Debate sobre financiamento do esporte mobiliza participantes da II Conferência Nacional

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Publicado em Sábado, 06 Maio 2006 18:20

"Existem recursos para o esporte brasileiro. É preciso, no entanto, saber como acessa-los e ter capacidade de aproveita-los". Assim encaminhou sua apresentação a consultora da AFV Consultoria e Projetos, Laís Veloso, em torno do último eixo de discussão proposto para o debate entre os participantes da II Conferência Nacional do Esporte, Financiamento do Esporte. A apresentação contou também com a participação do professor da UFBA e da UNEB Augusto César Leiro e pelo presidente da Confederação Brasileira de Voleibol, Ary Graça Filho. O evento, que acontece no Espaço Marina Hall, em Brasília, teve início na quinta-feira (04/05) e a plenária de encerramento será realizada na tarde de domingo (07/05). Segundo Laís, iniciativas como a Lei de Incentivo ao Esporte, cujo projeto foi assinado pelo presidente Lula na abertura do evento, trarão mais investimentos para o setor. Conforme ela, é necessário o acompanhamento do fluxo dos recursos e a sua positiva destinação. "Cerca de R$ 1 bilhão circulou no esporte brasileiro em 2005. É preciso mapear estes recursos", afirmou. A consultora citou a importância da capacitação dos agentes para a elaboração de bons projetos e para a busca de fontes de financiamento nas mais diversas áreas. "O BNDES coloca milhões, a cada ano, a disposição para projetos nas áreas sociais, de cultura e de esportes. Em 2005, nenhum projeto da área esportiva candidatou-se", destacou. Laís aproveitou para citar possíveis fontes como convênios internacionais, parcerias, a exemplo da realizada com o Conanda, emendas orçamentárias e fundações. A questão da distribuição dos recursos foi tratada pelo professor da UFBA e da UNEB Augusto César Leiro. Segundo ele, é importante seguir critérios sociais na distribuição bem como que sejam pulverizados os recursos do setor. O professor defende a vinculação de recursos dos orçamentos dos governos para o esporte. "A responsabilidade dos governos é a de criar parcerias e incentivos, mas vai mais além. É preciso que eles se responsabilizem pela universalização do esporte em todos os cantos do Brasil", opinou. Experiência de sucesso A visão da aplicação dos recursos foi apresentada pelo presidente da Confederação Brasileira de Voleibol, Ary Graça Filho. Para ele, o sucesso na busca de financiamentos parte da credibilidade. "Os bancos, as empresas, os patrocinadores em geral, precisam acreditar que você vai entregar o produto. Temos obsessão pela credibilidade. Ela nos colocou onde estamos hoje", afirmou. Como resultado do trabalho, Ary apresentou o número de pódios em campeonatos internacionais nos últimos anos e destacou que, acima de tudo, é preciso o investimento em capacitação, o que, para o investidor, dá a certeza de que o recurso vem sendo bem aproveitado. "Hoje, eu digo para os patrocinadores que nós estamos organizados, que somos campeões mas que, acima de tudo, seremos campeões nos próximos 15 a 20 anos. Isso porque nosso superávit anual é totalmente aplicado na excelência da capacitação dos atletas", divulgou. Graça destacou ainda os investimentos realizados em conjunto com o Ministério do Esporte na construção do Centro de Desenvolvimento do Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ). "O projeto é único no mundo, é procurado por atletas e confederações dos mais diferentes países e coloca nossos meninos para treinar com os grandes nomes do vôlei no Brasil", afirmou. Após a palestra de apresentação, o tema pautou o debate dos participantes, organizados em grupos. As propostas serão definidas durante a plenária final e encaminhadas para o documento que orientará a criação do Sistema Nacional do Esporte e Lazer, tema da II Conferência.