Ministério do Esporte lança fábrica de jogos de dama no interior da Bahia

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Publicado em Sexta, 11 Abril 2008 16:20

Em Conceição do Jacuípe (BA) a fábrica de jogos de xadrez que emprega cerca de 40 moradores, garantindo uma renda que varia entre um salário mínimo a R$ 1,6 mil, não é mais a única unidade de produção de material esportivo do Ministério do Esporte a aquecer o mercado e o comercio local. A partir de agora, a cidade com alto índice de desemprego - dos 27 mil habitantes 10 mil estão sem trabalhar - tem motivos para comemorar. Está funcionando a pleno vapor, a primeira fábrica de jogos de damas do governo federal, assegurando emprego para mais 14 famílias. A ação tem como gestora a Associação Cultural Jacuipense. De acordo com Alírio Dantas de Azêvedo Filho, presidente da associação, em menos de dois meses foram produzidos 16,6 mil jogos de damas. "Os tabuleiros são feitos com plástico sintético, enquanto que as peças nas cores branco e preto são de polipropileno", explica. O secretário Nacional de Esporte Educacional, Júlio Filgueira, informa que a produção dos jogos de dama será destinada aos núcleos do programa Segundo Tempo no país , onde são atendidos cerca de 1,1 milhão de estudantes carentes. "Assim como o xadrez, a dama será o mais novo esporte praticado em todos os núcleos", garante Filgueira, ao anunciar que a distribuição começa ainda este mês. A meta é produzir 150 mil jogos de damas num período de 18 meses. Para realizar o trabalho a cooperativa recebeu recursos do Ministério do Esporte no valor de R$ 746.874,00. No caso da produção dos jogos de xadrez, o convênio também determina a mesma quantidade de confecção de jogos (150 mil) e igual prazo para entrega (18 meses). Os investimentos nesse caso são de R$ 1.068.603,40. Criatividade gera economia De acordo com Wadson Ribeiro, secretário Executivo do Ministério do Esporte, a diferença dos valores destinados aos dois convênios resulta em economia aos cofres públicos. "Não foi necessária a aquisição de novos equipamentos para a fabricação dos jogos de damas, pois os maquinários utilizados para a confecção dos kits de xadrez são os mesmos", afirma, ao justificar que as duas fábricas funcionam na sede da Associação e as atividades ocorrem em horários alternados. As duas fábricas oferecem carga horária de seis horas por dia aos funcionários em três turnos de serviço: de 6h às 16h e de 12h às 18h (fábrica de kits de xadrez) e de 21h às 3h, (fábrica de jogos de damas). Os novos trabalhadores participaram de treinamento profissional feito pelo Ministério do Esporte. Agora eles desempenham as funções de auxiliares de produção, gerentes e instrutores de máquina. A auxiliar de produção na fábrica de damas Hiracy Ribeiro Cerqueira estava desempregada há mais de seis anos. Ela conta que enfrentou fome e passou a depender da caridade das pessoas. "Mesmo com o pouco que tinha minha ex-sogra sempre me ajudou", recorda. Agora, graças ao emprego na fábrica e com o salário que recebe do programa, Hiracy paga as contas, comprou roupas novas para o filho e já faz planos para o futuro. "Lá em casa, arroz, feijão e carne não faltam mais na panela. Minha vida está equilibrada", assegura a cooperada explicando que agora quer voltar a estudar. Sonha em se formar em Pedagogia. Carla Belizária Ascom - Ministério do Esporte