Ministério do Esporte O prazer que vem do lago
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O prazer que vem do lago

O espelho d'água de 38 km² que forma o Paranoá é muito mais do que um cartão postal do Distrito Federal. É uma cidade à parte, que proporciona diversão e gera empregos para milhares de brasilienseso Ullisses Campbell e Sheila Messerschmidt Da equipe do Correio São 7h da manhã. O calor do sol faz subir uma névoa na superfície do Lago Paranoá. É o primeiro abraço caloroso que a cidade recebe. Aos poucos, a vida que existe sobre as águas reaparece. Pessoas que vêm e vão em lanchas, pescadores que lançam suas redes, mergulhadores que descobrem o que há debaixo de tamanho azul. Sobre o espelho d'água de 38 km² existe uma cidade à parte, explorada por aqueles que enxergam no lago mais do que um cartão postal. São 1.200 embarcações que disputam cada espaço. Para uma cidade que tem apenas um lago artificial do tamanho do Paranoá, Brasília está deixando capitais litorâneas para trás quando o assunto é navegação. Na orla, 42 clubes e associações recreativas, além de dez restaurantes convidam os brasilienses ao lazer. Somente esses locais geram cerca de 5 mil empregos diretos e outros 4 mil indiretos, incluindo os prestadores de serviços e ambulantes. @&TAB Mas o potencial do lago é muito maior. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Recreativas (Sinclube), Nasson Antônio de Oliveira, os quadros de sócios ainda são muito elitizados. "O lago é de todos, mas para torná-lo popular, só com uma ação do governo." Há sete anos o Governo do Distrito Federal tentou democratizar esse acesso ao Paranoá. Em 1995, lançou o Projeto Orla - um complexo que envolve 11 áreas ainda desocupadas em volta do lago. A idéia seria desenvolver pólos gastronômicos e de lazer nesse espaço. Até hoje, o projeto não saiu totalmente do papel. Na semana passada, o empreendimento foi retomado, porém não tem data para a conclusão. Enquanto o Projeto Orla não vem, o piscinão do Lago Norte se transforma na coqueluche entre os que não têm acesso a lanchas e iates. Visita aos amigos Alguns privilegiados não precisam fazer muito esforço para desfrutar o que o Paranoá pode oferecer. Ricardo Abade, 25 anos, é um deles. A bela vista que tem de sua casa, na QL 10 no Lago Norte, o levou a encarar 20 minutos diários de remo. Estudante da Universidade de Brasília (UnB), ele comprou um caiaque, em 2000, e trocou o asfalto pelas águas do lago. Navegava até a universidade pelo Paranoá e economizava 10 minutos. Ganhava em qualidade de vida. Mas a experiência de Ricardo acabou. Em agosto do ano passado seu caiaque foi furtado na UnB. Agora, para não ficar distante da paisagem de Brasília que mais gosta, ele está decidido a construir uma jangada com garrafas plásticas e madeiras. "Vou colocar uma bicicleta pra funcionar como motor. Quando chegar na outra margem, saio pedalando." O empresário carioca César Castro, 39 anos, segue o exemplo do estudante. Para economizar tempo e dinheiro, vai para o trabalho de lancha. Ele mora no Lago Norte e trabalha no Setor de Clubes Sul, onde tem uma concessionária de barcos e jet-ski e mantém uma marina particular. "Não consigo imaginar Brasília sem o Lago Paranoá." Mergulho na história Mas o Paranoá esconde muitos mais do que os olhos vêem. Há exato um ano, o funcionário público José Ricardo Silva Santos, 41 anos, descobriu uma parte de Brasília onde o silêncio reina. Ele decidiu submergir no lago e ir em busca do que as águas turvas da barragem cobriam. O mergulho sempre foi um hobby para o goiano, que dos 8 aos 17 anos morou em Natal (RN). A mudança para Brasília foi o distanciamento da grande paixão. Até descobrir o Paranoá. Desde então, todos os sábados, José Ricardo e sua família se mudam para o lago. Eles podem