Ministério do Esporte Maioria dos brasileiros disputa Olimpíada de Inverno por acaso
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Maioria dos brasileiros disputa Olimpíada de Inverno por acaso

TATIANA CUNHA Dos 11 atletas brasileiros que participarão dos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam na próxima sexta-feira, a maioria estará em Salt Lake City por mero acaso. Muitos deles não são atletas profissionais. E os que são praticam esportes totalmente diferentes dos que disputarão nos EUA. A carioca Franziska Becskehazy é o melhor exemplo de como o acaso deu um empurrãozinho em sua carreira de atleta "gelada". Radicada na Noruega desde que se casou, Franziska engravidou e acabou engordando muito durante a gestação. A saída encontrada para perder peso foi começar a praticar o cross-country, uma espécie de caminhada na neve sobre esquis. "Aqui na Noruega o cross-country é como o futebol no Brasil", explica Franziska. Empolgada com os resultados _ela começou a treinar apenas em fevereiro do ano passado_, a carioca começou a se dedicar mais ao esporte e aumentou sua carga de treinamentos, até que um dia, durante uma conversa com amigos, surgiu a idéia de participar dos Jogos Olímpicos. "Comecei a investigar para saber o que seria necessário para ir a Salt Lake. Liguei para o COI [Comitê Olímpico Internacional" e me filiei à ABSS [Associação Brasileira de Ski e Snowboard". Aí só tive que completar cinco provas oficiais para garantir a vaga", completa Franziska, que trabalha como intérprete de conferências. Nascido na Filadélfia (EUA) e fluente em alemão, norueguês, inglês, espanhol, francês, italiano, grego, japonês, sueco, dinamarquês e holandês, Alexander Penna, filho de um brasileiro e de uma grega, também começou no cross-country por mero acaso. "Eu me mudei para a Noruega por vários motivos. Além de querer estudar, eu também adoro o frio e queria ter contato com a natureza e com os esportes de inverno. A primeira vez que pratiquei o cross-country foi com um amigo. Caí e fiquei com o olho roxo", diz Penna, em seu português pouco fluente _ele morou no Brasil apenas dos dois aos cinco anos. Depois do tombo, em fevereiro do ano passado, Penna, que chegou a ser aprovado em um teste para trabalhar no Departamento de Estado dos EUA, começou a se dedicar cada vez mais ao esporte. "Para mim é como uma meditação. Tudo é branco", explica. Foi assim que ele percebeu que tinha habilidade para o esporte e, seguindo os conselhos de um amigo, resolveu ligar para o escritório do COI em Lausanne, na Suíça, para saber o que seria necessário para participar dos Jogos. Mas, se para boa parte da delegação brasileira, a presença em Salt Lake só foi garantida depois de correr atrás do COI, do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e de resultados, para outra as coisas foram um pouco diferentes. Foi o caso dos atletas do bobsled. Acostumados às competições de decatlo e atletismo, os integrantes da equipe brasileira ficaram assustados com o primeiro convite para praticar o esporte. "Em 2000 o Eric [Maleson, fundador da Associação Brasileira de Bobsled, Squeleton e Luge" me telefonou, perguntou se eu já tinha assistido ao filme "Jamaica Abaixo de Zero" e me convidou para treinar. Na hora eu não acreditei, achei estranho, não sabia se era mesmo verdade", afirma Rodrigo Palladino, cuja especialidade são os 110 m com barreiras. Para Edson Bindilatti, outro integrante do time, o maior problema foi convencer sua mãe de que o esporte era seguro -o trenó para quatro pessoas pode chegar a 140 km/h na descida. "Como o Eric me ligou e falou do filme, eu aluguei para assistir com a minha mãe, porque eu nunca tinha visto o bobsled. Nós ficamos um pouco assustados com o que vimos, mas minha mãe acabou cedendo aos poucos", diz Bindilatti, campeão sul-americano de decatlo em 2001. Até mesmo Maleson teve um começo inesperado no esporte. "Eu estudava nos EUA e praticava esqui e snowboard. Como um amigo meu sabia que eu era apaixonado por automobilismo, sugeriu que eu tentasse o bobsled. Foi paixão à primeira vista", diz. "No começo eu encarei como uma brincadeira, mas acabei me saindo bem nos treinos e comecei a levar o esporte a sério", conta. Mais ou menos a mesma coisa aconteceu com Ricardo Raschini. Ele se mudou para os EUA para estudar e se apaixonou por esportes de inverno. Treinou esqui, snowboard e bobsled. Até que, em 1997, experimentou o luge, uma espécie de trenó em que o competidor desce deitado, com as costas para o chão, e nunca mais deixou de praticar o esporte. Talvez por culpa de todos esses acasos, esta será a maior delegação brasileira que já participou dos Jogos Olímpicos de Inverno Sem neve, atletas usam até a praia TATIANA CUNHA da Folha de S.Paulo Se os atletas brasileiros que vão a Salt Lake City percorreram mais ou menos o mesmo caminho para garantir vaga nos Jogos de Inverno, depois de classificados eles seguiram trilhas bem diferentes. Como não há neve no Brasil para que eles possam treinar, cada um se virou do jeito que pôde. A dupla brasileira no esqui, Nikolai Henstch e Mirella Arnhold, fez as malas e embarcou para a França, onde passou as últimas semanas treinando em Tignes. Alexander Penna e Franziska Becskehazy, do cross-country, que moram na Noruega, não tiveram problemas com o verão brasileiro. Os dois intensificaram as sessões de treinamentos. "Agora estou morando em Lillehammer, onde posso esquiar a qualquer momento", diz Penna. "Dependendo do dia, tenho treinado duas ou três vezes, de quatro a seis horas", completa. "Minha preparação inclui natação, bicicleta, corrida e levantamento de peso, além, é claro, do esqui", declara Franziska. Mas quem mais inovou mesmo foi o time de bobsled, que fez uma pré-temporada em Maresias, litoral norte de São Paulo. A equipe passou duas semanas na praia para melhorar o condicionamento físico. Aproveitou a areia para fazer exercícios específicos de saltos, visando melhorar a explosão muscular, muito importante para os praticantes de bobsled, esporte em que a largada é fundamental para a prova. "A areia exige um esforço maior do que as outras superfícies", explica Eric Maleson
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