Com espinha dorsal dos Jogos pronta, COI debate detalhes operacionais do Rio 2016

Publicado em Terça, 12 Abril 2016 18:04

Depois de seis anos de reuniões de planejamento e monitoramento da preparação do Brasil para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, começou nesta terça-feira (12.04), na capital fluminense, a 10ª e última reunião da Comissão de Coordenação do COI (Cocom) para os Jogos Rio 2016.

Durante o encontro, as autoridades debateram, principalmente, a compatibilização dos diferentes cronogramas, como de obras, de energia elétrica, de segurança e transporte. Nesta fase de preparação, o Comitê Organizador começa a trabalhar os detalhes das operações, como explicou o ministro do Esporte, Ricardo Leyser.

“É um momento de muito trabalho. A infraestrutura, espinha dorsal dos Jogos, está pronta, mas é preciso operar o evento. Isso não é um desafio menor. A operação é tão desafiadora quanto a construção da estrutura e vai dizer se os Jogos irão ser perfeitos”, explicou Leyser.

Foto: Matthew Stockman/Getty ImagesFoto: Matthew Stockman/Getty Images

No encontro que segue até quarta-feira (13.04), os gestores irão acertar o planejamento, rever os ajustes identificados nos eventos-teste, alinhar as especificações técnicas e analisar pequenas situações de logística.

“Como a presidente Nawal El Moutawakel falou: ‘são milhares de pequenas questões que precisam ser resolvidas, ajustadas no cronograma’. O que se sobressai é essa necessidade de acertar os detalhes. Pode ser em energia, segurança ou transporte”, completou o ministro.

No primeiro dia de reunião foi debatida a operação de transporte, atualização das instalações esportivas e segurança, tanto no Rio de Janeiro quanto nas cidades-sede do futebol. A experiência digital dos Jogos Olímpicos, a gestão dos Parques Olímpicos (da Barra e de Deodoro), eventos-teste, sustentabilidade, além das operações de mídia, engajamento e comunicação também entraram na pauta.  No último dia de reunião, será debatida a operação dos Jogos Paralímpicos e a experiência do público, entre outros assuntos.

» Confira os principais pontos da entrevista concedida pelo ministro Ricardo Leyser à imprensa:

Ricardo Leyser. (Foto: Francisco Medeiros/ME)Ricardo Leyser. (Foto: Francisco Medeiros/ME)A Reunião
O Cocom é mais para a compatibilização de cronogramas. Estamos na fase de encaixar as operações nas instalações. São centenas de questões que são levantadas na reunião. Exemplo: a obra tem que fazer uma parte elétrica e a Light (empresa fornecedora de energia) tem que fazer a outra parte. As duas operações têm que se encontrar, não só de cronograma, mas de especificação técnica. Então, a reunião trata muito dessas questões.

Relação com o COI
Sempre digo que os Jogos Pan-Americanos 2007, Jogos Mundiais Militares 2011 e a Copa do Mundo FIFA 2014 foram uma reintrodução do Brasil no grande mercado internacional de organização de eventos multiesportivos. É uma indústria ligada ao entretenimento, que gera muito emprego.

O Brasil tinha ficado mais de 40 anos de fora dessa indústria. Antes, tínhamos realizado a Universíade, em Porto Alegre, e o Pan-Americano em São Paulo, ambos em 1963. Depois disso não tivemos nenhum evento desse porto.

Brasil voltou ao cenário internacional com estrutura defasada. Tivemos uma boa atualização para os Jogos Pan e Parapan-Americanos 2007, mas o grau de envolvimento e gestão do Comitê Olímpico Internacional (COI) tem para os Jogos Olímpicos é uma coisa que transcende muito o nosso dia a dia da indústria brasileira de realização de evento.

O Brasil se qualificou muito. Não só os governos, mas todos os profissionais que trabalharam no comitê organizador. Conheceram mais afundo o que há de mais moderno em gestão esportiva.

Temos que agradecer essa experiência. O COI tem uma estrutura muito profissional e clara para fazer o gerenciamento dos Jogos e permite conhecer muito afundo o trabalho deles.

Metrô
O cronograma está em ordem, o ritmo de obras é intenso. Nós estamos certos que a obra estará concluída para os Jogos. Hoje foi tratada as questões dos bilhetes, para ônibus e metrô, como vai funcionar. Mas não foi tocado especificamente na operação, o Estado do Rio de Janeiro que tem detalhes.

Situação Política
Nós recebemos vários elogios pelo aumento da presença do governo federal durante os últimos meses, apesar do contexto político. Em toda a nossa apresentação conseguimos resolver muitos problemas e ter uma presença no Rio de Janeiro muito mais forte em relação há três ou quatro anos. Assim, o COI percebeu o aumento da presença do governo e o engajamento na resolução do planejamento.

Breno Barros, do Rio de Janeiro
Ascom – Ministério do Esporte