Ministério do Esporte Bahia para universitários
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Bahia para universitários

Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus, oferece programa de turismo ecológico e cultural a estudantes, numa iniciativa inédita no Brasil Paloma Oliveto Da equipe do Correio Bahia = axé + coqueiro + berimbau + fitinha do Senhor do Bonfim + acarajé. A fórmula é tradicionalmente aplicada nos folhetos turísticos, que vendem a Terra de Todos os Santos com estereótipo digno de novela das oito. A Bahia tem tudo isso, sim - tirando o sotaque-boca-mole dos artistas da Globo -, mas é muito mais que uma sucursal da Jamaica regada a dendê e água de coco. Bahia também é terra de grandes escritores, de uma das biodiversidades mais ricas do país, de amplas pesquisas científicas, da maior conservação da cultura afro-brasileira. Essa é a Bahia vendida pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, que sedia um projeto inédito no Brasil de turismo científico e cultural. Mais do que uma excursão estilo "Conheça a Bahia em sete noites", o programa da Uesc é um curso de extensão de 40 horas, voltado para o público universitário. Quem adere não deixa de conhecer os mesmos pontos turísticos incluídos nos pacotes tradicionais - a diferença é que, enquanto passeiam pelos manguezais ou visitam a casa de Jorge Amado, os estudantes têm aulas ministradas por professores da universidade. Por enquanto, o intercâmbio está restrito a universitários, alunos do Ensino Médio e grupos da Terceira Idade; no caso dos dois últimos, o programa original foi adaptado. "Preferimos investir no público universitário por acreditar que esse é um tipo de turista mais qualificado", justifica a reitora da Uesc, Renée Albagli Nogueira. Mas a intenção é abrir, no futuro, o intercâmbio a qualquer pessoa interessada. Por enquanto é cedo, já que somente duas turmas participaram do projeto. Na prática, turismo eco-cultural significa conhecer com mais profundidade o lugar que se visita. É comer quibe e tomar chope no Vesúvio, sabendo que o bar e restaurante de Ilhéus, freqüentado no passado por coronéis e suas "manteúdas", inspirou várias obras de Jorge Amado. É se divertir no banho de lama da Ilha das Garças, em Canavieiras, aprendendo que nessa região ficam duas das maiores bacias hidrográficas brasileiras. É se deliciar com cacau, ao mesmo tempo em que se conhece o projeto de mapeamento genético da fruta - que visa erradicar o fungo vassoura-de-bruxa, grande vilão das fazendas produtoras do Sul da Bahia. É fazer trilhas no Ecoparque de Una, sentir a adrenalina a mil nas pontes móveis e descobrir que essa é a região da Mata Atlântica com maior biodiversidade. Programação intensa O intercâmbio eco-cultural, que tem apoio da Bahiatursa (órgão de turismo do estado), começa em Ilhéus, a terra das mulheres com cor de cravo e cheiro de canela. A cidade, que briga com Itabuna pela paternidade do escritor Jorge Amado, é a sala de aula mais apropriada da região para se aprender literatura da Costa do Cacau, história e patrimônio e cultura afro-baiana. Embora mal-conservada - a fachada do Bataclã, cabaré imortalizado por Jorge Amado, foi reformada com janelas de blindex, por exemplo -, Ilhéus é a alma do Sul da Bahia. Foi lá que teve início em solo baiano o plantio do cacau, trazido da Amazônia em 1754 por um viajante francês. Os tempos áureos da cidade, vividos principalmente na década de 1920, está retratado nos casarões e nos monumentos de Ilhéus. A história da cidade é contada pela Uesc com um passeio pelo Quarteirão Jorge Amado, que também abriga a Casa de Cultura, na qual a literatura da Costa do Cacau é dissecada por professores da universidade. Na aula, ministrada na casa em que Jorge Amado morou e hoje transformada em museu, aprende-se sobre a temática e os tipos