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Ministério avalia resultados de programa para fortalecer a mulher no esporte
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- Publicado em Terça, 16 Outubro 2012 15:49
No Brasil, em uma população de mais de 206 milhões de habitantes, mais da metade é formada por mulheres (52%). No mercado de trabalho, o número se repete: 52,4% mulheres estão empregadas, enquanto, para os homens, o número é de 76,6%. Em lideranças de entidades esportivas brasileiras, porém, como federações e comitês Olímpico e Paralímpico, menos de 1% dos cargos de dirigentes são ocupados por mulheres e a proporção se repete em outros países. Para mudar essa realidade, garantir a equidade da prática esportiva e dar a oportunidade para que as mulheres insiram-se em postos de diretoria no esporte, o Departamento de Estado dos Estados Unidos, em parceria com a espnW (vertente da empresa de comunicação esportiva ESPN voltada para a mulher) e colaboração da Universidade do Tennessee, desenvolveram o Global Sports Mentoring Program. Sob o lema "Strong women, better world" (Mulheres fortes, mundo melhor), o programa se baseia no conceito de aprendizado que prevê a troca de conhecimento e experiência por meio de tutores individuais. A representante brasileira que foi selecionada para participar da iniciativa foi a diretora do Departamento de Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério do Esporte, Cássia Damiani, que passou pelo período de um mês de imersão sob a tutoria da diretora de marketing da Proctler & Gamble na América no Norte, Julie Eddleman.
O resultado do período de estudo foi a elaboração de um projeto, com ações voltadas para entidades públicas, sociedade civil e em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres, que visa introduzir diversas iniciativas para garantir o acesso e empoderamento de mulheres brasileiras nas áreas de gestão e prática esportiva. Segundo a diretora do Ministério do Esporte, o plano de ações se alinha à agenda política nacional apresentada pelo Brasil e pela presidenta Dilma Rousseff de equiparar as oportunidades entre gêneros. "Essa é uma preocupação da presidenta e também do Ministério do Esporte. Logo no início de sua gestão, o ministro Aldo Rebelo criou uma coordenação específica para tratar da questão do futebol feminino. A presença das mulheres no esporte foi discutida na Conferência Nacional de Políticas para Mulheres e na Conferência Nacional do Esporte", disse Cássia.
"Não há país desenvolvido sem que haja igualdade em oportunidades para homens e mulheres. Atualmente, a mulher não participa dos cargos de liderança nas mesmas condições. É necessária a autonomia de gênero para o empoderamento e a emancipação da mulher, com apoio dos homens. Isso repercute inclusive na economia", avaliou a diretora.
A expectativa é realizar, no próximo ano, um seminário interno, reunindo o Ministério do Esporte, a Secretaria de Políticas para Mulheres, lideranças de movimentos sociais e intelectuais para debater a participação das mulheres no esporte. O seminário será incluído na programação do Ano Nacional do Esporte Feminino, projeto de lei da deputada Luci Choinacki (PT/SC) que institui 2013 o ano das mulheres no esporte e está em fase de tramitação na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
Modelo norte-americano
A inspiração para o projeto elaborado por Cássia Damiani veio do modelo legislativo norte-americano de incentivo à prática esportiva, denominado Title IX. Entre as medidas adotadas pelos Estados Unidos, está a aplicação igualitária de recursos no esporte escolar para meninos e meninas. As medidas de incentivo completaram, em junho de 2012, 40 anos de execução e apresentam resultados consistentes. Segundo o Departamento Americano de Educação da Women?s Sports Foundation, houve um aumento de uma em cada 27 meninas, em 1972, para duas em cada cinco, em 2006, na prática de esporte feminino no ensino médio.
Nos dois últimos anos, o número alcançou sua maior marca: 41% dos praticantes de atividades esportivas nas escolas são mulheres, número bem mais expressivo do que os 36% registrados 20 anos atrás. Além disso, em alguns estados americanos, como Oklahoma, a participação no esporte escolar chega a ultrapassar a masculina.
