Ministério do Esporte lança fábrica de bolas em São Paulo para beneficiar cerca de 320 pessoas

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Publicado em Segunda, 22 Agosto 2005 10:35

Nasce mais um pólo de produção de material esportivo a baixo custo no Brasil. Cerca de 320 pessoas - sendo 165 mulheres - do bairro Tiradentes, em São Paulo (SP), agora conseguem melhorar a renda familiar com a produção de bolas e camisetas. A nova fábrica do Programa Pintando a Cidadania funciona na zona leste de São Paulo e é a segunda do país. A fábrica foi inaugurada neste sábado (20/8), às 10h, com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Esporte, Agnelo Queiroz. Em apenas quatro meses de funcionamento, a produção já ultrapassava 70 mil camisetas. Agora, com a ampliação da fábrica de uniformes e com a inauguração da fábrica de bolas serão produzidas mais 308 mil camisetas e cerca de 16 mil bolas de cinco modalidades, totalizando cerca de 80 mil bolas. O novo ofício está movimentando a economia local. Cada trabalhadora ganha, em média, R$ 800 por mês. Todo o material produzido irá atender as crianças do Segundo Tempo - programa de inclusão social por meio da prática esportiva, mais uma iniciativa do Ministério do Esporte aplicado em todo o país e também nas escolas da rede pública de ensino. Além de garantir cidadania e renda para a comunidade, o Ministério do Esporte está conseguindo reduzir em 35% os custos de aquisição de materiais esportivos em relação ao preço de mercado. Com essa economia, o Ministério consegue beneficiar um maior número de crianças em seus programas sociais. A construção do novo núcleo só foi possível com a assinatura de um convênio entre o Ministério do Esporte e a Associação dos Mutuários e Moradores do Conjunto Santa Etelvina (Acetel/SP), no final do ano passado. O Segundo Tempo também foi implantado na comunidade, para o benefício de 5 mil crianças carentes da região, oferecendo gratuitamente acesso à prática esportiva, reforço escolar e alimentar. O presidente Lula contou que projetos como estes ajudam a mudar a história da periferia no Brasil. "Estes projetos trazem oportunidades e fazem desses jovens verdadeiros cidadãos. A população de Tiradentes está agradecida", afirmou o presidente. O ministro do Esporte falou sobre a forma com que simples projetos como estes podem transformar comunidades. "Dar oportunidade a essas pessoas produzindo material e gerando empregos é uma demonstração do que podemos fazer mesmo com poucos recursos construindo um país mais fraterno com menos desigualdades", conta o ministro que também elogiou a comunidade pela alta produtividade de material que tem apresentado. Cerca de 4 mil crianças do núcleo da Acetel estiveram presentes ao evento para receber o presidente Lula e o ministro Agnelo. Muito empolgadas, elas não saíam de perto do muro que as separava das autoridades - mas que não as impedia de dar abraços, gritar elogios e pedir autógrafos. Antes da solenidade, Agnelo Queiroz e o presidente Lula, acompanhado da primeira-dama, Marisa, fizeram questão de conhecer as fábricas do Pintando a Cidadania na Acetel. A primeira parada foi na fábrica de camisetas e bermudas, onde as costureiras do programa estavam com a produção a pleno funcionamento. O presidente cumprimentou, máquina a máquina, cada uma das trabalhadoras. Valdete Pereira, há cerca de seis meses trabalhando no programa, considera essencial a ajuda do Programa Pintando a Cidadania em Cidade Tiradentes. "Antes eu não tinha emprego ou perspectiva de viver bem. Hoje, com o dinheiro que eu ganho costurando as camisetas, eu e minha filha vivemos bem", conta Valdete. Marlene Andrade, 50 anos, quatro filhos e cinco netos, trabalha no Pintando a Cidadania desde sua implementação. Com um início de surdez se manifestando, Marlene encontra no programa a fonte de renda complementar à do marido, para o sustento dos dois filhos e do neto que moram com ela. "Estou emocionada com a visita do presidente. A oportunidade conseguir um trabalho já sendo avó faz bem não só para minha renda, mas também para minha auto-estima", afirma Marlene. Janeide Silva e Andréa de Jesus costuram bolas de diversas modalidades na fábrica inaugurada neste sábado. Entre a capacitação para o trabalho e o início da produção, as duas - e as demais pessoas empregadas na nova área de produção de materiais - já estão com a mão na massa a cerca de uma semana. "Para nós, tão importante quanto a renda proporcionada pelo programa é ter o trabalho reconhecido pelo presidente", conta Janeide. Os moradores do bairro Cidade Tiradentes prepararam presentes especiais para o presidente da república e para o ministro do Esporte. Várias histórias de sucesso, conquistadas com a ajuda do Programa Segundo Tempo e do Pintando a Cidadania foram copiladas em cartas escritas de próprio punho pelos moradores e entregues aos governantes. Caroline Coelho e Luciana Yonekawa