A hora do turismo

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Publicado em Domingo, 31 Março 2002 10:26

Os fundamentos do turismo capixaba ganharam maior relevância após anos e anos de boas intenções, que muito nos serviram de lição. Desde o início, este Governo tem obstinadamente traçado uma política definitiva para o Turismo. Esse setor, como se sabe, é um grande negócio, em qualquer parte do mundo, e o Espírito Santo tem um enorme potencial. Mas isso não basta. Para explorar o turismo e gerar receita, o Governo tem que viabilizar estruturas de apoio. E pela primeira vez se trabalhou decididamente neste sentido, criou-se a Secretaria de Estado do Turismo e tem-se buscado instrumentos e meios para diversificar a oferta de produtos turísticos. O Espírito Santo nunca foi um destino turístico. Estamos desacostumados desta realidade. Apesar do potencial de nossas belezas naturais de mar e de montanha, não conseguimos alcançar o sucesso de um destino como tantos outros ao nosso redor. Soubemos implantar, com incentivos fiscais do Funres, uma rede hoteleira diversificada e de bom nível. Mas, infelizmente, não soubemos promover ações estruturantes para dar sustentação a essa infra-estrutura hoteleira. Bem-vindos, portanto, os novos prenúncios resultantes da inserção dos 27 municípios do Norte do ES, na área de abrangência da Adene, que passaram a usufruir dos benefícios da segunda edição do Programa de Desenvolvimento do Turismo do Nordeste (Prodetur II), graças a elaboração do ''Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico do Norte do Espírito Santo'', elaborado pela Secretaria de Estado do Turismo, com o apoio de uma consultoria especializada e de recursos do Bandes/Geres. Foi com esse estudo que fomos incluídos no Prodetur II, a exemplo de Estados nordestinos, com cerca de US$ 60 milhões para serem aplicados nos próximos quatro anos em infra-estrutura turística da região. Cabe destacar neste Programa um benefício intangível - o profissionalismo. Seja um político ou um empresário, o que se exige agora é a transparência e a fundamentação lógica em cada passo a ser dado. Se o município quer obras viárias e de saneamento, por exemplo, antes precisa elaborar um Plano Diretor Urbano (PDU) sério e reconhecido pela comunidade. Em sua segunda etapa, o Prodetur foi submetido a análise de seus erros e acertos. O BID, o Banco do Nordeste e os governos federal e estadual estão convictos de que não basta financiar estruturas físicas. É importante investir também em recursos humanos. A experiência adquirida com o Prodetur II é realmente fantástica. E a ''bola'' agora está conosco. Jamais tivemos qualquer oportunidade de virar o jogo no improviso na indústria do turismo capixaba. Ou aprendemos a jogar com profissionalismo, aproveitando os recursos do Prodetur II, ou continuaremos repetindo a mesma cantilena do ''enorme potencial''. Oxalá consigamos. LUZIA TOLEDO é secretária de Estado do Turismo
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