ser encontrados a bordo do Paranoá Divers, um barco preparado pelo próprio goiano para dar apoio aos mergulhadores que quiserem experimentar um tour diferente. Em vez de estrelas-do-mar e corais, encontram-se árvores submersas e os acampamentos dos pioneiros que construíram parte da cidade. O local fica a apenas sete metros de profundidade, na parte do lago próxima à Vila Planalto. De lá, José Ricardo já retirou algumas lembranças: vidros de perfumes antigos, sapatos e até tijolos das paredes das casas. "O lago tem uma paisagem diferente, algo que você não vai encontrar em nenhum outro mergulho." Escola de velejadores A prática de esportes náuticos é um dos grandes atrativos do Lago Paranoá. O espaço é ideal para a aprendizagem da vela - uma verdadeira escola para atletas de todas as classes do iatismo, desde a optmist, a categoria para iniciantes, até os oceânicos, as maiores embarcações. Quem dá os primeiros passos no Paranoá tende a ter muita técnica. Os irmãos Lars e Torben Grael são um exemplo disso. Eles aprenderam a velejar em Brasília, foram para o Rio de Janeiro e construíram carreiras vitoriosas. Juntos, conquistaram seis medalhas olímpicas para o Brasil - Torben foi ouro em Atlanta (1996), prata em Los Angeles (1984) e bronze em Seul (1988) e Sydney (2000), todas na classe Star; e Lars foi bronze em Seul e Atlanta, na Tornado. Além disso, conquistaram vários títulos internacionais. Para um lago com 42 anos de história, são conquistas que devem ser levadas em conta. Mesmo com pouco vento, o lago é sempre aproveitado para competições importantes. No mês passado, por exemplo, foi realizada a Semana Petrobras de Vela, que reuniu as seletivas pré-olímpica e pan-americana, além da Copa da Juventude. Nas águas do Paranoá também são praticados campeonatos de remo, provas de triatlo e wakeboard, um esporte semelhante ao ski, no qual o atleta equilibra-se numa prancha. Nadadores também costumam se exercitar no lago - uma prática que deve ser desenvolvida com cuidado. As bóias de sinalização são essenciais para que os pilotos de lancha consigam avistar os atletas. Colaborou Leonardo Meireles Memória No século 19 já se previa a construção O Lago Paranoá já existia na imaginação dos pioneiros antes mesmo de Brasília ser concebida. A idéia de represar o Rio Paranoá num vale e, com o acúmulo das águas de seus afluentes, formar um lago para suprir as necessidades dos moradores vem do século 19. A própria Missão Cruls - comissão encarregada de explorar o Planalto Central em 1892 - definiu o local para ser instalado o Distrito Federal a partir de aspectos do relevo e hidrográficos. Os expedicionários destacavam a possibilidade de existência de um lago em "tempos de outrora" e previam a criação de um novo lago, a partir da construção de uma barragem. Em 1956, depois que o concurso para a criação do plano piloto foi lançado, os 26 projetos inscritos deveriam prever a existência de uma lago. Em outubro daquele ano, as obras de represamento do Rio Paranoá já haviam iniciado. Para encher o Lago, uma vila inteira, a Amauri, acabou submersa. Como o ex-presidente Juscelino Kubitschek exigia que o lago estivesse cheio no dia da inauguração de Brasília, as obras da barragem correram contra o tempo. Levaram cerca de três anos. O lago foi inundado às pressas, sem a limpeza necessária da área. Nas primeiras semanas, as águas viraram um esgoto a céu aberto. Apenas dez anos depois, o Lago Paranoá se tornou um lugar agradável. Na semana passada, o GDF lançou a ordem de serviço do Plano Diretor de Gestão e Preservação do Lago Paranoá. Trata-se do estudo mais complexo já realizado no lago esde a sua formação. Com o plano, será possível planejar o desenvolvimento do aranoá para os próximos 30 anos.
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