Ministério do Esporte O jogo pesado do futebol
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O jogo pesado do futebol

Em entrevista ao JB, Ministro dos Esportes revela a guerra que trava para modernizar os clubes SONIA CARNEIRO BRASÍLIA - Na mesa do gabinete, o ministro dos Esportes e Turismo, Caio Carvalho, guarda uma velha fotografia em preto e branco. Enfileirados na tradicional posição, um grupo de atletas de fim de semana exibe orgulhoso o fardamento do time de peladas. Carvalho aparece no canto da imagem, sem uniforme, em pose de cartola. "Estava lesionado nesse jogo", justifica. "Era um ponta-direita horroroso, mas esforçado", recorda. Hoje, sobra pouco tempo para a prática do esporte. O ministro se concentra em aprovar no Congresso a lei que reforma o futebol brasileiro. É mais uma investida para fazer os clubes atuarem como empresas, a exemplo do que já foi tentado pela lei Zico e pela lei Pelé. Até agora, o projeto andou pouco. Vem sendo barrado sistematicamente pela "Bancada da Bola", o grupo de parlamentares ligados aos grandes clubes e federações. Em entrevista ao Jornal do Brasil, Carvalho adverte que o governo vai partir para pressão se a lei não for aprovada até o fim do mês. Critica, contudo, o estilo "prendo e arrebento", de alguns políticos que enfrentaram o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Caio Carvalho não cita nomes, mas a descrição desse comportamento cai sob medida para o antecessor dele no Ministério, Carlos Melles. - O governo ameaçou intervir no futebol brasileiro. Mas o próximo campeonato será organizado pela CBF, sob comando de Ricardo Teixeira. O cartola venceu a briga? Ricardo Teixeira é uma figura polêmica. Se fizermos uma pesquisa popular, vai aparecer como grande vilão do futebol brasileiro. Mas não quero fulanizar a discussão. Tenho de trabalhar dentro da lei. Os que me antecederam, adotaram o tom do "eu prendo e arrebento". Na hora H, não havia lei para prender e arrebentar. Quando você faz isso, pode, quando muito, favorecer um projeto político de curto prazo. Não acho impossível vencer o Ricardo Teixeira, mas é preciso fazer isso dentro da lei. - A Lei de Responsabilidade Social para o Futebol vai ser votada ainda este ano? O requerimento para votar em regime de urgência já existe. A bancada da bola evitou a votação. Propomos que clube que trabalha com dinheiro, com transferência de recursos, com passe, com merchandising se transforme numa empresa, ou crie uma empresa para gerir a parte comercial com transparência. Só aquele que for insano, além de bandido, pode não querer isso. As pessoas que hoje participam de conselhos deliberativos de clubes e federações, e há muitas pessoas de bem, não sabem que que são solidárias perante a lei por qualquer fraude cometida pela diretoria. - A melhor forma de resistência é não discutir e ir adiando. Exatamente. Mas quando se entra num jogo pesado, nem sempre se pode mostrar as armas. - Que tipo de armas? Quero esgotar os meios de diálogo. Se não acontecer isso, vamos agir. Quando era presidente da Embratur, nem sempre tinha instrumentos legais para fechar um hotel. Mas, de vez em quando, mandava a vigilância sanitária e dava resultado. - O senhor vai à Copa? Não é o momento de ir à Copa, não ficaria bem, embora acredite que o Felipão vai ganhar esta Copa. Porque o ministro dos Esportes não vai à Copa? Receio da companhia na arquibancada? Não dá para misturar as coisas. Os dirigentes da CBF são pessoas legalmente constituídas até que o Ministério Público ou alguém venha provar o contrário. - Porque o senhor acha que o Brasil ganha a Copa? Temos uma tradição: sempre que o Brasil saiu malhado daqui nós ganhamos. Foi assim em 62 e em 70. Imagine, em 70, o Brasil ir para uma Copa com um goleiro como o Félix, baixo, sem porte, sem nada. E o