Lauro Chaman: “Eu vivo um sonho. A Bolsa Atleta mudou a minha vida”

Publicado em Terça, 27 Agosto 2019 22:31

Por muito tempo Lauro Chaman teve que dividir a rotina diária entre planilhas de Excel, em um escritório de contabilidade, e as sapatilhas e pedaladas durante os treinos de paraciclismo. O paulista de Araraquara conciliou a rotina dupla por anos, até realizar o sonho de viver exclusivamente do esporte. Nesta terça-feira (27.08), o brasileiro conquistou a medalha de ouro na prova de perseguição C4-5 contra o colombiano Diego Dueñas, durante os Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru.

Lauro Chaman conquistou medalha de ouro na prova de perseguição. Foto: Saulo Cruz/EXEMPLUS/CPBLauro Chaman conquistou medalha de ouro na prova de perseguição. Foto: Saulo Cruz/EXEMPLUS/CPB

Lauro passou a viver do ciclismo em 2014, quando começou a receber o auxílio financeiro do programa Bolsa Pódio da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. De lá para cá, o atleta se firmou como uma das referências do paraciclismo do país. Em Lima, disputa o Parapan pela segunda vez e chegou ao terceiro ouro no megaevento.

"A gente tem um grande auxílio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e do Ministério da Cidadania. Falo que o Bolsa Atleta mudou a minha vida. Eu era um cara que pagava aluguel e que tinha que dividir os treinos com o trabalho. Hoje, graças a Deus, vivo de um sonho. Tenho uma estrutura para treinar com tranquilidade, além de garantir conforto para minha família", contou Lauro Chaman.

O ciclista conta com currículo extenso. Em 2018, conquistou o título mundial na prova de scratch no Velódromo do Rio de Janeiro. Nos Jogos de 2016, além da prata na prova de estrada, foi bronze no contrarrelógio da classe C5. O principal ano da sua carreira, no entanto, foi 2017. No Mundial de Pista de Los Angeles (EUA), subiu três vezes ao pódio: prata na perseguição individual e bronze no contrarrelógio de 1km e no scratch 15km. Meses mais tarde, foi campeão mundial de estrada e bronze no contrarrelógio em Pietermanitzburg, na África do Sul.

"Devo tudo isso ao Ministério da Cidadania, ao Bolsa Pódio, ao CPB e à Confederação Brasileira de Ciclismo. Desde quando comecei a fazer parte do programa, em 2014, eu estou até hoje. Isso mudou a minha vida e da minha família inteira", completou.

Nos Jogos Parapan de Lima, os ciclistas brasileiros correm contra os melhores atletas do mundo do ciclismo de pista. O Brasil encerrou a participação das provas do Velódromo de Videna com três medalhas. Além do pódio de Chaman, a ciclista Márcia Fanhani volta para casa com bronzes.

Mesmo conquistando ouro na prova de pista, o ciclista deixa claro que a sua especialidade é estrada. "O meu foco total mesmo é na prova de estrada e contrarrelógio. As duas provas são as que treino diariamente. Mas como a gente gosta de disputar diferentes provas, em todas que a gente entra nós brigamos por medalha para melhor representar o país. Aqui é importante para ganhar experiência e somar pontos internacionais", justificou.

Do paraciclismo para o ciclismo convencional

Aos 32 anos, Lauro Chaman experimentou neste ano representar pela primeira vez o Brasil em uma prova de ciclismo convencional. "Acabei disputando a Volta de San Juan, junto com os melhores ciclistas do mundo. Foi muito legal para mim. Venci quatro campeonatos brasileiros convencionais, três na pista, mas são provas de grupo, onde fui campeão mundial de paraciclismo. Entretanto, aqui nos Jogos Parapan-Americanos não tem a prova, que é a scratch, na classe 4-5", explicou.

Segundo Chaman, as provas convencionais ajudam na preparação para o paraciclismo. "Na categoria C5, todos os seus atletas competem pelos seus países na categoria convencional também. Tenho alguns adversários que correm até em equipes profissionais. É muito diferente quando a gente está correndo com as equipes profissionais", comentou.

Márcia Fanhani conquistou medalha de bronze no contrarrelógio. Fotos: Saulo Cruz/EXEMPLUS/CPBMárcia Fanhani conquistou medalha de bronze no contrarrelógio. Fotos: Saulo Cruz/EXEMPLUS/CPB

Bronze no feminino

O Brasil também conquistou uma medalha de bronze no feminino nesta terça-feira. Márcia Fanhani terminou em terceiro lugar na prova de contrarrelógio 1.000m, com o tempo de 1min16s8. Ouro e prata ficaram com as ciclistas canadenses Gagnon Bouchard, 1min15s31, e Lemiski Shibley, com 1min16s13, respectivamente.

Breno Barros, de Lima, Peru - Ascom - Ministério da Cidadania