O atleta Lars Grael de volta

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Publicado em Sexta, 10 Maio 2002 10:33

SÃO PAULO Lars Grael, titular da Secretaria Nacional dos Esportes, é um velejador que tem no currículo duas medalhas olímpicas na vela, em Seul, em 1988, e em Atlanta, em 1996, na classe Tornado. E o acidente em que perdeu uma perna numa regata em Vitória, no Espírito Santo, não tirou seu entusiasmo pelo esporte. Prova disso é que ele decidiu não parar de praticá-lo, só que em outra classe, a Star. Os bons resultados obtidos por Lars e o proeiro Marco Lagoa levaram os dois a querer participar de seletivas para as Olimpíadas de Atenas, em 2004. - No mês de março, conseguimos o primeiro lugar na Semana Olímpica de Brasília, à frente do meu irmão Torben e do Marcelo Ferreira (dupla medalha de ouro em Atlanta e bronze em Sydney) - disse Lars, que ontem, em São Paulo, fez uma bateria de exames no Instituto de Avaliação Física do Esporte. - Suas condições cardiovascular e aeróbica foram avaliadas, assim como sua estrutura corporal. Para quem está parado há quase três anos, Lars teve um ótimo resultado - disse o médico Renato Lotufo. Torben ressalta resultados do irmão De hoje até domingo, Lars participará do Campeonato Brasileiro da Classe Star, na represa de Guarapiranga, no Iate Clube de Santo Amaro. Ontem, depois dos exames, foi treinar, acertar o barco, combinar estratégias com Marco Lagoa. A animação era indisfarçável. - Na classe Star, sou o timoneiro. E para esta função, é necessária muita experiência de vela e nem tanto esforço físico como a do proeiro - disse Lars. Especialista no assunto, o irmão Torben concorda. - De fato, o proeiro é mais exigido fisicamente. De qualquer forma, o Lars provou ter um poder de superação extraordinário. E não é para fazer média - diz Torben. Ele lembra a participação da dupla Lars e Lagoa na regata do 7 Distrito da Vela, no Rio de Janeiro, no mês passado. - Havia mais de 20 barcos no torneio, que para nós é mais importante que o Campeonato Brasileiro. E Lars e Lagoa chegaram no quinto lugar numa regata extremamente competitiva e que reuniu a nata da classe Star no Brasil. - disse Torben. Lars diz que Atenas é um sonho e que vai se preparar para realizá-lo. Ele não se lembra de nenhum velejador com a perna amputada que tenha participado como atleta em Jogos. - Este ano ainda terei que conciliar minhas atividades na Secretaria Nacional de Esportes com as competições de fim de semana. Mas no próximo ano, já fora do governo, vou intensificar as atividades esportivas - disse Lars. O velejador vê um crescimento na classe Star do Brasil: Agora o Torben acha muito mais graça nas competições em seu país. E isso é muito bom para ele e para a própria classe, que tende a desenvolver mais. Até o Robert Scheidt tem aparecido em torneios da Star.
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