Félix acabou sendo um dos melhores goleiros da história das nossas copas. Lembro do Aymoré Moreira, que todo mundo fazia piada e foi campeão. Em58, o Feola dormia no banco e o Brasil venceu. Acho que o Felipão fez certo. Em vez de levar estrelas que pudessem desagregar, como um Jardel, que faz 42 gols na Europa, ou como um Romário, ele diz o seguinte: "O risco é meu, eu assumo". É um homem de bem, um guerreiro. Temos duas seleções que podem trabalho - Argentina e França. Com o resto, o Brasil vai jogar de igual para igual. - Que efeitos a Copa da madrugada terá na economia e no turismo? Os boêmios vão ficar mais alegres. O Ministério não vai fazer nenhuma mobilização de torcida, porque não é função de governo, mas sinto que nos clubes e nos bares os telões vão ser espalhados pelo Brasil. Vai gerar muita boemia. Quem mais vai lucrar com isso é a juventude. - Mas não há nenhum projeto para engajar o torcedor... Apoiamos um projeto da Apex, da Agência de Promoção à Exportação, que está criando na Coréia e no Japão, a torcida "Made in Brazil". Essa torcida tem o objetivo de juntar o fenômeno da Copa e o fato da presença da Seleção Brasileira na Coréia e no Japão, que são mercados interessantíssimos em termos de exportação. Como poucos brasileiros vão à Copa, queremos vestir de verde e amarelo os que vivem na Coréia e Japão. Lá, vamos montar telões para que aos brasileiros assistam aos jogos. - Só tem dois tipos de brasileiros que vão à Copa: o que ganhou o sorteio e o empresário, porque esta Copa é caríssima... Não deve haver mais do que mil brasileiros viajando para lá. E compensação, no Japão nós temos 150 mil decasseguis. Muitos não terão chances de assistir à Copa, pelo preço do ingresso e pela rigidez do contrato de trabalho e dos horários que cumprem. No entanto, estarão, certamente, em praças ou nas empresas assistindo nos telões. - Na Copa de 1998, muitos brasileiros foram lesados por agências de turismo. O governo fez algo para evitar isso? A Embratur vai agir. Na Copa da França, 8 mil torcedores viajaram e cerca de 4 mil tiveramos seus direitos violados. As operadoras venderam o que não tinham condições de entregar, que eram ingressos. Desta vez, baixamos uma portaria: os que estão vendendo ingressos para a Copa têm de apresentar garantia. A multa é muito pesada. Pode chegar a R$ 200 milhões. - O que é mais difícil: o Brasil ganhar a Copa ou o candidato do PSDB vencer a eleição à Presidência da República? O Brasil ganhar. Acredito que o (José) Serra vence a eleição. A população está muito preocupada com a economia mundial. Li no pára-choque de um caminhão uma frase que sintetiza o momento do país: "Tá ruim, mas tá bom". No fundo, o povo sabe que o mundo piorou e o Brasil melhorou, ainda que nós tenhamos mazelas, desigualdades sociais, regionais. - O candidato do governo pode capitalizar uma vitória do Brasil na Copa? Ajuda. Se o Brasil ganhar, melhora o astral do brasileiro. Ajuda o país e ajuda o candidato do governo. Como a crise provocada pelos atentados de 11 de setembro afetou o turismo brasileiro? Temos uma nova ordem mundial, sem dúvida. O Brasil tinha tudo para se aproveitar disso. Mas por conta de mesquinhez empresarial e falta de visão estratégica, não aproveitamos como deveríamos. Há 1 milhão de brasileiros que desistiram de viajar para o Exterior depois dos aten-tados. Poderiam viajar pelo Brasil, mas só cerca de 300 mil fizeram isso. Mesquinhez empresarial é exploração do turista? É. Aproveitando-se que o turista não ia para o exterior e que o cenário todo apontava para um fortalecimento do turismo doméstico, muitos subiram os preços. A crise argentina também nos afetou. Mas temos muita esperança no mercado europeu. Enquanto o argentino que vinha para cá gastava 69 dól
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