Acordos já somam US$ 1,63 bi

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Publicado em Segunda, 11 Março 2002 10:33

Além de uma profusão de reuniões e debates sobre os temas mais diversos, a 43ª reunião do BID, em Fortaleza, está deixando um rastro considerável de investimentos. Até ontem, os protocolos de intenção assinados entre a instituição e alguns órgãos já somavam US$ 1,63 bilhão, beneficiando áreas como saneamento, habitação popular, promoção social, educação, turismo e sistema viário. Do total dos recursos, o BID vai entrar com US$ 1,11 bilhão. Esse valor não inclui os US$ 400 milhões (US$ 240 milhões do banco) que vão contemplar, numa segunda fase, o Programa de Desenvolvimento do Turismo do Nordeste (Prodetur). O maior financiamento liberado pelo BID foi assinado com o governo federal. O banco vai repassar até US$ 500 milhões para o Programa Setorial de Promoção do Capital Humano (um conjunto de ações de transferência continuada de renda, como bolsas escola, alimentação ou a erradicação do trabalho infantil). Nessa linha, o Ministério da Educação conseguiu US$ 5 milhões, que vão se somar a outros US$ 4 milhões do governo federal, para o estímulo do ingresso de estudantes negros e índios nas universidades. O governo ainda conseguiu outros US$ 100 milhões do BID para Programa de Ação Social em Saneamento (Pass), cujo projeto é atender as cidades de população inferior a 50 mil habitantes com altos índices de pobreza. A Prefeitura de Fortaleza, também consolidou um empréstimo de US$ 86,2 milhões, para um projeto de US$ 143,2 milhões para aplicar na malha viária da capital. O maior beneficiário dos recursos da instituição, no entanto, foi o Banco do Nordeste (BN), que vai amealhar US$ 423 milhões para financiar pequenas e médias empresas e investir no turismo nordestino - juntando com os recursos de outros programas, o BN vai alavancar investimentos de US$ 778 milhões. Mas para o Banco do Nordeste, o protocolo mais importante foi o do Prodetur, uma reedição ampliada e melhorada de um conjunto de ações, implementadas entre 1995 e 2001, que alavancaram o turismo regional. Na segunda fase do programa serão aplicados US$ 400 milhões (60% do BID e o restante rateados entre os governos estaduais, municípios e investidores privados) beneficiando os estados da região, além do Espírito Santo e de Minas Gerais. Ao todo, estão previstos US$ 800 milhões para o Prodetur II, para investimentos em infra-estrutura, saneamento, patrimônio histórico, meio-ambiente e capacitação das populações. O entusiasmo da região com o Prodetur é compartilhado pelo presidente do BID, Enrique Iglesias, que considera uma das intervenções mais bem sucedidas da instituição no tocante a geração de emprego e renda. Pelos cálculos do BN, os US$ 670 milhões já investidos (Prodetur I), propiciaram a alavancagem de outros US$ 6,6 bilhões em investimentos privados, com a criação de 3,87 milhões de empregos diretos e indiretos. "O Prodetur é divisor de águas na história do turismo brasileiro", avalia o ministro do Esporte e Turismo, Caio Luiz de Carvalho.(D.M.)
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