Ministério do Esporte Presidente da Confef propõe nova interpretação no ranking de medalhas
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Presidente da Confef propõe nova interpretação no ranking de medalhas

Os Jogos Olímpicos de Londres chegaram ao fim e pela primeira vez a América do Sul está prestes a receber a maior competição multiesportiva do mundo em 2016, no Rio de Janeiro. O desempenho de uma nação no evento é mensurado, ao fim de cada edição, de acordo com a colocação no quadro de medalhas. O presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Jorge Steinhilber, chama a atenção ao fato de não existir uma regra oficial do Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre o ranqueamento das medalhas conquistadas pelos atletas durante as Olimpíadas.

Segundo o professor, a Carta Olímpica Internacional é explicita quanto à relação dos Jogos com os atletas. "Eu tenho levado às pessoas que devemos respeitar o que está na Carta Olímpica Internacional. Ou seja, informar para o público e para as pessoas o número de medalhistas. Tanto faz se o pódio for um ouro, prata ou bronze, ou nos esportes coletivos ou individuais", explica.

O portal do Ministério do Esporte entrevistou o presidente do Confef sobre ranqueamento olímpico. Confira a entrevista:

ME - Quem estabeleceu o ranqueamento atual dos países baseado no critério de medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos?

A mídia norte-americana, que inventou o modelo na década de 1950, por causa do conflito da Guerra Fria com a Rússia. Eles não tinham interesse em esportes coletivos, porque a vocação deles eram os esportes individuais, como atletismo, natação, ginástica, etc. Esse ranqueamento não existe oficialmente e até hoje a nossa mídia copia o modelo.

ME - O que diz a Carta Olímpica Internacional?


Primeiro, gostaria de deixar claro que não existe nenhuma regra do Comitê Olímpico Internacional (COI) e nem na Carta Olímpica Internacional. A carta é clara e não permite o ranqueamento de países. O importante é a medalha e o atleta. Se o importante é o atleta e a medalha, temos que considerar que no vôlei são distribuídas 12 medalhas e não, uma.

ME - Por que o sistema de contagem de medalhas utilizado pela imprensa internacional é equivocado?

A visão do Confef é uma questão de justiça, democracia e ética. Nosso entendimento é que há uma injustiça com os esportes coletivos. Por essa razão, consideramos uma distorção o quadro de medalhas estabelecido pela mídia.

Nos esportes coletivos, em vez de se contar o número de atletas que receberam medalhas, conta-se apenas como uma medalha no quadro. No vôlei só se conta uma medalha, mas 12 atletas sobem ao pódio. Por que temos que contar uma só? Se levarmos como base esse conceito, quantas medalhas o país conquistou nos Jogos Olímpicos de Londres? O Brasil voltou para casa com 59 medalhas de fato e não, com as 17 divulgadas. Entendo que devemos respeitar a Carta Olímpica e passar a valorizar os 59 atletas brasileiros que receberam medalhas. Não é mudar o processo, até porque não existe uma regra. Neste ano o Brasil ficou em 22º pelo quadro de medalhas de ouro, 16º pelo somatório de medalhas, considerando os esportes coletivos com uma, e no 12º lugar, se somássemos as 59 medalhas conquistadas.

ME - Nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, a imprensa norte-americana mudou a classificação final dos países de acordo com a conveniência deles. Isso explica que não tem padrão de mensurar as medalhas?

Em 2008, os Estados Unidos mudaram a regra de contagem porque a China ganhou mais medalhas de ouro do que eles. Você vê que, na verdade, não existe essa regra. Agora que vamos sediar os Jogos Olímpicos, é a hora de propor uma contagem mais justa e democrática. Estamos fazendo isso por uma questão de interpretação. A Carta Olímpica nos permite isso: valorizar a medalha, e não, o ranqueamento de países.

ME - Então, a intenção é valorizar os esportes coletivos?

Sugiro apenas que se respeite a Carta Olímpica no sentido de somar as medalhas. Em segundo lugar, que se faça um investimento em todos os esportes. Pela lógica atual, devemos investir mais em esporte individual do que nos esportes coletivos. Porque, de fato, com o dinheiro que você gasta para preparar uma equipe de 12 jogadores de vôlei para tirar uma medalha, é muito melhor pegar esse dinheiro e investir em 12 atletas diferentes para conquistar três ou quatro medalhas. É uma lógica perversa. A lógica que estamos trazendo é para resguardar a cultura brasileira, porque nós somos cultura de esportes coletivos: handebol, vôlei, futebol, basquete. Nós vamos mudar uma cultura só para disputar os esportes individuais?


Breno Barros
Foto: Alaor Filho/AGIF/COB
Ascom - Ministério do Esporte
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