Segundo Tempo ensina história do Pan a crianças de São Paulo

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Publicado em Sexta, 09 Março 2007 15:55

No ano em que o Rio de Janeiro se prepara para receber o maior evento esportivo da história do Brasil, os Jogos Pan-americanos, o Programa Segundo Tempo, em parceria com a Ong/Oscip Bola Pra Frente, dá um exemplo de união entre esporte e educação. Desde o início do ano, os 26 núcleos do convênio que atende 16 cidades do interior e da região metropolitana de São Paulo estão motivando cerca de 14 mil jovens a participarem de dinâmica escolar que inclui temas ligados aos Jogos Pan-americanos. A atividade extracurricular acontece na hora da recreação, dentro de cada núcleo, num espaço reservado à criatividade, denominado Cantinho da Pintura. "Nesse local, ao interagirem com os professores, os estudantes beneficiados com o esporte social do Programa Segundo do Tempo aprendem mais sobre o esporte de alto rendimento, ou seja, sobre as competições e modalidades esportivas do Pan 2007", comenta Karina Rodrigues, coordenadora geral da Bola Pra Frente, que atua por meio dos projetos Segundo Tempo, Escolinha de Basquete Karina e Faces do Brasil. A metodologia do aprendizado esportivo começa com a visita das coordenadoras de eventos, Ana Ferrari e Viviani Machado, em cada unidade do Segundo Tempo, onde as docentes fazem uma apresentação sobre o histórico e curiosidades dos Jogos Pan-americanos. "Elaboramos uma cartilha que retrata tudo isso, quando foi o primeiro Pan, em quais locais aconteceram as outras edições, entre outros detalhes", conta Ana. Elas ainda utilizam jogos criativos como caça-palavras, para crianças com até os 12 anos, e palavras cruzadas, para adolescentes acima dos 13 anos. As brincadeiras têm como meta identificar palavras e reforçar o conhecimento junto aos temas alusivos ao esporte. É na hora da pintura, segunda etapa desse trabalho, que os alunos testam seus conhecimentos. Antes, porém, as educadoras lhes apresentam modelos alusivos ao Jogos Pan-americanos, como a logomarca oficial e a mascote Cauê, em diversas situações, como por exemplo, praticando uma das modalidades dos jogos. Munidos de papel branco nas mãos, os estudantes mostram seu universo cognitivo, por meio de colagens e de pinturas com giz, lápis de cor e tinta guache. Foi o que aconteceu com o Rafael Ferreira, 13 anos, que há um ano participa do Segundo Tempo no núcleo da Praça Mogi Mirim, centro de Jaguariúna. O jovem, que tem como ídolo a bicampeã mundial de interclubes, Karina Rodrigues, disse que adora o basquete e por isso desenhou o mascote Cauê enterrando uma bola na cesta. "O Solzinho do Pan é um cara muito feliz, despojado, sorridente e tudo o que ele faz no jogo vira alegria", justificou o adolescente. Concurso interno Para motivar ainda mais os estudantes do Segundo Tempo, a Oscip Bola pra Frente promoveu uma competição simbólica como forma de incentivar ainda mais o interesse dos jovens sobre o Pan 2007. Cada núcleo vai oferecer ao primeiros colocados um kit escolar composto por caderno, lápis, borracha, lápis de cor e caneta. O segundo classificado receberá um boné e o terceiro, medalha de participação. Karina Rodrigues informa que ainda neste mês começam os torneios municipais dos núcleos do Programa Segundo Tempo e a Ong Bola pra Frente. Enquanto os alunos disputam basquete, futebol, vôlei, handebol, atletismo e xadrez, moradores das cidades-sede dos jogos poderão conhecer os trabalhos de pintura feitos por eles. A meta é expandir a mesma atividade para o tema do Parapan. "Além de contemplar no Segundo Tempo crianças com deficiências, também atuam em nossos núcleos profissionais (monitores) com deficiências visuais e físicas", revela. Histórico do Pan Versão continental dos Jogos Olímpicos, os Jogos Pan-americanos acontecem a cada quatro anos, sempre um ano antes das Olimpíadas. Sua primeira edição ocorreu 1951, em Buenos Aires, Argentina, no dia 25 de fevereiro e reuniu 2.513 atletas de 21 países e 18 modalidades. O Pan passou por cidades de todos os continentes. Do extremo Norte, como Winnipeg (Canadá), sede de duas edições do evento, 1967 e 1999; até o Sul, como Mar Del Plata (Argentina), em 1995. Os jogos também visitaram a Cidade do México (México), Chicago (Estados Unidos), Cáli (Colômbia), San Juan (Porto Rico), Caracas (Venezuela), Indianápolis (Estados Unidos), Havana (Cuba) e Santo Domingo (República Dominicana). Pela segunda vez o Brasil será sede do Pan. Em 1963, São Paulo sediou a quarta edição dos Jogos, que foram um sucesso. A cerimônia de abertura, no Estádio do Pacaembú, reuniu cerca de 40 mil pessoas. Em 50 anos de realização o evento dobrou número de países, atletas e modalidades, até tornar-se uma das principais competições do calendário esportivo mundial. A origem dos Jogos Pan-americanos deu-se em 1932 durante as Olimpíadas de Los Angeles. Inspirados pela realização, seis anos antes, dos I Jogos Centro-americanos, representantes de países latino-americanos no Comitê Olímpico Internacional (COI) propuseram a criação de uma competição envolvendo todos os países das Américas . A idéia originou, em 1940, o I Congresso Esportivo Pan-americano, em Buenos Aires que definiu para 1942, na própria capital argentina, os Jogos inaugurais. A II Guerra Mundial adiou os planos e um II Congresso Esportivo (Londres), durante as Olimpíadas de1948, reconfirmou Buenos Aires e o ano de 1951, local e data definitivos da primeira edição dos Jogos Pan-americanos. Carla Belizária Ascom - Ministério do Esporte