O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, encerrou, nesta sexta-feira (07), o Seminário Sul-Americano de Combate à Violência nos Eventos de Futebol. Durante dois dias, o Memorial da América Latina, em São Paulo, serviu de espaço para que especialistas e pesquisadores da Colômbia, Peru, Argentina, Equador, entre outros países, além de representantes de torcidas organizadas, discutissem medidas para promover a paz nos estádios e trocassem experiências e pesquisas sobre as legislações vigentes em cada país, bem como questões de segurança e comportamento de torcedores.

Para o ministro, o encontro é uma grande oportunidade para aprofundar as discussões sobre o tema e apontar caminhos para minimizar os problemas ainda existentes. "É preciso enfrentar esse debate como parte de um fenômeno da sociedade. A violência não existe só dentro dos estádios. Por isso, a discussão não deve ser por banir torcida dessa grande festa popular. É preciso agregar os agentes envolvidos e pensar a questão como um todo. Nisso, esse seminário é fundamental", avaliou Aldo Rebelo.

Mais do que um intercâmbio de experiências entre autoridades do assunto, o seminário originará um livro com as contribuições dos debatedores, além de uma Carta Sul-Americana de Intenções de Intercâmbio e Colaboração na Prevenção da Violência no Futebol. Também será criada uma Rede Nacional e Sul-Americana dos pesquisadores de legislação e segurança em espetáculos esportivos, assim como da violência relacionada ao futebol.

O Diretor Nacional de Defesa dos Direitos do Torcedor, Paulo Castilho, apresentou o conjunto de medidas que o ministério tem trabalhado para aprimorar a legislação brasileira e reforçar a segurança do torcedor dentro e fora dos estádios. Entre as ações estão o levantamento das condições dos estádios com capacidade igual ou superior a 10 mil lugares para que se possa melhorar as condições de segurança, conforto e acesso aos estádios e a implantação da Comissão Nacional de Prevenção da Violência e Segurança nos Espetáculos Esportivos (Conseg) para nortear a política preventiva em todo o Brasil.

O diretor destacou ainda o Estatuto do Torcedor. "Estamos concluindo a regulamentação do estatuto, que neste ano completa dez anos, com normas mais rígidas. Também estamos trabalhando em outras frentes em prol da defesa dos direitos do torcedor, como a integração das torcidas organizadas em seminários e aperfeiçoamento da legislação. Queremos, com isso, alcançar níveis satisfatórios de controle da violência no futebol e melhorar o conforto, segurança e acessibilidade do torcedor do Brasil como um todo", finalizou Castilho.

O secretário nacional de Futebol e Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento, que fez a abertura do evento, defendeu a ocorrência anual desses encontros - sugestão que foi bem recebida por todos os participantes.