Ministério do Esporte Cientistas vão ajudar o turismo no Pantanal
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Cientistas vão ajudar o turismo no Pantanal

Pesca Ecológica Radiografia do Pantanal Cientistas vão fazer levantamento dos peixes para ajudar no desenvolvimento sustentável da região. A prioridade é a preservação da natureza e o respeito à comunidade. Serão gastos US$ 1,5 milhão na pesquisa até 2006 Cristina Ávila Da equipe do Correio O Pantanal tem 263 espécies identificadas de peixes, que se aventuram em saltos fora d'água, exibindo a beleza ao sol. Essa paixão de ambientalistas e pescadores brasileiros ganhará um estudo detalhado. Durante os próximos cinco anos, cientistas vão visitar rios do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para fazer um levantamento ecológico de toda região. Eles vão pesquisar meios para exploração do turismo de pesca, com a garantia de reprodução natural da fauna aquática. "Vamos ter uma tese para cada uma das principais espécies", prevê um técnico de Recursos Pesqueiros do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Neste ano, o órgão vai licitar pesquisas no valor de US$ 1,5 milhão, para serem gastos até 2006. O primeiro passo foi dado em março, quando 35 cientistas do Pantanal e de outras regiões definiram o rumo que tomarão as pesquisas: espécies e locais que serão estudados. O desenvolvimento sustentável da área - geração de renda, com preservação à natureza e respeito à comunidade - faz parte do Programa Pantanal, um acordo do governo federal e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto será executado pela empresa ou consórcio vencedor da licitação com governos do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, universidades da região e de outros estados. Refúgio Serão pesquisados três grandes rios: Paraguai, Cuiabá e Taquari. Também entrarão no levantamento os grandes lagos que se conectam aos rios. Há lagoas no Pantanal que são tão grandes que aviões monomotor chegam a voar até 30 minutos para percorrer todo o seu tamanho. A ciência ainda não sabe todo o papel que as lagoas exercem sobre a fauna marinha. Essas lagoas servem como refúgio de peixes em algumas épocas do ano. Durante fases de reprodução, eles habitam também os corixos - como o povo da região chama os igarapés ou riachos. Serão estudados os principais peixes do Pantanal. Pintado, dourado, cachara, pacu, peraputanga, piavuçu, barbado, jaú, curimbatá, tuvira e mussum. Eles querem saber as épocas de desova, locais de reprodução, fecundidade e crescimento. Serão observados os ciclos de cheias e secas da região, que comandam toda a vida pantaneira. A pesquisa chega quase atrasada. "A cada ano, o peixe de rio fica mais escasso. Está virando ouro, sumindo do mercado", afirma Nilda Maria de Moura, dona da Peixaria Popular, um dos restaurantes mais conhecidos da cozinha cuiabana. Em pleno Pantanal, ela diz que grande parte dos pratos é feita com peixes criados em tanques. "Mas a preferência da clientela é pelo peixe do rio. Tem outro sabor. É como comparar um frango de granja com um caipira, muito mais gostoso." Os cuiabanos não dispensam a comida típica nem longe de casa. "Hoje mesmo mandei para Brasília dezoito peraputangas recheadas com farofa de couve e banana da terra", conta Nilda. A preservação dos rios é também a garantia da preservação do patrimônio cultural dos dois estados pantaneiros. "Estudar os peixes é estudar todo o ecossistema", explica Leonardo Hasenclever. Os peixes são importantes na alimentação de outros animais. "E tudo depende da qualidade ambiental. O que queremos é garantir o equilíbrio ecológico. E para isso temos que conhecer o fluxo dos rios, velocidade, a qualidade da água, a saúde da natureza toda." Exploração sem controle Qualidade de vida silvestre significa qualidade de vida para as pessoas. Não apenas pelo deslumbre do crepúsculo na beira de um rio, mas também pela geração de riqueza. Garantia de comida na panela dos ribeirinhos. E dinheiro no bolso. O Mato Grosso não sabe exatamente o quanto de pessoas e dinheiro circulam no Pantanal. As pesquisas que serão feitas nos próximos cinco anos vão detalhar esses valores. Mato Grosso do Sul, no entanto, já está adiantado no Sistema de Controle de Pesca. O estado detectou sinais de exploração excessiva de peixes e está tomando providências para evitar os prejuízos. Em alguns rios a pesca está proibida. A média de captura de peixes é de 145 mil toneladas no Mato Grosso do Sul, sendo 60% pela pesca esportiva. No ano passado, passaram 1,6 milhão de turistas no estado. Eles costumam ficar quatro dias e gastar US$ 80. A estimativa do estado é que 40% deles sejam atraídos pela pesca. Segundo o secretário de Turismo e Meio Ambiente, Márcio Portocarrero, o comércio do peixe é feito por grandes frigoríficos do Sudeste. "O pescador aqui continua pobre." Portocarrero explica que o estado aos poucos está reduzindo a pesca comercial e investindo para aumentar o turismo. Atualmente, os turistas podem levar 12 quilos de peixe para casa e mais um exemplar. Até 2005, poderão levar apenas um exemplar para fora do Pantanal. "Queremos também chegar a zero de exploração comercial de peixe de rios. As indústrias que produzirem peixes em tanques terão incentivo fiscal. E o peixe retirado do rio terá uma sobretaxa. Ficará muito caro levá-lo". (CA) Para saber mais Santuário corre risco A maior planície inundável do mundo, o Pantanal, tem 138 mil quilômetros quadrados, com 65% do território em Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. Está localizado em área de influência dos rios que drenam a Bacia do Alto Paraguai. Esta bacia tem 396 mil quilômetros quadrados. Com duas estações distintas: chuvosa e seca. O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para peixes, jacarés, capivaras, ariranhas. Muitos animais ameaçados de extinção em outros locais do Brasil ainda têm populações vigorosas nesta região, como a capivara. O tuiuiú também. É a ave característica da região, de pernas longas, com corpo branco e bico comprido preto. Esse ecossistema é caracterizado por cerradões sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos (riachos). O clima é quente e úmido no verão, frio e seco no inverno. O Pantanal tem sofrido com o desmatamento ao longo dos rios e com garimpos de ouro e diamante, especialmente em Mato Grosso.
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