Ministério do Esporte Sorriso renovado
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Sorriso renovado

Medalha de ouro e recordista paraolímpica, Roseana Ferreira dos Santos, a Rosinha, ganha prótese da perna esquerda e realiza sonho de 11 anos José Cruz Da equipe do Correio Em apenas quatro anos de competição, a pernambucana Roseana Ferreira dos Santos - amputada da perna esquerda, vítima de atropelamento - ganhou 50 medalhas de ouro no lançamento do disco e no arremesso de peso. Duas dessas conquistas vieram com recordes mundiais, registrados nos Jogos Paraolímpicos de Sydney, em outubro de 2000. Resultados que fazem Rosinha, como é conhecida, ter um sorriso permanente de vencedora. Porém, o maior troféu da atleta de 33 anos chegou como um presente inesperado. ''Foram muitas promessas. Eu não acreditava mais. Agora, quando menos esperava, veio a notícia da doação da prótese que vai me deixar livre das muletas'' conta Rosinha, já em fase de adaptação ao aparelho. Em Sydney, depois das duas medalhas e recordes conquistados, o então presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, João Batista, anunciou a doação da prótese, presente de uma empresa que pediu para ficar no anonimato. Mais tarde, soube-se que se tratava do Banco do Brasil - patrocinador da equipe paraolímpica-2000. O tempo passou e as promessas também. Assim como o esporte surgiu na vida de Rosinha em decorrência do atropelamento que sofreu - ''só assim descobri meu potencial esportivo'', revela -, também a prótese chegou depois de outro acidente. Em dezembro ela fraturou o tornozelo direito quando a muleta em que apoiava o seu corpo de 1,70m e 90kg quebrou-se. Foi aí que a jornalista brasiliense Ana Cristina Costa e Silva, que acabara de filmar um curta-metragem sobre a vida de Rosinha, decidiu agir. E encontrou apoio na empresa alemã Otto Bock, uma das maiores fabricantes de próteses do mundo, atuando no mercado desde 1912. ''Escrevi para a representação da Bock no Brasil, em Campinas, e contei sobre o drama de Rosinha. No dia seguinte recebi a respostas afirmativa. Eu não acreditava'', recorda Ana Cristina. ''O problema de 11 anos estava resolvido. Acho que são estas coisas de Deus, coisas mágicas'', diz, emocionada. Fada madrinha ''Era véspera do Natal de 2001. Tininha (como é conhecida Ana Cristina) telefonou para me dar a notícia. Foi uma choradeira só. Ela é a minha fada madrinha'', reconhece Rosinha. ''Meus próximos recordes serão dedicadas a ela e a Otto Bock'', antecipa a atleta que, entre 20 e 28 de julho, estará na França disputando o Campeonato Mundial de Atletismo para deficientes físicos. A adaptação de Rosinha ao uso da prótese começou no dia 26 de fevereiro. Os primeiros resultados são positivos. ''Já dou algumas passadas'', diz ela, sorrindo sempre. ''Nada pra mim é difícil, mas é preciso paciência para me adaptar a um aparelho, pois foram 11 anos apoiada em muletas''. A prótese, na prática, terá mais efeito psicológico e estético do que de apoio aos movimentos de Rosinha no lançamento do disco ou arremesso de peso. Nas competições, ela usa um banquinho - previsto no regulamento dos atletas amputados - fabricado por seu técnico, o professor Francisco Matias. ''A prótese vai lhe dar dignidade para chegar às competições em igualdade de condições das demais atletas, que há muito tempo usam esse recurso'', conta Matias. ''Mas como ela poderia comprar um equipamento que custa perto de US$ 10 mil (cerca de R$ 23 mil)?'', indaga ele. Para Rosinha, porém, a mudança significará satisfazer outro sonho:''Sempre desejei carregar minha própria mala, nas viagens, mas as muletas me impediam. Finalmente, vou poder fazer isso''. Memória Mudança de rumos A vida de Roseane Ferreira dos Santos, a Rosinha, começou a mudar ainda em Sydney, em 2000, depois que conquistou duas medalhas de ouro, acompanhadas de recordes mundiais de arremesso de peso (9m) e de lançamento do disco (30,44m), nos Jogos Paraolímpicos de Sydney. ''Minha vida já está mudando'', repetia, com freqüência. ''Eu nunca vi tanto jornalista conversando comigo''. E, indagada se na hora de negociar com os patrocinadores os resultados de Sydney influenciariam, ela sorria: ''Vou levar as medalhas e colocar em cima da mesa para conversar melhor''. Antes de viajar para Sydney, Rosinha teve uma surpresa: recebeu patrocínio de R$ 800,00 mensais da empresa Fonte dos Tratores, de Recife e uma ajuda de custo de R$ 400,00 do Bingo Arpoador, do Rio. Hoje, além de manter esses apoios, recebe R$ 3 mil mensais do Comitê Paraolímpico Brasileiro, a exemplo dos demais medalhistas de Sydney. As medalhas que ganhou com a força de seu braço ela dedicou à mãe, Maria das Dores, e ao técnico Francisco Matias. ''Eles são os responsáveis pela minha carreira. Em segundo lugar, dedico aos meus amigos lá da Várzea (bairro onde mora, em Recife).'' Roseane estava inscrita na Paraolimpíada-2000 em mais uma prova, a de lançamento do dardo. Mas reconhecia que não tinha chances. Ela não treinou para essa prova porque o único dardo que ainda tem é de 1985, obsoleto para os padrões técnicos atuais. ''Um dardo custa R$ 600,00. Imagina onde vou conseguir arrumar esse dinheiro.'' Foi nos Jogos de Sydney que a jornalista Ana Cristina Costa e Silva conheceu Rosinha, durante uma entrevista. Nessa ocasião, interessou-se em contar a vida da atleta e, assim, surgiu Metamorfose, curta-metragem selecionado para o Festival de Recife, de 22 a 28 deste mês. (JC)
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