Última seletiva da natação, Troféu Maria Lenk testa Estádio Aquático pela primeira vez

Publicado em Sexta, 15 Abril 2016 10:19
 
O Troféu Maria Lenk 2016 tem início nesta sexta-feira (15.04), no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, dando aos atletas brasileiros a última chance de conquistar os índices para as 14 provas olímpicas da natação.
 
Participam da competição, que vai até o dia 20 de abril, mais de 350 nadadores de 58 clubes na disputa nacional, além de 57 estrangeiros de 11 países: Argentina, Canadá, Chile, China, Eslováquia, Finlândia, Japão, Paraguai, República Tcheca, Ucrânia e Uruguai. Além de seletiva olímpica, o Maria Lenk será o primeiro evento-teste realizado no Estádio Aquático, entregue ao Comitê Organizador no último dia 8 de abril.
 
Serão testados vários aspectos da área de competição – como o sistema de largada e as raias –, a ação dos voluntários específicos do esporte, o sistema de cronometragem, a apresentação esportiva e um pouco da operação de espectadores, já que amigos e familiares de atletas e convidados estarão presentes nas arquibancadas. Não haverá venda de ingressos para o público em geral. 
 
Nadadores treinam no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos na véspera do Maria Lenk. Foto: Satiro Sodré/SSPressNadadores treinam no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos na véspera do Maria Lenk. Foto: Satiro Sodré/SSPress
 
O diretor de Esportes do Rio 2016, Rodrigo Garcia, explicou que a estrutura para o Maria Lenk no Estádio Aquático não é exatamente como ficará para o chamado “Games Time”.
 
“Ainda há trabalho a ser feito na instalação. Faremos o Maria Lenk sem a cobertura na piscina de aquecimento, mas haverá cobertura nos Jogos, uma estrutura temporária. O painel será fixado em local diferente. Os sistemas de iluminação e ventilação ainda não estão 100%, e os testes feitos agora vão ser fundamentais para entregar a melhor estrutura em agosto”, disse.
 
A competição terá somente provas olímpicas, de forma que as provas de 50m estilos (costas, peito e borboleta), 1.500m livre feminino e 800m livre masculino ficarão de fora. Também não serão realizadas as provas de revezamento. O foco da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) é formar a melhor seleção brasileira possível.
 
“O Maria Lenk 2016 será disputado com muitos ingredientes complementares, tais como o ambiente olímpico, a presença dos familiares no apoio pela conquista de uma vaga olímpica, a proximidade dos Jogos Olímpicos, a participação em casa, a expectativa e a pressão. Faz toda a diferença disputar a competição já na piscina olímpica: conhecer o local de batalha antecipadamente ajuda, já se cria uma intimidade com a instalação. Por isso, fizemos todo o esforço para realizar o Maria Lenk no Estádio Aquático”, disse o superintendente executivo da CBDA, Ricardo de Moura.
 
Depois da natação olímpica, serão realizados mais dois eventos-teste no Estádio Aquático: natação paralímpica (22 a 24 de abril) e polo aquático (25 a 29 de abril).
 
Formato e finais
As eliminatórias, disputadas pela manhã, classificarão oito atletas com os melhores tempos para nadar a Final A, sejam eles brasileiros e estrangeiros. Os nadadores brasileiros que terminarem as eliminatórias da manhã entre a nona e a 16ª posições participarão da Final B.
 
O pódio da prova internacional (Final A) será definido logo após a disputa. Já o pódio do evento nacional será determinado depois da realização das duas Finais (A e B). Isso porque o atleta que nadar a final B terá a mesma oportunidade daquele que nadar a final A na busca do índice olímpico, na pontuação para seus clubes e também estará concorrendo ao pódio nacional. Dessa forma, as colocações e as pontuações do Campeonato Nacional só serão divulgadas após a realização das duas provas decisivas.
 
Há três estrangeiros nadando pelos clubes brasileiros. Eles competem há mais de três anos no Brasil, já são considerados "brasileiros" esportivamente, segundo o regulamento, e podem disputar a Final B (nacional) do Maria Lenk. São eles: a argentina Julia Sebastian, recordista sul-americana dos 200m peito, pela Unisanta, e os equatorianos Esteban Enderica, recordista sul-americano dos 1500m livre, e Samantha Arevalo, também fundista, que nadarão pelo Fluminense.
 
Primeira seletiva
Seguindo o padrão dos últimos anos, a CBDA adotou como tempos mínimos para participação nas provas individuais dos Jogos Olímpicos os chamados índices A da  Federação Internacional de Natação (FINA).
 
A primeira seletiva ocorreu em dezembro de 2015, em Palhoça (SC). As disputas foram divididas em dois torneios simultâneos: o 25º Campeonato Brasileiro Sênior - Troféu Daltely Guimarães, e o 11º Torneio Open. Pela manhã, os atletas disputaram o Daltely, como se fosse uma fase eliminatória. Os oito melhores de cada prova se classificam para o Torneio Open, uma espécie de final, realizado no período da tarde. Os tempos anotados nas 14 provas olímpicas das duas competições valeram como índice para o Rio 2016 (veja a lista dos atletas ao final).
 
Revezamentos
No caso dos revezamentos, o Brasil garantiu, no  Mundial de Kazan 2015, na Rússia, vagas para quatro provas: 4x100m livre masculino, 4x100m medley masculino, 4x100m livre feminino e 4x200m livre feminino. A definição das equipes será feita também com base nos tempos das duas seletivas olímpicas. Os nadadores que conseguirem índice nas provas individuais automaticamente entram para os quartetos dos revezamentos, sempre seguindo a ordem dos melhores tempos. Caso o número de vagas não seja preenchido por atletas com índice, serão classificados nadadores adicionais que tenham alcançado o tempo mínimo de participação nos Jogos exigido pela FINA - os chamados índices B, um pouco mais altos que os índices A.
 
