Ministério do Esporte Xadrez nas Escolas: um xeque-mate no mau desempenho escolar dos alunos
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Xadrez nas Escolas: um xeque-mate no mau desempenho escolar dos alunos

Aluno da 1ª série do ensino médio, Jefferson Luiz Moisés do Nascimento, 14 anos, é um exemplo de perseverança e determinação. O pai é paraplégico (em decorrência de um atropelamento) e a mãe faz bicos como ajudante de cozinha num restaurante. Para superar as dificuldades do dia-a-dia, Jefferson aplica no cotidiano as virtudes ensinadas no projeto "Xadrez nas Escolas", do Ministério do Esporte. Assim como no esporte, onde aprendeu a ter paciência para estudar as jogadas no tabuleiro, Jefferson obteve resultados brilhantes na escola. Foi campeão da seletiva dos Olimpíadas Escolares Brasileiros (os antigos JEBs) de 2004 e suas notas aumentaram consideravelmente em 2005. "Pulei de oito para 10 em Matemática. Em Inglês, minha nota era 6 e obtive 9,9. Já em História, alcancei 78 dos 80 pontos - nota máxima geral da escola", comemora o estudante da Unidade Escolar João Clímaco de Almeida, uma entre as 40 contempladas com o projeto piloto "Xadrez nas Escolas", no Piauí. Os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Pernambuco também participaram dessa primeira etapa preparatória para implantação do projeto em todas as capitais brasileiras. Hoje, o projeto contempla cerca de 7,5 mil estudantes do ensino fundamental. Jefferson atribui seu rendimento escolar a um reflexo positivo do xadrez. "Esse esporte faz a gente trabalhar a inteligência e pensar no resultado de uma jogada certa ou errada - da mesma forma eu faço agora em minha vida. Me esforço para melhorar sempre porque sei que quem não estuda não pode ter um futuro melhor. Sem um diploma jamais poderei ter um bom emprego para ajudar a minha família", revela. O aluno que antes arriscava por curiosidade algumas jogadas com colegas da rua - que tem nome de herói brasileiro, "Tiradentes" - em três meses aprendeu a jogar xadrez na escola. Dos quatro mil estudantes piauienses que participaram do projeto, Jefferson foi o único da rede estadual a representar o Piauí nas Olimpíadas Escolares. A classificação no 46º lugar entre os 50 estudantes do país não lhe desanimou. "Perdi no jogo, mas realizei meu grande sonho, conhecer Brasília, a capital federal", lembra o aluno. Jefferson tem essa capacidade de não se abalar pela derrota. Assim como nas jogadas no tabuleiro de xadrez, ele acredita que "para tudo existe uma hora certa de agir". Coincidência ou não, o fato é comparado pelo enxadrista com o local onde mora: o Bairro Por Enquanto. "Sinto-me muito orgulhoso de morar aqui, da família que tenho, dos amigos e dos caminhos que o xadrez começa a abrir na minha vida. Por enquanto, a hora é de treinar, de estudar e de aguardar os resultados", pondera Jefferson. O garoto foi objeto de atenção da direção de uma escola da rede particular em Teresina, a Dom Barreto, que doou à ele uma bolsa de estudos integral e o uniforme para que ele além de estudar, continuasse a praticar o xadrez. A escola, uma das poucas da região que oferece a modalidade, resolveu ter o enxadrista em seu quadro esportivo-estudantil, mas a oportunidade não pôde ser aproveitada. "Agradeci a chance, mas não pude abraçá-la porque com a aposentadoria por invalidez do meu pai não teríamos condições de comprar o material escolar, que custa mil reais", justifica o jovem. Almiralice de Souza Castro é instrutora do projeto Xadrez nas Escolas e conta que seu aluno rompeu com a timidez e tem determinação de sobra para ajudar os colegas nas matérias em que têm dificuldades. "Além de evoluir em todas as disciplinas, Jefferson melhorou o convívio social", revela Almiralice, que também é professora de Matemática, ao assegurar que o grande desafio de Jefferson agora é alcançar notas máximas. O pai de menino, o ex-sapateiro Jacson Chaves, acredita que as conquistas do filho são reflexos do xadrez. "Ele está mais responsável em tudo o que faz", conta, acrescentado que depois dos trabalhos da escola Jefferson ainda ajuda a mãe, Maria José. "Os R$ 144 do meu plano de saúde pesam bastante no orçamento da família e precisamos do complemento de alguns bicos que ela faz", conta Jacson. Boas novas - Após avaliarem como excelente o aproveitamento escolar dos 6,4 mil estudantes que participam do projeto piloto "Xadrez nas Escolas", o Ministério do Esporte e o Ministério da Educação resolveram contemplar em 2005 mais 300 mil estudantes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Jefferson teve sua vaga garantida para continuar os treinos. Segundo Maria José, o filho Jefferson é modesto quando acredita ter apenas "um pouco de futuro no xadrez". Resta saber se a casa número 2620 da rua que tem nome de herói brasileiro (Tiradentes), no bairro Por Enquanto, num futuro próximo, será uma referência nacional de onde morou um grande atleta ou um grande estudioso brasileiro. Carla Belizária

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