Ministério do Esporte Tocha olímpica passa pelo Rio e leva multidões às ruas
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Tocha olímpica passa pelo Rio e leva multidões às ruas

Um domingo de deuses e heróis, num Olimpo tropical. Coube a Daiane dos Santos, uma das maiores esperanças de medalha do Brasil nos jogos de Atenas, em agosto, e ao craque Ronaldo, símbolo da conquista do pentacampeonato da seleção brasileira, em 2002, encerrar com brilho a festa, de quase doze horas, da passagem da tocha olímpica pelo Rio de Janeiro. Uma festa que levou uma multidão às ruas e em que não faltou emoção: do público, que o tempo todo vibrou, aplaudiu e gritou os nomes de seus ídolos; e dos privilegiados condutores da chama sagrada, que exibiram orgulho e felicidade em sorrisos e acenos. Num dos momentos mais marcantes, o ex-atleta Joaquim Cruz, medalha de ouro nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, passou a tocha olímpica para a apresentadora Xuxa, no alto do Pão de Açúcar, e, como um óraculo, revelou: - Xuxa, estamos no topo do mundo. Hoje, ninguém é mais alto do que nós - disse Joaquim Cruz. Naquele instante, a chama olímpica conquistava sua cidadania carioca. Era o encontro de dois símbolos mundiais: a tocha olímpica e o Pão de Açúcar, marca registrada da cidade. Lá no alto, fotógrafos de todo o mundo registraram o encontro: a chama que veio de Atenas brilhou, com a Baía de Guanabara e o Cristo Redentor ao fundo. Sem chuva e com muito calor humano A festa das celebridades e do povo, abençoada pelo Redentor, ganhou também uma forcinha de São Pedro. A chuva, anunciada na véspera pela meteorologia, não deu as caras. Nada de água. Só o que molhou foram o suor e as lágrimas. Lágrimas como as dos heróis do boxe Acelino "Popó" Freitas, campeão mundial em duas categorias (pena e leve), e Éder Jofre, campeão mundial peso galo em 1960 e campeão mundial peso pena em 1973. Popó já chorava quando pegou a tocha na Rua Jardim Botânico, no trecho em frente ao Parque Lage. Éder Jofre também se emocionou ao conduzir o símbolo olímpico. Emoção viveu também o coordenador técnico da seleção brasileira, Zagallo, que, já no Aterro do Flamengo, etapa final do trajeto da tocha, recebeu a chama olímpica do astro do vôlei, Giovane. Durante o trecho que lhe coube, Zagallo, o maior ganhador de Copas do Mundo da história do futebol, mandou beijos para o público e fez sinal com as mãos desenhando no ar um coração. Muito aplaudido, não conteve o choro. - Zagallo, Zagallo, Zagallo - as pessoas gritavam, enquanto outras atiravam pétalas de rosa em seu caminho, como se cultuassem um Zeus vivo do futebol. Zagallo entregou a chama ao craque Ronaldinho com um beijo. Opúblico delirou. Era o ponto alto da segunda etapa do revezamento, iniciada por volta de 13h, depois de uma cerimônia no Palácio da Cidade, em que o prefeito Cesar Maia agradeceu ao povo carioca pela "bela demonstração de hospitalidade": - Agradeço ao povo carioca por fazer desta festa um acontecimento inigualável. Inigualável mesmo. Talvez por esse calor humano que o brasileiro sabe tão bem exibir. O tenista Gustavo Kuerten sentiu isso de perto. Um dos campeões de popularidade no revezamento, Guga foi ovacionado em seu percurso na Lagoa. As pessoas que acompanhavam o desfile gritavam o nome do tenista e teve até quem correu com caneta e bloco de papel para tentar um autógrafo. A demonstração de popularidade foi tanta que, ao passar a tocha para o ex-judoca Rogério Sampaio, medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, Guga foi cercado por uma multidão. Os carros de apoio que acompanhavam os condutores da tocha ficaram retidos e tiveram dificuldade para seguir Rogério Sampaio, de tanta gente que tentava abraçar Guga. - Foi uma experiência para ficar marcada. São momentos de muita alegria, reconhecimento. O que mais fica marcado é o carinho. Fiquei muito emocionado. A galera acompanhando, vivenciando a passagem, foi bem gratificante. Amanhã com certeza todo mundo vai ter um dia muito mais feliz em função dessa passagem da tocha - disse o tricampeão de Roland Garros. Em Ipanema, na orla eternizada pelos versos do poeta, a garota dourada do vôlei de praia Jaqueline Silva foi seguida por dezenas de ciclistas. O frio da areia vazia, sem sol, contrastava com a energia do asfalto ao lado. Os ex-jogadores de vôlei Bernard e Renan carregaram a chama acompanhados por flashes de máquinas fotográficas, bandeiras agitadas e gritos que saudavam o símbolo olímpico. Muita gente não se contentava em ver a tocha passar e corria ao lado dela, por alguns metros. Mais à frente, em Copacabana, foi a vez da outra garota de ouro do vôlei de praia, Sandra Pires, parceira de Jaqueline na conquista do lugar mais alto do pódio nas Olimpíadas de Atlanta (1996). Acompanhada dos céus por sete aviões da Esquadrilha da Fumaça, que faziam acrobacias e davam rasantes sobre a praia, Sandra conduziu a tocha e a entregou ao presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman. Depois de 9 horas de vôo desde a África do Sul e de acompanhar todo o percurso da tocha olímpica pelas ruas do Rio de Janeiro, Nuzman parecia cansado. Mas emocionado. Foi com a expressão feliz de quem saboreava o sucesso de um dia em que o Brasil se transformou no Olimpo que ele entregou ao capitão da seleção pentacampeã, Cafu, a chama de Atenas. Fogo se apagou três vezes Chama que não diminuiu o brilho da festa nem quando se apagou em pleno percurso. Por ironia dos deuses, em mãos de dois dos mais importantes nadadores da nossa história olímpica: Ricardo Prado, prata em Los Angeles (84), e Gustavo Borges, ganhador de três bronzes e uma prata em três olimpíadas. Com Ricardo, foi na Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa. Com Gustavo, aconteceu ao receber a tocha das mãos da modelo Daniela Cicarelli, na orla de Copacabana, em frente à Praça do Lido. Na terceira vez em que a chama se apagou, foi com a rainha Xuxa. Na festa "inigualável" a que o prefeito se referiu, foi do skatista Bob Burnquist o toque de improvisação e irreverência. Ele quebrou o protocolo ao conduzir o símbolo olímpico sobre um skate, com direito até a pequenas manobras sobre as rodinhas. Burnquist é o primeiro atleta na história do revezamento da tocha olímpica pelo mundo a usar um skate. A honra foi negada ao americano Tony Hawk, um dos ícones do esporte, na corrida de revezamento para as Olimpíadas de Inverno, em Salt Lake City, em 2002. Coisas do Rio. Coisas desse nosso jeito especial de ser olímpico. Nesta segunda, a tocha segue para o México, em peregrinação até os jogos de Atenas. Sai, certamente, diferente do que chegou. Sai com mais calor. Luiz Filipe Barboza, do Globo Online
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