Mountain bike: Raiza Goulão e Viviane Favery vencem o Brasil Ride. Holandeses ganham no masculino

Publicado em Segunda, 26 Outubro 2015 13:30
(Armin Kuestenbrueck/Brasil Ride)(Armin Kuestenbrueck/Brasil Ride)
Após 600 km, sete dias e 13.000 metros de ascensão acumulada, a Brasil Ride 2015 conheceu seus campeões no sábado (24.10). Os ciclistas venceram subidas íngremes, descidas alucinantes, single tracks repletas de 'armadilhas' naturais. Pedalaram por trilhas e asfalto entre as cidades de Mucugê e Rio de Contas, na Chapara Diamantina, na Bahia, para completar a principal ultramaratona de MTB das Américas. O holandês Hans Becking e o tcheco Jiri Novak venceram a prova. Com a terceira colocação na etapa final, eles garantiram o bicampeonato na categoria open. Na ladies, as brasileiras Raiza Goulão e Viviane Favery lideraram desde o primeiro dia e confirmaram o título.
 
A sexta edição da Brasil Ride reuniu 500 atletas de 23 países entre os dias 17 e 24 de outubro. Após ter classificação S2 em 2014, neste ano a prova foi S1, ou seja, ofertou aos campeões das elites 120 pontos nos rankings das União Ciclística Internacional (UCI). Pontos preciosos para os brasileiros na busca por vaga na Olimpíada Rio 2016. Além da premiação em produtos por etapas, a edição terá recorde em premiação em dinheiro da modalidade no País, com cerca de R$ 70 mil em prêmios gerais e por etapas. A Brasil Ride 2015 é uma realização da SUDESB, Bahiatursa, Governo da Bahia e Ministério do Esporte
 
A dupla Becking/Novak levantou o troféu da sexta edição da Brasil Ride com o acumulado de 26h34min04, uma vantagem de 45min38 para os segundos colocados de 2015, Hugo Prado Neto e Lukas Kaufmann. "Só queríamos sobreviver sem correr riscos. O objetivo era estar o máximo de tempo no pelotão da frente e conseguimos isso. É uma ótima sensação. Ano passado ganhamos por três minutos e dessa vez com uma folga maior. Estamos muito felizes. Nós conseguimos. Temos tanto carinho e respeito do público local, é muito legal", destacou Becking. "Claro que voltarei em 2016. Por que não?", finalizou.
 
Novak também comemorou o feito e parabenizou todos os competidores. "Me sinto muito bem com essa conquista, tanto por conseguir completar a prova, como por conquistar mais um título junto com o Hans Becking. A semana foi muito difícil. É louco porque essa corrida é sensacional. Todos os ciclistas que conseguem completar os sete dias são, para mim, heróis, porque é uma competição muito complicada, com estágios longos. E nesse ano estava muito quente outra vez", avaliou Jiri.
 
Vice-campeões, Hugo Prado Neto e Lukas Kaufmann não esconderam a felicidade ao atingir esse feito inédito em suas carreiras. "Estou muito feliz. Participei de todas as edições e essa é a terceira vez com o Hugo. Aprendemos a nos preparar e fazer a corrida de forma certa. O resultado mostra que fizemos nosso melhor. Tem um valor muito grande para nós dois", vibrou Lukas. "Adquirimos sabedoria suficiente para nos preparar para a Brasil Ride, por isso não temos nenhum arranhão e nem caímos nenhuma vez. Nunca fomos dados como favoritos, mas sabíamos das nossa condições. Estávamos voando abaixo do radar e deu certo", afirmou Hugo.
 
A terceira colocação geral na categoria open ficou com Henrique Avancini/Wolfgang Olsen, com o tempo acumulado de 27h43min40, que levou ainda o título da american man. "Depois da primeira vez, nunca voltei de mão abanando. Dois títulos da América e um geral. Esse ano foi inesperado ganhar mais um título. O Woflgang me deu orgulho, é muito guerreiro. Sofreu três quedas, teve problemas mecânicos e não se entregou em momento nenhum. É especial para mim, principalmente pelo meu companheiro de equipe que foi merecedor desse resultado", disse Avancini.
 
