Modalidades menos conhecidas chamam a atenção nos Jogos Mundiais Indígenas

Publicado em Sexta, 30 Outubro 2015 19:04
Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
O público que acompanha os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas, descobriu mais um esporte milenar, mas pouco conhecido e que chama a atenção. Depois do futebol de cabeça, da pelota maia, da pelota mixteca, da corrida de tora, de lutas como o Huka Huka, foi a vez de a "bola de fogo" ser apresentada. Originário do México, o esporte conta com mais de 3,5 mil anos e proporciona um show de imagens e emoção.
 
A modalidade é jogada com uma bola em chamas. Nos povos antigos, a bola de fogo era mais que uma prática física. Ela servia para se comunicar com os deuses e celebrar a vida, além de homenagear os mortos.
 
A partida foi apresentada na Arena Verde por duas equipes de três jogadores, uma com o uniforme vermelho, com os guerreiros do sol, e a outra na cor azul, com os guerreiros da lua.
 
Fotos: Roberto Castro/ MEFotos: Roberto Castro/ ME
 
Os primeiros vestígios do esporte foram encontrado no sítio arqueológico El Opeño, em Jacona, Michoacán, como explica José Luis, presidente da associação do estado de Purépecha. “Em Michoacán existe 60 povos originários e um deles é o Purépecha. A partida surge de uma tradição que fala sobre o confronto entre a lua e o sol. Na batalha, às vezes ganha a lua e outras vezes o sol”, disse.
 
A partida é disputada com um taco e conta, geralmente, com cinco jogadores em cada time. O objetivo é fazer a bola ultrapassar a linha de fundo do campo adversário. “É uma modalidade muito competitiva, com golpes e velocidade. O jogo representa a partida entre a vida e a morte. Por isso temos os guerreiros do sol, em vermelho, e os guerreiros da lua, em azul”, acrescentou Noel Velazquez, um dos atletas que apresentou a modalidade.
 
Fotos: Roberto Castro/ MEFotos: Roberto Castro/ ME
 
As demonstrações de jogos nativos, que em alguns casos são praticados por apenas uma determinada etnia, despertaram a curiosidade do público.
 
Confira outros exemplos:
 
Futebol de cabeça
Na língua original do povo Paresi, de Mato Grosso, o esporte se chama Xikunahity (pronuncia-se Zikunariti). É disputado por duas equipes que podem possuir oito, dez ou mais atletas, e um capitão. É realizada em campo de terra batida, para que a bola ganhe impulso. Nos JMPI, os guerreiros Paresi fizeram uma demonstração na areia e até convidaram indígenas de etnias estrangeiras para disputar alguns lances. A bola é feita de látex de mangabeira. Diferente do futebol, no Xikunahity não existe gol e a modalidade é jogada apenas com a cabeça. As equipes pontuam quando os adversários não conseguem devolver a bola para o campo do adversário.
 
O Huka Huka teve seu espaço para demonstrações na Arena Verde. (Foto: Roberto Castro/ME)O Huka Huka teve seu espaço para demonstrações na Arena Verde. (Foto: Roberto Castro/ME)
 
Huka Huka
É praticada pelos guerreiros Kuikuro do alto Xingu, no Pará. Na competição, dois guerreiros entram em luta corporal, sendo que o vencedor é o que conseguir pegar na perna do seu oponente ou derrubá-lo. Participaram das apresentações os povos Kuikuro e kaigang, sendo que os primeiros venceram a competição.
 
Ronkran
Espécie de hóquei (esporte originariamente jogado no gelo, no qual os jogadores utilizam um taco para movimentar a "bola"). Na Aldeia dos Kaiapó, do estado do Pará, os participantes usam como bola o coco de babaçu e tacos de madeira. A bola fica no centro até a primeira rebatida, iniciando o jogo. O ponto é marcado quando os jogadores ultrapassam a linha de fundo.
 
Pelota Maia também foi apresentada ao público. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)Pelota Maia também foi apresentada ao público. (Foto: Francisco Medeiros/ ME)
 
Pelota maia
Jogo rápido que exige habilidade e força. Datada de 1.250 a.C, a pelota maia é uma das modalidades esportivas mais antigas do mundo. Os jogadores são divididos em duas equipes e podem golpear a bola com antebraço, ombro, quadril e costas. O objetivo é passar a bola por dentro de um arco, fixado no alto de uma parede. Deve-se manter a bola em movimento e quicando, para arremessá-la. Além dos Maias, a pelota era disputada por Olmecas, Zapotecas, Astecas, Toltecas e outras civilizações que habitaram a Meso-América pré-colombiana, do México até a Costa Rica.
 

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» Acompanhe a cobertura completa pelo site: www.jmpi2015.gov.br

 
Breno Barros, de Palmas

Ascom - Ministério do Esporte
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