regionais, a realidade do Sul da Bahia influenciando a ficção e a rica produção de autores locais, como Adonias Filho e Hélio Pólvora, atual diretor da Casa de Cultura Jorge Amado. Depois de um dia de imersão na literatura e no patrimônio histórico da cidade, é hora de conhecer a cultura afro-baiana, num terreiro de candomblé nagô dedicado a Oxalá, o orixá da paz e da criação. Longe de presenciar aqueles shows folclóricos para turista ver, os universitários têm uma aula com o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Baianos Regionais da Uesc, o babalorixá (pai-de-santo) Ruy do Carmo Póvoas. Professor da faculdade de Letras, Póvoas explica a fusão da cultura africana com a portuguesa, lembrando que candomblé não é apenas uma religião. "Cada terreiro é como se fosse uma miniatura da África, professando rituais que têm como matriz a cultura africana", explica. O mergulho cultural não acaba aí. A próxima parada é o Rio do Engenho, um povoado em que funcionou um engenho do século 16. Embora não haja vestígios de construções, os professores da Uesc conseguiram, por meio de documentos, reconstituir em pesquisas a localização do engenho. Lá ocorreu, em 1789, a primeira revolta de escravos brasileiros: indignados com as restrições à liberdade, eles ocuparam a fazenda e escreveram um documento com reivindicações - incluindo a de poder namorar quando quisessem -, hoje arquivado no Centro de Documentações (Cedoc) da universidade. No mesmo povoado, fica a terceira capela rural mais antiga do Brasil, datada de 1537. O dia seguinte é dedicado ao cacau, o "fruto dourado" que foi sinônimo de ascensão e declínio do Sul da Bahia. No Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), um dos principais do mundo, há 11 laboratórios que estudam, principalmente, o combate à vassoura-de-bruxa, fungo que devastou as lavouras de cacau e, conseqüentemente, a economia da região. Uma das iniciativas do centro é o desenvolvimento de clones do fruto, resistentes ao fungo. E ainda dá tempo de brincar de Renascer, a novela da Globo que tinha como cenário fazendas de cacau. Na hora de explicar como se processa a fermentação, a secagem e o armazenamento do fruto, os pesquisadores convidam os estudantes a pisar sobre o cacau, igualzinho ao que faziam os atores da história. Nas duas próximas paradas, é preciso ter fôlego e espírito aventureiro. Sempre acompanhados por professores, os universitários percorrem trilhas ecológicas em Itacaré e Una. No Ecoparque de Una, uma boa amostra da biodiversidade da Mata Atlântica, com suas espécies de bromélias e árvores milenares. Decepção só mesmo para quem espera dar de cara com o mico-leão-dourado, que habita o parque. O bichinho é um tanto arisco e detesta barulho. O gran finale é a travessia de 100m sobre quatro pontes móveis, a 20m do solo. Para Indiana Jones nenhum botar defeito. Ainda sobra tempo para conhecer a graciosa cidade de Canavieiras, onde foi filmada parte da novela da Globo Porto dos Milagres, aquela em que todo dia era dia de lua cheia. Para fechar o programa, os universitários tomam banho de lama da Ilha das Garças e estudam os manguezais e a Barra de Atalaia. SERVIÇO O programa Intercâmbio Universitário foi estruturado pela operadora Multicultural (73 231-8722). Em Brasília, o pacote é vendido pelas operadoras Interline (328-3134) e Voetur (365-1707). O programa inclui curso de 40 horas, certificado de conclusão, sete noites de hospedagem, material didático, passagem aérea, sete refeições, transporte rodoviário e fluvial, ingressos, equipamento de apoio e seguro viagem. Grupos de no mínimo dez pessoas e, no máximo, 40, podem ser formados pelos próprios estudantes ou pelas faculdades. O preço depende do hotel e do meio de transporte escolhido (há opção de pacotes rodoviários), mas
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