ONU usa esporte para resgatar valores em áreas de conflito armado

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Publicado em Segunda, 21 Junho 2004 16:14

Brasília, 18/06/2004 (Ascom/ME) - "O esporte é a ferramenta ideal para promover a paz duradoura". A afirmação é do representante da Organização das Nações Unidas (ONU) David Winiger. Ele encerrou, a pouco, a palestra "O esporte como fator de desenvolvimento", na abertura da 1ª Conferência Nacional do Esporte, em Brasília. Atualmente, a ONU mantém projetos de incentivo a prática esportiva em várias regiões do mundo, como a Costa do Marfim, Moçambique, no continente africano e em Israel e Palestina, no Oriente Médio. Em todas as experiências, realizadas com crianças que vivem em zonas de guerra ou de extremo conflito social, o esporte, segundo o representante da ONU conseguiu resgatar valores e promover o desenvolvimento. "É preciso nesse momento, em que a sociedade está pressionada por valores como o lucro, buscar alternativas para envolver as crianças e jovens, que estão excluídos", diz. Na Palestina, a ONU mantém cinco escolas de futebol que com mais de 1,2 mil alunos, israelenses e palestinos, que convivem durante as aulas. Na Costa do Marfim, crianças de rua podem freqüentar os espaços esportivos das escolas. "Dessa forma o programa tem conseguido atrair crianças de volta e reduzir a evasão escolar", explica. Em Moçambique, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) associa a pratica esportiva a iniciativas de geração de emprego e renda, por meio da fabricação de materiais esportivos. "Dessa forma é possível, que num país pobre como Moçambique, através do esporte, se possibilite a inclusão social e ao mesmo tempo crie alternativas de trabalho para a população local", diz. David Winiger cita ainda exemplos da aproximação política entre o Paquistão e Índia, após a realização de um jogo entre as seleções de críquete dos dois países, assim como ocorreu entre Coréia do Sul e Japão, após a realização da última Copa do Mundo. "Enquanto estão jogando as pessoas esquecem de tudo, e a alegria volta", explica. Mesmo populações carentes, que vivem fora de áreas de conflito armado, podem ser beneficiadas com ações de inclusão através da pratica esportivas. A última Copa do Mundo de Futebol de desabrigados reuniu 18 equipes de diferentes países. A competição, segundo Winiger, resgata a dignidade das pessoas. "Todas as pessoas querem uma vida mais segura e melhor e o esporte tem a capacidade de promover esse desenvolvimento, através da melhora da auto-estima", finaliza. Rafael Godoi
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