Cielo tem a última chance de se classificar para o Rio 2016 no Troféu Maria Lenk. Foto: Alex Menendez/Getty ImagesCielo tem a última chance de se classificar para o Rio 2016 no Troféu Maria Lenk. Foto: Alex Menendez/Getty Images
 
O desafio do campeão olímpico
Recordista mundial dos 50m livre (20s91) e dos 100m livre (46s91), com tempos alcançados em 2009, Cesar Cielo tem no Maria Lenk a última chance de se garantir no Rio 2016,  já que ficou fora da final dos 100m em Palhoça, deixou o campeonato antes de nadar os 50m livre e ainda não tem índice nessas provas. 
 
Mas o campeão olímpico dos 50m em Pequim 2008 – que também conquistou o bronze nos 100m em Pequim e nos 50m em Londres 2012 -  enfrenta um desafio ainda maior que os índices estabelecidos pela FINA. Como só podem ir aos Jogos, em cada prova individual, dois atletas por país, Cesar terá que superar os companheiros de seleção que já fizeram tempos abaixo do índice.
 
No caso dos 50m livre, o índice FINA é 22s27, mas Bruno Fratus fez 21s50 em Palhoça e Ítalo Duarte, 22s08. Isso significa que Cielo terá que ser pelo menos mais rápido que Ítalo para estar nessa prova no Rio 2016.  Mais três nadadores (Marcelo Chierighini - 22s17, Matheus Santana - 22s17 e Henrique Martins - 22s25) nadaram abaixo do índice no torneio de dezembro, e todos eles ainda têm a chance de melhorar as marcas no Maria Lenk. No caso do revezamento, vão os quatro mais rápidos. 
 
A situação dos 100m livre não é muito diferente. O índice FINA é 48s99, mas Nicolas Oliveira - 48s41, Matheus Santana - 48s71, Marcelo Chierighini - 48s72  e Alan Vitória - 48s96 superaram a marca em Palhoça.
 
Thiago Pereira fora dos 400m medley
Outro medalhista olímpico brasileiro, Thiago Pereira não vai lutar pelo índice nos 400m medley, prova que lhe rendeu a prata em Londres 2012. Ele não está inscrito nessa prova no Maria Lenk. O maior medalhista de Jogos Pan-Americanos da história – 23 pódios, sendo 15 ouros – já tem o índice olímpico para os 200m medley.
 
Programação do Troféu Maria Lenk 2016
-Eliminatórias a partir de 9h30
-Finais a partir de 17h30 até o dia 19, e a partir de 17h no dia 20
 
Sexta-feira (15.04)
400m medley masculino
100m borboleta feminino
400m livre masculino
400m medley feminino
100m peito masculino
 
Sábado (16.04)
100m costas feminino
200m livre masculino
100m peito feminino
100m costas masculino
400m livre feminino
 
Domingo (17.04)
200m livre feminino
200m borboleta masculino
200m medley feminino
 
Segunda-feira (18.04)
100m livre masculino
200m borboleta feminino
200m peito masculino
 
Terça-feira (19.04)
100m livre feminino
200m costas masculino
200m peito feminino
200m medley masculino
 
Quarta-feira (20.04)
50m livre masculino
50m livre feminino
100m borboleta masculino
200m costas feminino
1500m livre masculino
800m livre feminino
 
Atletas que conquistaram índice para o Rio 2016 em Palhoça (SC)
 
50m livre masculino(22s27) 
Bruno Fratus - 21s50 / Ítalo Duarte - 22s08 / Marcelo Chierighini - 22s17 / Matheus Santana - 22s17 / Henrique Martins - 22s25 
 
50m livre feminino (25s28)
Etiene Medeiros - 24s71 / Graciele Herrmann - 24s92
 
100m livre masculino (48s99)
Nicolas Nilo Oliveira - 48s41  / Matheus Santana - 48s71 / Marcelo Chierighini - 48s72/ Alan Vitória - 48s96 
 
100m livre feminino (54s43)
Etiene Medeiros - 54s26
 
200m livre masculino (1m47s97)
Nicolas Nilo Oliveira - 1m47s09 / João de Lucca - 1m47s81
 
200m livre feminino (1m58s96)
Manuella Lyrio - 1m58s43
 
400m livre masculino (3m50s44)
Luiz Altamir Melo - 3m50s32
 
100m borboleta masculino (52s36)
Henrique Martins - 52s14 / Marcos Macedo - 52s17 / Nicholas Santos - 52s31
 
200m borboleta masculino (1m56s97)
Leonardo de Deus - 1m56s14
 
100m costas masculino (54s36)
Guilherme Guido - 53s09
 
200m costas masculino (1m58s22)
Leonardo de Deus - 1m57s43
 
100m peito masculino (1m00s57)
Felipe França - 59s56  / João Gomes Junior - 1m00s00 / Felipe Lima - 1m00s09 / Pedro Cardona - 1m00s14
 
200m peito masculino (2m11s66)
Thiago Simon - 2m11s29
 
200m medley masculino (2m00s28)
Henrique Rodrigues - 1m58s26 / Thiago Pereira - 1m58s32
 
200m medley feminino (2m14s26)
Joanna Maranhão - 2m14s04
 
400m medley feminino (4m43s46)
Joanna Maranhão - 4m40s78
 
400m medley masculino (4m16s71)
Brandonn Almeida - 4m14s07
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte