Tesouros do Rei

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Publicado em Sexta, 01 Fevereiro 2002 12:14

Masp expõe 547 objetos, vídeos e fotos sobre a vida de Pelé, o Atleta do Século Cristiana Felippe Da equipe do Correio São Paulo - Os antigos fãs poderão rever os melhores momentos da carreira do craque. As novas gerações terão a oportunidade de, finalmente, saber o que foi o futebol-arte brasileiro, na exposição Pelé - A arte do Rei, que será aberta amanhã ao público no Museu de Arte de São Paulo (Masp). ''Pelé foi o brasileiro que levou a bandeira nacional em maior número de países e nunca será esquecido como ídolo'', disse o presidente do museu, Júlio Neves. Logo na entrada da mostra, o público tem a sensação de voltar ao passado e presenciar, ao vivo, as incríveis jogadas de Pelé. Quem não viveu essa época sente até inveja de não ter vibrado com lances tão bonitos. Um tempo onde não havia tanta violência nos estádios e a Seleção não precisava sofrer para conseguir se classificar para a Copa. Num túnel, que simula a saída do vestiário até o gramado de um estádio, os visitantes escutam antigas locuções de jogos emocionantes e vozes da torcida gritando o nome do Rei. Quando chegam ao campo podem ver uma enorme foto com o famoso Soco no Ar. O gesto foi registrado pela primeira vez em 1959, num jogo contra o Juventus. Depois, flashes de partidas históricas aparecem num telão. Há até uma arquibancada e poltronas transparentes recheadas de bolas de futebol, para as pessoas apreciarem calmamente os jogos.''Tivemos a preocupação de fazer uma exposição que atraísse o grande público e mostrasse esse artista do futebol'', afirmou o curador Romaric Buel. Nos dois andares do Masp, os visitantes poderão se divertir assistindo a filmes, vendo fotos, troféus, esculturas e objetos antigos. São 547 peças, grande parte delas trazida do acervo de Pelé, no Guarujá. Além disso, há 26 quadros inspirados no jogador, entre eles a obra Pelé, pintada por Andy Warhol e tirada do apartamento do craque em Nova York. Todo esse material recolhido pelos pesquisadores da mostra procura resgatar, principalmente, a vida do atleta até o encerramento de sua carreira, em 1977, depois de ter jogado três temporadas pelo Cosmos, de Nova York, na Liga de Futebol Americana. Do jogador eleito quatro vezes o Atleta do Século, estão expostas as camisas do tricampeonato (Copas de 1958,1962 e 1970), as chuteiras e a rede do jogo entre Santos e Vasco (2 x 1), em 1969, quando Pelé marcou, cobrando pênalti, seu milésimo gol. Também será possível relembrar a infância de Edson Arantes do Nascimento na cidade de Bauru, interior paulista. A exposição traz sua primeira bola, feita com as meias de seda de sua avó Ambrozina e sua mãe Celeste. O público verá também a caixa de engraxate, construída com caixote de bacalhau, para ajudar no sustento da família. Entre os troféus, a curiosidade é uma réplica da Taça Jules Rimet - Pelé foi o único jogador a recebê-la, em 1970. Outra curiosidade é o troféu de mais jovem campeão do mundo, nunca apresentado ao público. Foi uma homenagem da Federação Russa de Futebol, na Copa de 1958. O próprio Pelé já não sabia mais onde se encontrava essa peça. Antes desta mostra, Pelé já havia sido homenageado no Masp durante lançamento do personagem de histórias em quadrinhos Pelezinho, de Maurício de Souza. Em abril, a exposição Pelé - A Arte do Rei vai para a Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro. Depois deverá seguir para outros estados brasileiros. Grande parte dos objetos apresentados na mostra foi restaurada e poderá fazer parte de um futuro Museu do Pelé, ainda em estudo.
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