Ministério do Esporte Afinal, o que é ecoturismo?
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Afinal, o que é ecoturismo?

A Unesco - Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas - declarou 2002 como o Ano Internacional do Ecoturismo com o objetivo de promover essa modalidade de turismo que considera ecológica, social e politicamente correta. Nem precisava tanto. Em um mundo cada vez mais urbanizado e preocupado com a questão do meio ambiente, tudo que leve o radical "eco" em seu nome será bem-vindo. Com o turismo não é diferente. Enquanto o turismo convencional cresce 7,5% ao ano, sua modalidade mais nobre, o eco-turismo, cresce mais de 20%. E se depender da Unesco, cachoeiras, cavernas, montanhas, mares e florestas serão mais procuradas em 2002 do que nunca. Mas afinal, o que há de tão especial sobre o ecoturismo? Definido por organizações governamentais e não-governamentais (ONGs) como "um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas", o ecoturismo faz das boas intenções o seu diferencial. Ao contrário do turista convencional que, por exemplo, vai a Miami fazer compras ou a Paris ver museus, o ecoturista, por definição, estaria fazendo o bem para a natureza e para a sociedade. Só no Brasil em 2001, meio milhão de pessoas gastaram 500 milhões de reais fazendo rappel em cachoeiras, mergulhando, descendo corredeiras, observando pássaros, caminhando por trilhas, explorando cavernas e hospedando-se em eco-resorts e refúgios ecológicos. Muitas daquelas pessoas realmente acreditavam estar contribuindo para a conservação do meio ambiente e melhoria na qualidade de vida das populações locais envolvidas. Porém, é muitas vezes difícil demonstrar que alguém possa contribuir mais para a conservação do meio ambiente fazendo ecoturismo do que simplesmente ficando em casa. Do mesmo modo, nem sempre é possível demonstrar que a "promoção do bem-estar das populações envolvidas" exercido pelo ecoturismo vai além do aumento da conta bancária de proprietários de meios de hospedagem e de grandes operadoras e agências de viagens. Ne sentido, o ecoturismo segundo a definição da UNESCO não é muito mais que uma hipótese difícil de ser testada. De fato, ao levantar a bandeira das causas ambiental e social, o ecoturismo assume um compromisso nem sempre fácil de ser cumprido e expõe-se, assim, ao risco de se tornar propaganda enganosa. Para evitar enganos é preciso dar nomes aos bois e deixar claro que não basta ser "turismo-fora-da-cidade" para ser ecoturismo. É preciso classificar as diversas atividades atualmente chamadas de ecoturismo, e que são essencialmente diferentes em seus efeitos, para que o conceito original de ecoturismo não perca seu valor. Assim, deveríamos chamar de 1) Turismo de Natureza aquele que explora a beleza da paisagem natural (ex.: contemplação das Cataratas do Iguaçú), 2) Turismo de Vida Selvagem aquele que explora os recursos faunísticos (ex.: observação de pássaros no Pantanal e mergulho), 3) Turismo de Aventura aquele que consiste em atividades físicas envolvendo algum risco e feitas em paisagens relativamente naturais (ex.: escalada, rafting, exploração de cavernas) e, finalmente, 4) Ecoturismo, o legítimo, aquele cuidadosamente planejado para promover a conservação do meio ambiente, a formação da consciência ambientalista, o respeito entre as culturas e o desenvolvimento social e político das populações locais envolvidas. Ironicamente, de todas as atividades chamadas de ecoturismo, esta última é a mais difícil de ser encontrada. Tipicamente, o ecoturismo legítimo existe na forma de projetos experimentais, encaixados em esquemas maiores de conservação ou de desenvolvimento sustentável conduzidos por organizações governamentais e ONGs, das quais recebem financiamento na fase de implementação e subsídios para a manutenção. A viabilidade econômica de tais empreendimentos ecoturísticos, diga-se de passagem, ainda é matéria de especulação. O atual sucesso do ecoturismo demonstra, pelo menos, que paisagens naturais preservadas podem gerar dinheiro. Porém, ainda não sabemos o quando desse dinheiro, e das boas intenções dos ecoturistas, poderá ser convertido de fato em conservação e desenvolvimento social através do ecoturismo legítimo. Por enquanto, os feitos do ecoturismo não são proporcionais ao entusiasmo com que ele tem sido defendido por ONGs, promovido pela mídia e vendido por agências de viagens. Em suma, o ecoturismo ainda está menos para o "benfeitor do planeta", como a UNESCO o define, do que para uma poderosa estratégia de marketing e atraente oportunidade de negócios. * SILVIO MARCHINI é biólogo. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
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