Confirmação do Brasil como sede da Copa 2014 é uma homenagem à torcida brasileira

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Publicado em Sexta, 26 Outubro 2007 19:39

Ministro do Esporte, Orlando Silva, fala na entrevista abaixo sobre sua expectativa em relação ao Brasil ser confirmado como país-sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Temas como estrutura, melhorias dos estádios e geração de empregos são alguns dos temas abordados. Qual a sua expectativa em relação ao anúncio do Brasil como sede da Copa de 2014? A nossa expectativa é que a FIFA anuncie que a Copa de 2014 será no Brasil. Isso será uma homenagem à torcida brasileira, que é apaixonada pelo futebol. Será uma homenagem ao futebol brasileiro, que é o único pentacampeão do mundo. É também uma homenagem à América do Sul, porque todos os países do continente apóiam a candidatura brasileira. Na sua expectativa, o que o Brasil terá de retorno com a realização da Copa? A Copa do Mundo do Brasil será uma grande oportunidade para nós promovermos o Brasil no mundo, modernizarmos nossas arenas, investirmos em serviços nas cidades que receberão milhares de turistas. A competição vai ser uma grande celebração de amizade entre os países e também uma fonte importante de geração de emprego e renda para o Brasil. Quando saberemos quais serão as cidades-sede das competições? Temos 18 cidades inscritas no projeto que foi apresentado à FIFA pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Dentre elas, a FIFA escolherá dez. A CBF, com nosso apoio, tem argumentado que o ideal seriam 12 cidades, já que o Brasil é um país de grande dimensão territorial. O anúncio das cidades será feito em 2008, após uma inspeção da FIFA. Além das 10 ou 12 cidades, também serão escolhidas outras 32 que receberão as seleções. É nessas cidades que as seleções ficam hospedadas, já antes da competição, para se acostumarem ao país. Que tipo de investimentos serão necessários para a realização da Copa no Brasil? O Brasil poderá utilizar algumas arenas existentes, com reformas ou com adequações, e com certeza outras terão de ser construídas. Teremos de fazer investimentos na área de transportes, portos, aeroportos, infra-estrutura de telecomunicações, rede hoteleira, serviços de hospitalidade e nas áreas de segurança pública e saúde. Teremos também a participação do setor privado. Por exemplo: a ampliação dos leitos na rede hoteleira seguramente vai contar com a participação privada. Nas arenas esportivas, estádios, também poderemos ter investimento privado. Nós fomos procurados por várias empresas do Brasil e de fora que estão interessadas em participar dos investimentos para a Copa do Mundo. A experiência dos Jogos Pan-americanos vale para a organização da Copa do Mundo? Com certeza. A logística da Copa do Mundo é mais simples do que a dos Jogos Pan-americanos. A Copa do Mundo mobiliza um grande interesse privado e movimenta um número muito menor de atletas do que os Jogos Pan-americanos. A estrutura é mais simples, porque as delegações não ficam numa vila, mas em hotéis, e elas usam os restaurantes dos hotéis. No entanto, é preciso lembrar que a Copa atrai muito mais gente e mais atenção do mundo todo. Com a resposta positiva da Fifa, fica esquecido o sonho de o Brasil sediar as Olimpíadas? Eu aposto que o Brasil tem condição de sediar as Olimpíadas em 2016. Neste mês de outubro, na Suíça, aconteceu um seminário das sete cidades candidatas à sede dos jogos olímpicos promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). E nesse seminário a missão brasileira sentiu o eco dos Jogos Pan-americanos Rio 2007, porque boa parte dos delegados que votam no COI estavam no Rio de Janeiro e viram de perto as condições em que foi realizado o Pan-americano. E eu estou seguro de que nós teremos capacidade sim de sediar Copa e Olimpíadas nos próximos anos. O futebol brasileiro poderá ser beneficiado com a realização da Copa aqui? A copa pode ser uma oportunidade para que o futebol brasileiro aproveite o ambiente criado, as instalações que ficarão disponíveis após a copa, e se modernizem. Eu acredito que o evento pode servir para o Brasil se referenciar nas boas experiências do futebol mundial, respeitando o direito dos torcedores, valorizando nossos atletas, protegendo os clubes formadores e tendo uma gestão dos clubes e dos campeonatos mais transparente e profissional, dando seguimento à agenda que está em curso a partir de políticas implementadas pelo governo federal, pelo Ministério do Esporte. Com estádios mais adequados, mais confortáveis, mais seguros, as torcidas voltarão às arenas do futebol, trazendo um incremento de recursos para os clubes através da bilheteria. Francine Moor Ascom-Ministério do Esporte