras serão alugadas e o aluguel começa às vésperas do evento-teste e fica até os Jogos. Não fazia sentido pagar aluguel já agora de cadeiras desnecessariamente”, explicou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
 
O primeiro evento-teste na Arena do Futuro está marcado para abril de 2016 e terá o handebol como modalidade. O de goalball será em maio. Apesar disso, seis atletas da Seleção Brasileira – Leomon Moreno, José Márcio, José Roberto, Alex Melo, Leandro Moreno e Romário Marques – tiveram a oportunidade de sentir o gostinho da instalação olímpica tendo alguns dos operários que trabalharam na construção da Arena do Futuro como plateia.
 
O evento, que fez parte das comemorações do marco de um ano para os Jogos Paralímpicos Rio 2016, também contou com a presença do secretário executivo do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser; do presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman; do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons; e do presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Philip Craven.
 
“Para o governo federal, esse tema do esporte paralímpico é muito central. E acho que aqui nessa arena temos um encontro entre esporte, educação, investimento racional e esporte paralímpico. Então, acho que muito do futuro do Brasil está traduzido aqui nessa arena”, ressaltou Ricardo Leyser, lembrando que a Arena do Futuro tem um conceito de arquitetura nômade. Após os Jogos Rio 2016, ela será desmontada e sua estrutura será usada para construção de quatro escolas municipais.
 
As rampas e escadas pré-moldadas serão reaproveitadas nos acessos e áreas de circulação das escolas. A estrutura do telhado, composta por vigas metálicas e telhas com tamanho padronizado, também será reutilizada. Além disso, como a construção seguiu critérios internacionais de acessibilidade, o material reaproveitado permitirá a construção de escolas acessíveis, com banheiros adaptados e piso tátil, por exemplo.
 
“A gente fala muito de legado, mas o legado não acontecer por acaso. Ele é pensado, planejado e bem executado. E aqui temos uma prova inequívoca disso: transformar a arena depois em quatro escolas. Isso é planejamento”, elogiou o presidente do CPB, Andrew Parsons. “A ideia dessa arena é mostrar ao mundo que não é uma obra que a gente se preocupa em embalar para presente, mas, sim, para funcionar. E acho que esse é um recado para outras regiões do mundo que também queiram aproveitar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos e dar às suas cidades algo a mais do que as competições”, completou Carlos Arthur Nuzman.
 
(Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)(Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)
 
Dois times de três atletas
Esporte criado especificamente para pessoas com deficiência visual (cegas ou com baixa visão), o goalball promove partidas com dois times de três atletas. Todos lançam bolas, atacam e defendem. Para que não haja vantagem entre os atletas com diferentes níveis de visão e também para proteger os olhos, todos usam vendas durante a partida.
 
“Eu estava lembrando que quando visitei a instalação para o basquete em Londres pela primeira vez, a situação era parecida, a um ano dos Jogos. A única diferença é que lá estava muito frio e aqui está agradável, então já estou sentindo as vantagens de estar no Rio”, brincou o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Philip Craven.
 
Para ele, um dos grandes legados dos Jogos Paralímpicos é chamar a atenção para as pessoas com necessidades especiais e promover uma melhora na acessibilidade para todos. “Nós podemos influenciar muito nesse sentido. Essa é a grande oportunidade para mudança”, afirmou.
 
A preparação do Rio para os Jogos conta com projetos de acessibilidade em toda a cidade. Cinquenta bairros das zonas Norte e Oeste, por exemplo, receberam 6.886 rampas de acessibilidade nas calçadas, e 326 veículos e 102 estações dos BRTsTransoeste e Transcarioca foram adaptados para pessoas com necessidades especiais.
 
Emoção
Depois do jogo-exibição entre os atletas da Seleção, dois trabalhadores da obra, um jornalista, o mascote dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, Tom, e o prefeito Eduardo Paes jogaram alguns minutos de goalball.
 
Para o pedreiro Antonio Roberto Ramos, que trabalha na construção desde novembro do ano passado, entrar em quadra na instalação que ele mesmo ajudou a construir foi a realização de um sonho. “Hoje Deus me deu essa oportunidade. Eu fiquei prestando atenção e quando entrei lá, pedi para ver a bola, porque nunca tinha visto. Quando começou, o barulho da bola quando vem, é difícil. Ela vem fazendo barulho e quando você vê, já era, já passou”, contou Seu Antônio, que planeja comprar ingressos e assistir a algumas competições dos Jogos Rio 2016.
 
A emoção também tomou conta dos jogadores da Seleção Brasileira de goalball. Eleito o atleta paralímpico do ano em 2014 e artilheiro do Mundial de 2014, com 51 gols em 10 jogos, Leomon Moreno já vislumbra uma final do goalball diante da torcida brasileira.
 
“Eu cheguei ao Rio ontem e já estava imaginando como seria aqui. Mas não imaginava que estava tão adiantada. A gente quer disputar a final aqui e ganhar o ouro para o Brasil nessa arena, com a nossa torcida. Minha família já está se agitando lá em Brasília para vir acompanhar aos Jogos e isso me deixa mais feliz e motivado, porque, além da torcida, vou ter minha família comigo, que é algo que eu sempre quis”, disse Leomon, que recebe apoio do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.
 
Mateus Baeta - brasil2016.gov.br, do Rio de Janeiro
Ascom - Ministério do Esporte
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