COI elogia projeto da candidatura brasileira, que alia política de prevenção a repressão qualificada Neste sábado (2), último dia de apresentações técnicas da Candidatura Rio 2016 à Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Internacional (COI), o destaque foi para o tema Segurança. O projeto brasileiro para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 prevê ações integradas entre as três esferas de governo para coordenar medidas já existentes na cidade com as demandas do evento esportivo, bem como otimizar as oportunidades de legado dele decorrentes. "Se o Rio for escolhido cidade-sede, o trabalho de segurança pública que já existe na cidade será intensificado e realizado a miúde para os Jogos de 2016", sintetizou José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, frisando que os órgãos envolvidos no projeto da Candidatura estão "lidando com a segurança do evento de forma objetiva e transparente". O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, foi o ponto forte da apresentação. Envolvendo iniciativas de prevenção à criminalidade em comunidades cariocas e qualificação policial, entre outras medidas como habitação para os policiais, o Programa tem como foco criar um novo paradigma de segurança em todo o País. Exemplo desta nova política, que vem apresentando resultados significativos na cidade do Rio de Janeiro, está em comunidades em situação de risco social como a Cidade de Deus, na zona oeste, e o Morro Dona Marta, na zona sul. Nesta última, desde a implementação do Pronasci, os índices de criminalidade nos arredores caíram em 80%. "No ano de 2008, o Estado do Rio foi o mais beneficiado pelo Pronasci. Esse modelo começa a dar uma virada na segurança da cidade", afirmou o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, complementando que as ações integradas desenvolvidas pelos governos federal, estadual e municipal impactam sobretudo na juventude carioca, que será o principal público e o mais beneficiado pelos Jogos de 2016. Entre os fatores de inclusão social considerados fundamentais para a construção da cultura de paz, o esporte, como destacou Balestreri, está intimamente ligado com a prevenção à violência. "Através de parceria entre o Ministério do Esporte e o Ministério da Justiça, o Pronasci investe em atividades socioesportivas para os adolescentes e jovens", disse. O secretário destacou ainda a educação como chave do novo conceito de segurança na cidade. "O Rio de Janeiro tem hoje, por conta do Programa, 27 mil policiais e guardas municipais recebendo do governo federal uma bolsa-formação adicional para aprofundarem seus estudos em cidadania e direitos humanos. Além disso, temos cinco universidades no Rio oferecendo cursos de pós-graduação gratuitos com mais de 350 policiais inscritos, que estão se tornando especialistas em segurança pública", pontuou. "Não temos dúvida de que o legado dos Jogos contribuirá para o eixo da Candidatura, que é a transformação social, tornando não só o Rio de Janeiro, mas todo o País, mais seguro", finalizou Carlos Alberto Gomes, coordenador de Operações da Comissão Especial de Segurança da Secretaria Nacional de Segurança Pública. A presidente da Comissão de Avaliação do COI, Nawal El Moutawakel, avaliou, em coletiva de Imprensa, as informações técnicas que o grupo recebeu hoje: "O Comitê nos assegurou que tudo que for necessário será feito para fazer do Rio uma cidade segura para realizar os Jogos", afirmou a presidente, lembrando a apresentação realizada sobre as ações em curso na cidade pela coordenadora de Policiamento Comunitário no morro Dona Marta, Pricila Oliveira. Diretor executivo do COI e integrante da Comissão que visitou o Rio, Gilbert Felli complementou: "Nós ficamos muito surpresos com a apresentação que tivemos esta manhã sobre a nova maneira de se trabalhar a segurança no Brasil e com os esforços do governo brasileiro, que já apontam algum sucesso". Texto: Priscila Novaes Ministério do Esporte no Rio 2016