No trajeto rumo ao Brasil, tour da tocha colore a Grécia de verde e amarelo

Publicado em Segunda, 25 Abril 2016 09:52
Foto: Roberto Castro/MEFoto: Roberto Castro/ME
 
Enquanto a tocha olímpica percorria neste domingo (24.04) as ruas da cidade de Thessaloniki, o economista Dimitri Solomonidis tentava o melhor ângulo para registrar o momento. Trajado com uma camisa com a bandeira brasileira, o fã declarado de esporte é um dos melhores símbolos da admiração que os gregos têm pelo Brasil e reforça a ideia de união entre os povos transmitida pelo revezamento da chama olímpica.
 
Casado com uma brasileira que conheceu em Lisboa na Eurocopa de 2004, Solomonidis e a família vão a cada dois anos ao país dos próximos Jogos Olímpicos para visitar a família brasileira, desde que a filha, de sete anos, nasceu. O Rio de Janeiro, aliás, foi uma das cidades visitadas por ele. Belo Horizonte e outros pontos nas proximidades da capital mineira também sempre estão no roteiro. "O Brasil é muito importante para mim. As pessoas são amigáveis e solidárias. Já estive lá três vezes, mas minha filha, por exemplo, foi mais. Da última vez não estava de férias e ela foi com a mãe", explicou.
 
Arriscando algumas palavras em português, idioma que obrigatoriamente treina em casa, o grego conta com satisfação como o destino uniu o casal greco-brasileiro. "É uma histórica única. Estava em Lisboa para assistir à Eurocopa 2004 e a encontrei em um restaurante. Ela estava trabalhando para uma empresa da mesma área de finanças que eu atuo", lembrou.
 
A partir dali, o namoro encurtou distâncias e o destino transformou um grego e uma brasileira em uma família. A filha Rebeca fala grego e, claro, tem incentivo para aprender a Língua Portuguesa dentro de casa. “Ela fala melhor português do que eu”, comentou. Em seguida, Solomonidis mandou uma mensagem para os brasileiros, mostrando um pouco de sua habilidade com nosso idioma. “Vocês são muito boas pessoa. Eu gosto muito. Obrigado, Brasil. Muito!”.
 

Destino Brasil
Segunda a carregar a tocha na cidade de Thessaloniki, a remadora grega Stella Koumpli, duas vezes medalhista em campeonatos mundiais, estava orgulhosa por, mesmo longe, fazer parte dos Jogos Olímpicos portando a chama que segue para o Rio. A atleta ainda não conhece o Brasil, mas planeja visitar o país. “Definitivamente seria um sonho viajar para o Brasil”, declarou. E o que ela pensa sobre os brasileiros? “São amáveis, hospitaleiros e gostam de dança”.
 
Concurso
O domingo foi movimentado na Grécia. Além de Thessaloniki, a chama olímpica passou por Serres, Chrisso, Drama, Kavala e dormiu em Alexandroupoli, onde inicia o revezamento de amanhã. No total, já foram 23 cidades visitadas no país europeu.
 
Em Kavala, cidade portuária com cerca de 63 mil habitantes, a prefeitura fez um concurso na Escola Municipal para definir os jovens que teriam a honra de carregar a tocha. O desafio foi nas redes sociais e o tema era falar sobre os Jogos Olímpicos. Uma das vencedoras foi Riala Krossynchy. Aos 16 anos, ela disse que foi difícil segurar o nervosismo. "Ali na chegada, na entrada para a prefeitura, vi toda aquela gente e fiquei nervosa", admitiu.
 
Foto: Roberto Castro/MEFoto: Roberto Castro/ME
 
Riala vai acompanhar os Jogos Rio 2016 e revelou que ama as praias brasileiras. "Vou assistir à Olimpíada pela televisão. Conheço o Rio de Janeiro só pela internet, mas sei que as praias são incríveis. Gostaria muito de conhecer Copacabana", contou, aos risos.
 
O grego Ilomel Kasaridis, também de 16 anos, brincou com a evolução das modalidades esportivas nas Olimpíadas para vencer a gincana. Apaixonado por atletismo, ele disse ter ficado impressionado com a quantidades de jornalistas internacionais acompanhando a tocha. "Legal demais. Tem gente do mundo todo aqui. Bom saber que o Brasil vai conhecer um pouco da minha cidade", finalizou.
 
Roteiro de segunda-feira:
 
- Alexandroupoli
- komotini
- Xanthi
- katerini
- Larissa
 
Foto: Roberto Castro/MEFoto: Roberto Castro/ME
 
Como será no Brasil?
Antes de chegar ao Brasil, em 3 de maio, a tocha olímpica termina o revezamento na Grécia e tem uma rápida passagem pela Suíça. Durante o trajeto em terras brasileiras, a tocha será carregada por cerca de 12 mil pessoas, além de voar 10 mil milhas pelo país. Ela passará por 83 municípios escolhidos como "cidade celebração": em cada um desses locais haverá um grande evento, que inclui show musical nacional e outras atrações. Todas as capitais estão incluídas na lista.
 
O revezamento será feito, além dos carregadores, por um comboio de veículos, que deve passar por cerca de 500 localidades: 300 cidades receberão o revezamento propriamente dito e outras 200 assistirão à passagem do comboio com a chama exposta.
 
O circuito foi definido levando em conta critérios logísticos, turísticos e culturais. Além de envolver o povo brasileiro no aquecimento para os Jogos, a ideia do revezamento é contar histórias de todos os lugares do Brasil e servir como um legado de inspiração para as gerações futuras.
 
Rafael Brais e Carlos Eduardo Cândido, de Kavala (Grécia)
Ascom – Ministério do Esporte