Ministério do Esporte O século das mulheres no esporte
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O século das mulheres no esporte

Lúcio de Castro Não foi preciso desfraldar nenhuma bandeira cor de rosa, muito menos fazer fogueira de sutiãs. Foi uma revolução silenciosa através dos anos. Silenciosa, lenta e gradual. Porém segura. E muito mais do que isso: irreversível. Da participação solitária de Maria Lenk na delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932, até o equilíbrio entre a participação feminina e masculina do Brasil em Sydney, muitas barreiras e muitos preconceitos foram derrubados até o ponto atual: em 2004, nos jogos de Atenas, pela primeira vez uma delegação brasileira poderá ter mais mulheres do que homens. É o esporte imitando a vida, um dos últimos bastiões de predominância masculina a caminho da rendição. Os números finais para 2004 dessa curva ascendente que não parou de apontar crescimento na participação feminina brasileira desde Tóquio (1964) até aqui só serão conhecidos no próprio ano olímpico. Os índices e os critérios técnicos de qualificação poderão confirmar esta tendência facilmente constatável. Fim de um preconceito Independentemente dos números e dos gráficos, o novo século já começa diferente nos esportes, com uma certeza entre tantas dúvidas e questões: nas quadras, piscinas, arenas, campos, ginásios, tatames e onde mais houver uma disputa, vai ser o século das mulheres no esporte. - Esse é um caminho sem volta. A tendência é uma participação cada vez maior das mulheres no esporte. Ainda não é possível sabermos se em Atenas vamos ter mais mulheres do que homens, isso vai depender de índices e dos critérios técnicos. Mas sabemos que este é um caminho sem volta - afirma José Roberto Perillier, superintendente técnico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). ONGs femininas têm força nos EUA Para Perillier, vários fatores respondem por essa nova realidade. - Acho que, em primeiro lugar, houve uma quebra de preconceito da própria mulher em ser atleta. Depois, em todas as modalidades, a diferença técnica diminui mais rapidamente no feminino, o que acaba sendo um grande incentivo. E também, como o número de participantes entre as mulheres ainda é menor, a possibilidade de crescimento é maior ali - diz o superintendente do COB. Nas Olimpíadas de Sydney, em que uma mulher (Sandra Pires, do vôlei de praia) foi pela primeira vez a porta-bandeira da delegação, o handebol e o basquete feminino salvaram a honra dessas modalidades no país, já que os homens desses esportes não obtiveram vaga. Apesar de todos os ventos do esporte soprarem na direção das mulheres, a luta ainda é grande. Nos Estados Unidos, organizações e entidades unem as forças femininas em torno da causa. Entre as mais representativas, está a Women Sports Foundation, fundada pela legendária tenista Billie Jean King, por Donna deVarona, nadadora que conquistou duas medalhas de ouro em Tóquio, e por Wyomia Tyus, a primeira mulher a conquistar duas medalhas de ouro seguidas nos 100m do atletismo (1964 e 1968). Com um longo caminho pela frente, trilhado em batalhas diárias. - Enquanto as portas das oportunidades foram abertas, as fontes de ajuda não são iguais ainda, seja em esportes amadores ou profissionais. Isso porque a igualdade para os sexos ainda é algo muito novo, apenas 30 anos. Essas coisas começam em casa. A primeira geração de pais e mães que acreditam que suas filhas devem ter as mesmas oportunidades que seus filhos tem esse tempo. Cultura e economia só mudam lentamente. Mas está acontecendo - afirma Rachel Hitchock, da Women Sports Foundation, em entrevista por e-mail. Luta para ganhar apoio financeiro A possível virada feminina brasileira em Atenas é ainda parte de um processo. - É uma luta longa. Precisamos de organização, pressionar em várias frentes. Desde a cobertura da imprensa até as oportunidades de participação em todos os esportes, incluindo os Jogos Olímpicos, passando pelo suporte econômico, investimentos e pressão para incrementar o acesso das mulheres nas carreiras. É preciso muita persistência para virar o jogo - diz a representante da fundação americana.. Para as mulheres, tempo de fazer valer a velha máxima de que o sexo que já foi chamado de frágil não foge à luta e marcar a história do século esportivo como o século das mulheres.
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