"Os Estados Unidos foram para as Olimpíadas de Londres com uma delegação que tinha mais mulheres do que homens. Elas conquistaram mais medalhas e foram importantes na colocação do país no ranking olímpico. Isso não é espontâneo. É fruto de um trabalho e de uma série de medidas que geraram a formação de mais mulheres no esporte", ressaltou Cássia Damiani.
"O objetivo, agora, é consolidar essas medidas, que envolvem mídia, entidades esportivas e o apoio dos órgãos públicos e da população junto às instituições científicas para que, em 2016, possamos anunciar os resultados disso, tanto no alto rendimento quanto no esporte de lazer e educacional".
A empresa
A Procter & Gamble reúne um conglomerado de empresas de alimentos, produtos de higiene e de limpeza, entre outros produtos. Oitenta e seis por cento da produção da empresa é voltada para o público feminino. A presidente da P&G, a brasileira Melanie Healey - que também acompanhou a participação nacional no Global Sports Mentoring Program -, foi incluída pela revista Forbes entre as 11 mulheres mais poderosas do mundo na área de negócios.
No esporte, a empresa patrocina há dez anos os Jogos Olímpicos e patrocinou mais de 150 atletas que competiram em Londres, incluindo a seleção brasileira feminina de vôlei medalha de ouro. Entre as ações da empresa para promover a equidade entre homens e mulheres, está um plano interno de incentivo à gênero conduzido pelo Comitê Diversidade, que também tem ações voltadas para LGBT, hispânicos e afrodescendentes.
O Global Sports Mentoring Program foi voltado para 17 países considerados emergentes. Da América Latina, além do Brasil, participou a Colômbia. Os demais países participantes foram: Austrália, China, Egito, Índia, Indonésia, Jamaica, Quênia, Macedônia, Nigéria, Filipinas, Rússia, Ruanda, Tajiquistão, Zâmbia e Zimbábue. Entre as mulheres selecionadas pelo projeto, estão representantes de comitês olímpícos, jornalistas, técnicas de seleções, árbitras, atletas e outras mulheres que ocupam cargos ligados ao esporte.
Cássia Damiani foi escolhida após uma seleção de currículos e entrevista que, em sua segunda fase, foi disputado por 30 profissionais de todo o mundo. A diretora é Professora da Universidade Federal do Ceará, Mestre em Educação e também tem experiência em gestão esportiva estadual, no governo de Mato Grosso. Sua escolha pelo Departamento de Estado norte-americano foi referendada pelo Ministério do Esporte e pela Presidência da República.
Paula Braga
Foto: Arquivo pessoal
Ascom - Ministério do Esporte
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O resultado do período de estudo foi a elaboração de um projeto, com ações voltadas para entidades públicas, sociedade civil e em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres, que visa introduzir diversas iniciativas para garantir o acesso e empoderamento de mulheres brasileiras nas áreas de gestão e prática esportiva. Segundo a diretora do Ministério do Esporte, o plano de ações se alinha à agenda política nacional apresentada pelo Brasil e pela presidenta Dilma Rousseff de equiparar as oportunidades entre gêneros. "Essa é uma preocupação da presidenta e também do Ministério do Esporte. Logo no início de sua gestão, o ministro Aldo Rebelo criou uma coordenação específica para tratar da questão do futebol feminino. A presença das mulheres no esporte foi discutida na Conferência Nacional de Políticas para Mulheres e na Conferência Nacional do Esporte", disse Cássia.
"Não há país desenvolvido sem que haja igualdade em oportunidades para homens e mulheres. Atualmente, a mulher não participa dos cargos de liderança nas mesmas condições. É necessária a autonomia de gênero para o empoderamento e a emancipação da mulher, com apoio dos homens. Isso repercute inclusive na economia", avaliou a diretora.
