Em sua primeira luta, Mayra Aguiar (-78kg) venceu a italiana Assunta Galeone e seguiu para enfrentar a holandesa Marhinde Verkerk na caminho pelo ouro. A brasileira, porém, não conseguiu desenvolver sua luta e foi vencida por imobilização. Na primeira luta da repescagem, Mayra enfrentou a ucraniana Viktoriia Turks e venceu, também por imobilização. A luta pelo bronze foi contra a canadense Catherine Roberge. Após luta equilibrada, Mayra encaixou, no minuto final, um belo golpe e venceu por ippon. Foi a quarta medalha do Brasil no Mundial do Rio de Janeiro.

Após o pódio, ainda emocionada com sua terceira medalha em mundiais, Mayra explicou que perder uma luta e ter de voltar para tentar a repescagem é o grande desafio do judoca em uma competição. "Perder uma luta é muito difícil, ainda mais porque eu estava com muita gana, muito vontade de ganhar. É complicado ter que esquecer e entrar em uma nova competição", afirmou, referindo-se à fase da repescagem no torneio. A atleta, que treina no Sogipa, não estava em plenas condições físicas devido a uma lesão no punho, da qual se recupera. Para ela, é preciso ter superação ao entrar no tatame. "Dor não tem como não sentir. Nesse esporte a gente convive com isso. É superação.Tem que esquecer. A gente amarrou (o punho), fez o que deu para fazer e na hora não senti nada", lembrou. "O primeiro tiro foi dado e não deu certo. Eu tinha mais uma munição e não dava para deixar escapar essa medalha", disse.

Mayra comentou também sobre a correção dos erros que cometeu no Mundial e sua preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. "Acho que a cabeça estava nervosa e o corpo travou. Não dá para ser assim. Meu foco são as Olimpíadas de 2016, em casa, e tenho que arrumar tudo o que tenho que arrumar, e vai dar certo. Hoje pesou um pouco a cabeça, e tenho certeza de que não vai mais acontecer", apostou.

Outros brasileiros
Mais dois brasileiros que lutaram hoje ficaram sem medalhas. Eduardo Santos, da categoria até 90 kg, não passou de sua primeira luta no Mundial. Perdeu para o sueco Joakim Dvarby por imobilização e foi eliminado do torneio, sem chances de repescagem. Santos foi convocado de última hora para o lugar de Tiago Camilo, que foi cortado do torneio por contusão.

O pouco tempo para recuperação de outros torneios o prejudicou. "A preparação foi boa, mas cansei um pouco do fim e errei a pegada na manga do adversário. Não tive uma sequência ideal na preparação física e não cheguei condicionado como deveria", afirmou. "Agora é me preparar para a próxima. Vou tentar focar nas competições principais para chegar mais longe e estar bem para 2016", disse.

Maria Portela (-70kg) estreou com vitória no tatame contra a dinamarquesa Emilie Sook. Na segunda rodada, a brasileira passou pela atleta do Cazaquistão Dinara Kudarova. Na terceira luta, Maria perdeu para a sul-koreana Ye-Sul Hwang e seguiu para a respescagem em busca do bronze. Na briga pelo pódio, a brasileira enfrentou a atual campeã olímpica Lucie Decosse. Após empate no tempo regulamentar, a francesa levou a melhor no ponto de ouro (golden score) e tirou a chance de medalha de Maria Portela.

Após a derrota, a judoca do Brasil, que está na lista de contemplados do Bolsa Pódio, reconheceu o erro e garantiu que não faltou empenho na competição. "A vontade era tão grande que acabei errando. Eu tentei uma entrada com a perna e ela só varreu", disse, referindo-se ao golpe que levou. "Sabia que ia ser difícil, mas estava prepara fisicamente, psicologicamente e com a cabeça focada. Faz parte (a derrota). Não vou baixar a cabeça. Em 2016 podem ter certeza de que vou estar naquele pódio", prometeu.

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Rafael Brais, do Rio de Janeiro
Foto: Francisco Medeiros
Ascom - Ministério do Esporte
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