Ministério do Esporte SP organiza 1ª competição para negros
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SP organiza 1ª competição para negros

Federação cria Torneio Afro-Brasileiro a fim de estimular atletas e acabar com o rótulo de "esporte de brancos" GUILHERME ROSEGUINI DA REPORTAGEM LOCAL Libertar a natação do estigma de "esporte de brancos". É com esse objetivo que a Federação Aquática Paulista promoverá, no dia 11 de maio, o 1º Torneio Afro-Brasileiro, iniciativa inédita no país que busca acabar com o distanciamento dos negros das piscinas. Segundo Miguel Carlos Cagnoni, presidente da entidade que comanda a natação no Estado e idealizador do torneio, o preconceito e a desinformação estão afastando da natação uma parcela significativa dos brasileiros. De acordo com os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 47% da população do Brasil é formada por negros e pardos. "Já estava na hora de botar o dedo na ferida e discutir o assunto. Temos que acabar com essa besteira de que os negros não podem nadar por causa de diferenças genéticas. O que os afasta das piscinas são problemas socioeconômicos e o preconceito", afirmou. As "diferenças genéticas" a que Cagnoni se refere dizem respeito a teorias que afirmam que pessoas de pele escura teriam maior densidade óssea e muscular, dificultando a flutuação na água. Segundo Marcos Bernhoefit, diretor médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), contudo, os aspectos socioeconômicos pesam muito mais do que ossos e músculos. "Existem algumas estatísticas que realmente comprovam uma densidade óssea maior nos negros, mas isso não pode ser encarado como fator de exclusão. A medicina esportiva e as técnicas de treinamento podem facilmente contornar esses empecilhos. O que afasta os negros da natação é a dificuldade de acesso", disse. Na base O torneio, que será realizado no Conjunto Desportivo Baby Barioni, na capital, será dividido em duas partes: na primeira, alunos de escolas públicas de periferia convidados pela federação disputarão provas de 50 m a 200 m ao lado de atletas de clubes locais. Em determinado momento, a competição será interrompida para que expoentes da natação negra no país, como Edvaldo Valério (bronze em Sydney-2000) e Hugo Duppre (ex-recordista brasileiro e sul-americano dos 100 m borboleta), façam uma exibição. "Com a participação dos atletas de ponta, vamos mostrar aos garotos que eles também podem conquistar destaque nas piscinas. Infelizmente, ainda são poucos os negros que conseguiram espaço na modalidade", afirmou. A tese de Cagnoni encontra respaldo na história da natação. Desde os primeiros Jogos Olímpicos de Atenas, em 1896, apenas o surinamês Anthony Nesty alcançou o lugar mais alto no pódio. A façanha foi obtida em Seul-1988, quando Nesty venceu os 100 m borboleta, superando o norte-americano Matt Biondi, favorito na especialidade, por apenas um centésimo. Sua marca (53s00) figurou como recorde olímpico. Nesty, porém, já treinava na Universidade da Flórida (EUA), da qual hoje é assistente técnico, já que os 380 mil habitantes de Suriname dispunham, na época, de apenas uma piscina olímpica (50 m) e dez semi-olímpicas (25 m). O único nadador negro do Brasil a disputar uma Olimpíada foi Edvaldo Valério. Baiano de Salvador, ele fechou o revezamento 4 x 100 m livre masculino, que trouxe a medalha de bronze dos jogos de Sydney-2000 -foi a única obtida pela modalidade na Olimpíada. "Tomara que eu esteja abrindo portas para que muitos atletas negros consigam arrebentar. Não foi fácil chegar aonde cheguei, mas mostrarei que não são só membros da elite que alcançam o sucesso na natação", disse Valério. Cagnoni faz questão de frisar também que a competição não é restrita a atletas negros. "Será uma confraternização. Buscamos quebrar o preconceito com as pessoas de pele escura, mas qualquer um pode participar", disse.
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