Acendimento da chama olímpica, nesta quinta, marca o início simbólico dos Jogos

Publicado em Quarta, 20 Abril 2016 15:33
Foto: Roberto Castro/MEFoto: Roberto Castro/ME
 
A cidade de Olímpia parou nesta quarta-feira para assistir ao ensaio oficial da Cerimônia de Acendimento da Chama Olímpica. Com o Sítio Arqueológico tomado por crianças, turistas, curiosos e moradores, a atriz grega Katerina Lehou, acompanhada por várias sarcerdotisas, acendeu a tocha olímpica em frente ao Templo de Hera.
 
Nesta quinta (21.04), a partir das 6h (de Brasília), o tour terá o início oficial. Assim que for aceso por Lehou, o fogo olímpico será transmitido ao primeiro carregador, o ginasta grego Eleftherios Petrounias, campeão mundial das argolas na ginástica artística e medalha de prata no evento-teste da modalidade, no último fim de semana. Ele caminhará em direção ao monumento em homenagem a Pierre de Coubertin, o francês que idealizou os Jogos Olímpicos Modernos.
 
No percurso, o bicampeão olímpico Giovane Gávio, do vôlei, será o primeiro brasileiro a ter a honra de participar do revezamento. "Não vou correr. Vou fazer os 250 metros que cabe a cada condutor bem devagar. Não quero que esse momento mágico acabe rápido", diz o medalhista de ouro nos Jogos de 1992 (Barcelona) e 2004 (Atenas).  
 
Para o ministro do Esporte, Ricardo Leyser, a cerimônia, que promove a conexão entre os Jogos da Antiguidade, nascidos em Olímpia 776 a.C., e os Jogos da Modernidade, é repleta de simbolismos. “Aqui é onde tudo começou e onde os Jogos foram criados, imaginados. Na Grécia antiga, havia tréguas de três meses antes e depois dos Jogos para que os guerreiros pudessem participar”, disse Leyser, que representa o governo federal brasileiro na cerimônia.
 
Foto: Roberto Castro/MEFoto: Roberto Castro/ME
 
Exaltação às divindades
Os gregos da Antiguidade consideravam o fogo um elemento divino. A chama que ficava exposta na entrada dos principais templos, como o de Olímpia, era acesa através de raios de sol com o uso da "skaphia", um espelho côncavo. O objetivo do ritual era assegurar a pureza do fogo que queimaria permanentemente nos altares dos deuses Zeus, Héstia e Hera.
 
O Revezamento da Tocha Olímpica é um retrato das cerimônias que um dia fizeram parte dos Jogos da Antiguidade de Olímpia. A cidade, aliás, e a maneira rústica como a chama é acesa reforçam a conexão entre os Jogos da Antiguidade e os da Modernidade.
 
De mão em mão
Após rápido trajeto pela Grécia, o símbolo olímpico será entregue ao Brasil em 27 de abril, ainda na Europa. Após a travessia do Atlântico, em 3 de maio terá início, em Brasília, o revezamento pelo Brasil. O Governo do Distrito Federal já detalhou como será o evento na capital federal, com direito a rapel, canoa havaiana, ciclistas e nadadores num trajeto de 105 quilômetros.
 
“A chama vai rodar o Brasil de norte a sul, as capitais e os principais pontos turísticos”, disse Leyser. “Com certeza esse fogo vai esquentar o coração do brasileiro e fazer um aquecimento para o início dos Jogos, chamando a atenção para o esporte e para os atletas que estão chegando. O Brasil começa a entrar, finalmente, no clima olímpico”.
 
(Foto: Roberto Castro/ME)(Foto: Roberto Castro/ME)
 
Nacionalização dos Jogos
Durante a rota no Brasil, a tocha será carregada por cerca de 12 mil condutores, além de voar 10 mil milhas pelo país. O símbolo olímpico vai passar por 83 municípios escolhidos como "cidade celebração": em cada um desses locais haverá um grande evento, que inclui show musical nacional e outras atrações. Todas as capitais estão incluídas na lista.
 
O revezamento será feito, além dos carregadores, por um comboio de veículos, que deve passar por cerca de 500 localidades: 300 cidades receberão o revezamento propriamente dito e outras 200 assistirão à passagem do comboio com a chama exposta.
 
O circuito foi definido levando em conta critérios logísticos, turísticos e culturais. Além de envolver o povo brasileiro no aquecimento para os Jogos, a ideia do revezamento é contar histórias de todos os lugares do Brasil e servir como um legado de inspiração para as gerações futuras.
 
Etiene, o greco-baiano
Bem menos famoso que Giovane, outro brasileiro chamou a atenção no evento. Etiene Andrade de Jesus parecia não acreditar no que está por vir. "Moro em Pyrgos – distante 25 quilômetros de Olímpia – e terei a honra de ser a primeira pessoa a carregar a tocha na minha na cidade", disse o professor de musculação e capoeira.
 
Aos 34 anos, Etiene chegou à Grécia em 2006 e já imagina que não vai segurar a emoção durante os 250 metros em que carregar a tocha. "Representar o meu país vai ser especial. É importante ter um brasileiro, que mora aqui na Grécia, e que poderá participar de um momento tão importante", disse o baiano nascido em Porto Seguro.
 
Bicampeão olímpico Giovane Gávio será o primeiro brasileiro a carregar a tocha olímpica (Foto: Roberto Castro/ME)Bicampeão olímpico Giovane Gávio será o primeiro brasileiro a carregar a tocha olímpica (Foto: Roberto Castro/ME)
 
PROGRAMAÇÃO:
 
A Cerimônia de Acendimento da Chama Olímpica está marcada para as 12h desta quinta (6h no Brasil).  Na programação, entre outras atrações, estão previstos a execução do Hino Nacional do Brasil, recital de poemas, hasteamento de bandeiras e início do revezamento.  Veja abaixo o roteiro (horário de Brasília) da Cerimônia. 
 
6h – Cerimônia de Abertura                
 
6h07 – Hino Olímpico
- Elevação da Bandeira Olímpica
- Hino Nacional do Brasil
- Elevação da bandeira brasileira
 
6h11 – Hino Nacional da Grécia
- Elevação da bandeira grega
- "A Luz de Olympia " , poema Takis Doxas recitado por Yiannis Stankoglou
- Fala de autoridades
 
6h23 – Discurso do Presidente do Comitê Olímpico Grego, Spyros Capralos
 
6h26 – Entrada dos oficiais cadastrados no Templo de Hera
 
6h32 – Cerimônia de Acendimento no Templo de Hera
 
- Entrada da Alta Sacerdotisa e das Sacerdotisas no Estádio Antigo com a chama olímpica
- Apresentação cultural das sacerdotisas
 
6h50 – Entrega da Chama Olímpica pela Alta Sacerdotisa ao primeiro carregador da tocha
- Partida do primeiro carregador, o ginasta grego Eleftherios Petrounias, para o Monumento a Pierre de Coubertin. (o primeiro brasileiro será o ex-jogador de vôlei Giovane Gávio)
- Abertura do Revezamento da Tocha Olímpica
 
 
 
Rafael Brais e Carlos Eduardo Cândido, de Olímpia (Grécia)
Ascom – Ministério do Esporte