A expectativa é realizar, no próximo ano, um seminário interno, reunindo o Ministério do Esporte, a Secretaria de Políticas para Mulheres, lideranças de movimentos sociais e intelectuais para debater a participação das mulheres no esporte. O seminário será incluído na programação do Ano Nacional do Esporte Feminino, projeto de lei da deputada Luci Choinacki (PT/SC) que institui 2013 o ano das mulheres no esporte e está em fase de tramitação na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
Modelo norte-americano
A inspiração para o projeto elaborado por Cássia Damiani veio do modelo legislativo norte-americano de incentivo à prática esportiva, denominado Title IX. Entre as medidas adotadas pelos Estados Unidos, está a aplicação igualitária de recursos no esporte escolar para meninos e meninas. As medidas de incentivo completaram, em junho de 2012, 40 anos de execução e apresentam resultados consistentes. Segundo o Departamento Americano de Educação da Women?s Sports Foundation, houve um aumento de uma em cada 27 meninas, em 1972, para duas em cada cinco, em 2006, na prática de esporte feminino no ensino médio.
Nos dois últimos anos, o número alcançou sua maior marca: 41% dos praticantes de atividades esportivas nas escolas são mulheres, número bem mais expressivo do que os 36% registrados 20 anos atrás. Além disso, em alguns estados americanos, como Oklahoma, a participação no esporte escolar chega a ultrapassar a masculina.
"Os Estados Unidos foram para as Olimpíadas de Londres com uma delegação que tinha mais mulheres do que homens. Elas conquistaram mais medalhas e foram importantes na colocação do país no ranking olímpico. Isso não é espontâneo. É fruto de um trabalho e de uma série de medidas que geraram a formação de mais mulheres no esporte", ressaltou Cássia Damiani.
"O objetivo, agora, é consolidar essas medidas, que envolvem mídia, entidades esportivas e o apoio dos órgãos públicos e da população junto às instituições científicas para que, em 2016, possamos anunciar os resultados disso, tanto no alto rendimento quanto no esporte de lazer e educacional".
A empresa
A Procter & Gamble reúne um conglomerado de empresas de alimentos, produtos de higiene e de limpeza, entre outros produtos. Oitenta e seis por cento da produção da empresa é voltada para o público feminino. A presidente da P&G, a brasileira Melanie Healey - que também acompanhou a participação nacional no Global Sports Mentoring Program -, foi incluída pela revista Forbes entre as 11 mulheres mais poderosas do mundo na área de negócios.
No esporte, a empresa patrocina há dez anos os Jogos Olímpicos e patrocinou mais de 150 atletas que competiram em Londres, incluindo a seleção brasileira feminina de vôlei medalha de ouro. Entre as ações da empresa para promover a equidade entre homens e mulheres, está um plano interno de incentivo à gênero conduzido pelo Comitê Diversidade, que também tem ações voltadas para LGBT, hispânicos e afrodescendentes.
O Global Sports Mentoring Program foi voltado para 17 países considerados emergentes. Da América Latina, além do Brasil, participou a Colômbia. Os demais países participantes foram: Austrália, China, Egito, Índia, Indonésia, Jamaica, Quênia, Macedônia, Nigéria, Filipinas, Rússia, Ruanda, Tajiquistão, Zâmbia e Zimbábue. Entre as mulheres selecionadas pelo projeto, estão representantes de comitês olímpícos, jornalistas, técnicas de seleções, árbitras, atletas e outras mulheres que ocupam cargos ligados ao esporte.
Cássia Damiani foi escolhida após uma seleção de currículos e entrevista que, em sua segunda fase, foi disputado por 30 profissionais de todo o mundo. A diretora é Professora da Universidade Federal do Ceará, Mestre em Educação e também tem experiência em gestão esportiva estadual, no governo de Mato Grosso. Sua escolha pelo Departamento de Estado norte-americano foi referendada pelo Ministério do Esporte e pela Presidência da República.
Paula Braga
Foto: Arquivo pessoal
Ascom - Ministério do Esporte
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