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Crianças e jovens movimentam Parque Olímpico da Barra de segunda a sexta
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- Publicado em Sexta, 13 Abril 2018 10:31
Thiago Lopes Aguiar, 17 anos, mora na comunidade de Asa Branca, na avenida Salvador Allende, no Rio de Janeiro. Três vezes por semana, pega capacete, luva, mochila e bicicleta e pedala por 2km na ciclovia que o leva até o Parque Olímpico da Barra. Aluno do terceiro ano do segundo grau, Thiago estuda de manhã. Quando chega da escola, pega a bicicleta e, empolgado, vai para o Velódromo considerado um dos mais velozes do mundo. O trajeto serve como aquecimento para as aulas de ciclismo no programa Esporte e Cidadania para Todos, dentro das instalações construídas para os Jogos Rio 2016.
O jovem é um dos 50 alunos que participa das aulas de ciclismo. A movimentação no Parque Olímpico da Barra não fica só no Velódromo. Durante todos os dias da semana, crianças e adolescentes participam de projetos esportivos e sociais que movimentam as arenas das 9h às 18h.
O Esporte e Cidadania para Todos é desenvolvido pela Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis) do Ministério do Esporte. Cerca de 400 alunos participam de atividades nas estruturas usadas pelos principais atletas olímpicos e paralímpicos em 2016. Os alunos participam de aulas de judô, jiu-jitsu, futsal, vôlei, basquete e ciclismo. O programa atende crianças e adolescentes de diferentes situações sociais, além da inclusão de três crianças com Síndrome de Down. As atividades são concentradas na Arena Carioca 2 e no Velódromo Olímpico.
Nas aulas de ciclismo, atletas de alto rendimento aprimoram os treinamentos ao lado de crianças que aprendem a dar as primeiras pedaladas e de adolescentes que têm a oportunidade de conhecer o esporte.
Thiago descobriu o programa por meio de um cartaz na comunidade onde mora. “Quando vi o anúncio, fiquei muito interessado. Fui correndo fazer a inscrição. No primeiro dia fui de chinelo e, claro, não pude participar. O professor orientou que eu deveria treinar no mínimo de tênis. Era uma sexta-feira. Passei o fim de semana ansioso para voltar”, recorda, ao revelar que foi uma paixão à primeira volta no Velódromo.
As aulas de ciclismo são oferecidas segundas, quartas e sextas, das 14h às 18h. Atualmente, o programa tem capacidade para 50 alunos. Para acolher as crianças, algumas bicicletas foram doadas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e outras por amigos do projeto, além das sapatilhas, capacetes, luvas e uniformes.
“A proposta é tornar o ciclismo conhecido. O programa Esporte e Cidadania para Todos garante o acesso à população ao uso de um equipamento esportivo ímpar, como o Velódromo do Rio 2016”, disse o professor de ciclismo de pista Álvaro da Costa. As aulas atendem crianças e jovens entre 6 e 21 anos.
“Os pais acompanham e ficam encantados ao ver os filhos usufruindo do equipamento. A gente consegue selecionar o pessoal que está iniciando. Teve criança que aprendeu a andar de bicicleta aqui. Outros, com mais força, conseguimos fazer um trabalho mais técnico”, revela o professor.
“É gratificante ter a oportunidade de treinar aqui. Nenhum outro lugar tem essa estrutura, e ainda perto da minha casa e com ajuda dos meus professores”, disse o jovem, que deseja seguir no ciclismo.
Para todos
Por meio de um amigo, Ângela Cassemiro ficou sabendo das atividades no Parque Olímpico. Mãe de dois filhos com idade para participar das atividades, a primeira coisa que carioca queria saber era se o programa teria condições de atender à filha Alexia, de 19 anos, com Síndrome de Down. “Eles falaram que era inclusivo mesmo, com alunos com deficiência com as outras crianças. No início, a Alexia queria o basquete, mas em função da altura, acabou optando por jiu-jitsu e futsal. Hoje, já vi desenvolvimento dela. Melhorou muito a coordenação motora, a disciplina e, principalmente, a saúde, com perda de peso. Meu outro filho, o Pedro, também gosta muito de brincar aqui”, disse Ângela.
No Rio de Janeiro, o programa foi ampliado. Vai passar de 56 para cerca de 200 núcleos. A maioria em comunidades em situação de vulnerabilidade social, a partir de parcerias com associações de moradores, que garantem acesso à prática esportiva de qualidade.
No Parque Olímpico da Barra, o programa social do Ministério do Esporte conta com três núcleos em funcionamento. Além das iniciativas, a Arena Carioca 2 dispõe de outros projetos sociais que são desenvolvidos por meio de parceiros. No último mês de fevereiro, a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) firmou acordo de cooperação com o Instituto Reação, Instituto Irmãos Nogueira e Team Águia Footvolley para garantir atividades que irão atender outras 700 crianças e adolescentes.
Do Rio de Janeiro, Breno Barros