 
De ponta a ponta
Raiza Goulão e Viviane Favery lideraram a Brasil Ride desde a primeira etapa. No sábado, completaram os 77 km da etapa final sem correr grandes riscos e conquistaram o título com larga vantagem no tempo acumulado. No total, a diferença para as vice-campeãs Isabela Lacerda/Nina Baum foi de 3h20min25. Uma dupla de sucesso entre duas campeãs brasileiras, de Cross Country e Maratona, que tinha como objetivo a vitória para ajudar Raiza a obter os 120 pontos da etapa nos rankings internacionais.
 
"Vim para a Brasil Ride devido aos pontos no ranking da UCI (União Ciclística Internacional). Vim bem leve, pensando em completar e conquistar o máximo de pontos possíveis. Devido a quantidade de provas que fiz esse ano, estava bem saturada, bem cansada", revelou Raiza. "Mas, a cada dia, eu me divertia mais. Conseguimos a liderança com cinco vitórias consecutivas. Ajudar minha parceira foi muito legal, porque pude passar experiência de prova internacionais. Estava em um ritmo confortável pra mim, mas sempre tentando puxar a dupla", complementou.
 
Essa foi a terceira participação de Viviane, especialista em provas de longa distância no mountain bike. "Considero essa jornada como uma missão de vir acompanhar a Raiza. Missão de muita responsabilidade. A gente não imaginou que pudesse conquistar esse resultado", contou. "Estou muito emocionada. Acho que às vezes eu me subestimo. Eu trabalho, tenho uma jornada dupla, moro em São Paulo e é muito difícil coincidir os treinos, enfim, estou indo para casa muito mais forte, com uma bagagem que não se compra, conquistar tanto autoconhecimento, parceria, sete dias no seu limite", finalizou Vivi.
 
Campeãs da América
Vencedoras em 2014 das categorias american woman e ladies, respectivamente, Isabella Lacerda e Nina Baum conquistaram seu segundo título da Brasil Ride, desta vez juntas para 'conquistar a américa'. Após as vitórias nas duas últimas etapas, Nina falou sobre a responsabilidade de ajudar Isabella na busca pelos pontos para Rio 2016. "Achei que ano passado tinha sido a corrida mais difícil da minha vida, mas esse ano foi pior. Minha preparação não foi tão boa, mas ao mesmo tempo, tinha mais pressão porque eu corria com a Isabella. Ela é muito forte e queria muito os pontos para a Olimpíada. Eu não queria decepcioná-la. Fiz meu melhor, não com o físico que queria ter. Mas ela foi importante demais, me incentivou muito. Foi uma excelente experiência, uma das melhores da minha vida", desabafou Nina.
 
Campeão desde 2010
Campeão mundial de Cross Country de 1995 e medalha de ouro na Olimpíada de Atlanta 1996, Bart Brentjens confirmou o favoritismo e conquistou o tricampeonato da categoria máster, ao lado de Abraão Azevedo. "É uma ótima sensação ganhar. Brasil Ride é uma prova longa e uma das mais difíceis. O Abraão foi ótimo e nessa temporada fomos muito fortes, sempre entre os melhores da open. Trabalhamos forte para isso e estou feliz também pelo Hans e Jiri, dois atletas da minha equipe Superior-Brentjens Mountain Bike Racing Team", contou o holandês Bart.
 
Com o título conquistado ao lado Bart Brentjens, Abraão Azevedo colocou mais uma vez seu nome na história da Brasil Ride. Desta vez, ele se isola como o maior campeão de todos os tempos. Um título em cada edição entre 2010 e 2015. "Estou bem feliz de ter conseguido essa vitória. Duas vezes com o Paulete, uma com o Plínio e mais duas com o Bart. É uma festa linda do mountain bike brasileiro, sempre com a presença de brasileiros. Cada edição é uma oportunidade boa para evolução do nosso esporte no País", declarou Abraão.
 
Fonte: Brasil Ride
Ascom - Ministério do Esporte
Acompanhe as notícias do Ministério do Esporte no Twitter e no Facebook