Liderança Bororo usa rádio transmissor para integrar sua equipe

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Publicado em Sexta, 31 Outubro 2003 19:39

Palmas, 31/10/2003 (Ascom/ME) - A liderança Paulo Bororo, da aldeia Merure, no Mato Grosso, terra indígena homônima, inovou o convívio na aldeia olímpica dos VI Jogos Indígenas. Para facilitar a comunicação dos 40 Bororo e a organização do evento, Paulinho, como é conhecido entre seu povo, trouxe um jogo de rádio transmissor, que acionou ontem (30) pela primeira vez para saber sobre a alimentação da equipe que coordena. "Como as distâncias são grandes e todos estavam cansados da viagem, um de nós foi até a organização para saber sobre a comida, enquanto nos acomodávamos e descansávamos um pouco. Funciona também quando alguém sai para ir na praia ou andar pelos arredores e precisarmos nos comunicar", explica Paulinho, que fundou um movimento de resgate cultural com a criação de uma aldeia cultural, na terra indígena onde habitam. A liderança explicou que os participantes foram escolhidos entre aqueles que tem melhor desempeno junto a comunidade e que, principalmente, não usam bebidas alcóolicas, um dos grandes problemas enfrentados nas aldeias. Os Bororo se consideram muito preparados no futebol masculino e feminino e no cabo de guerra e acreditam que podem se destacar nessas modalidades. Apesar da corrida de tora não ser uma modalidade tradicional dos Bororo, eles decidiram participar da competição pela primeira vez. Este ano, esse esporte, praticado tradicionalmente pelos Khraô, Xerente e Apinajé, do Tocantins, Gavião Parakategê e Kyikategê e Kayapó, do Pará, Kanela e Krikati, do Maranhão e Xavante, do Mato Grosso foi incluído entre os esportes competitivos. Nas edições anteriores, a modalidade sempre foi uma das que mais empolgou as torcidas indígenas e o público em geral. Simone Cavalcante (Funai)
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