Ministério do Esporte Samba de Lata revoluciona comunidade quilombola na Bahia
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Samba de Lata revoluciona comunidade quilombola na Bahia

A vida de cerca de 570 crianças descendentes de quilombolas, do povoado de Tijuaçú, distrito de Senhor do Bonfim, na Bahia, passa por uma verdadeira revolução. Os jovens contempladas pelo Programa Segundo Tempo correspondem a 20% da população do povoado de 2,8 mil habitantes. Eles estão resgatando a cultura africana com a dança do Samba de Lata e com a expectativa da chegada dos esportes de caatinga. O programa de inclusão social do Ministério do Esporte oferece reforço escolar, alimentar e prática esportiva nas escolas municipais Tiguaçu e Antônio José de Souza. Segundo o pesquisador Ivomar Gitânio Silva, o povoado, mais conhecido como "uma resistência negra no semi-árido baiano", em outros tempos, reuniu mais de 8 mil afrodescendentes. "Com o êxodo rural, o número foi reduzido para pouco mais de um quarto da população. A agricultura de subsistência é a principal atividade e a maioria dos moradores não possui renda", explica. Além de esportes de quadra (volei, basquete, handebol e futsal), os alunos do Segundo Tempo desenvolvem uma atividade extracurricular desenvolvida ao som do toque de latas. Dessa forma, eles estão resgatantando a auto estima e o orgulho de serem negros. "Eles pulam, batem os pés descalços no chão do pátio da escola e cantam cantigas que abordam temas com a agricultura, a seca, a pobreza e o desemprego", relata o coordenador de núcleo, Itamar Ferreira dos Santos. A dona-de-casa, Orelita Damasceno, 32, anos, está feliz com a desenvoltura dos filhos. Desde que entraram no programa, a freqüência escolar aumentou. Mairon Santana, 11 anos, é vocalista da banda Latinha da Mamãe (banda musical composta por cerca de 8 crianças e montada com panelas e latas doadas pelos moradores do povoado) e a filha Maiúre Soane, 8 anos, virou estrela mirim do grupo de Samba de Lata. Mairon e Maiúre são tataranetos de Maria Rodrigues, uma das três escravas fundadoras do povoado de 150 anos. "É para mim um grande orgulho ter meus filhos no Segundo Tempo, desenvolvendo as mesmas atividades que nós adultos fazemos por meio da Associação Agropastoril Quilombola de Tijuaçú, apresentando o Samba de Lata em eventos festivos", revela a mãe. O cantor e a dançarina mirins estão mais unidos. Mairon ficou mais compreensivo com Maiure que por sua vez está com a auto-estima elevada. Segundo Orelita, a filha antes de freqüentar o programa era inquieta e desobediente. Agora, além de carinhosa e carismática, ela ainda se tornou uma liderança infantil no ensinamento do Samba de Lata. Maiúre melhorou 100% as notas. E é justamente em Ciências, uma das matérias que tinha mais dificuldades, que houve uma transformação. Agora, a jovem só tira nota dez na disciplina. Maiúre ainda garante que foi na Ciências que encontrou inspiração para traçar seu futuro profissional. "Quero ser médica pediatra quando crescer para cuidar das crianças do quilombo", revela, determinada. Esportes de caatinga - A parceria com a prefeitura de Senhor do Bonfim beneficia 2.400 estudantes em 12 nucleos de atendimento. Segundo o prefeito Carlos Brasileiro, a inclusão de esportes de caatinga encabeça a lista das modalidades a serem implantadas no Segundo Tempo. "A prática de provas de resistência, como a corrida de aventura, onde o participante enfrenta as diversas dificuldades da região - trilhas, espinhos de cactos e um sol de 40 graus - é um diferencial que vai promover a divulgação sócio-esportiva do semi-arido nordestino", assegura o prefeito. Para o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, tanto o Samba de Lata quanto a prática de eco-esportes possuem valor duplamente importante para o desenvolvimento dos jovens. "A preservação das raízes está sendo assegurada com a dança e a oferta de esportes ecológicos permitem uma maior integração do homem com o meio ambiente", diz. Carla Belizária

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