Ministério do Esporte A hora e a vez do turismo
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A hora e a vez do turismo

O Brasil, por um período excessivamente longo, foi um dos maiores potenciais turísticos do mundo. Um diamante à espera de ser lapidado em brilhante. Em 1994, o País recebeu menos de dois milhões de turistas internacionais, contingente que injetou US$ 1,5 milhão na economia. Hoje, oito anos depois, constata-se que a indústria brasileira do turismo transmutou-se. A ponto de ter captado, em 2000, mais de 5 milhões de turistas estrangeiros. Consumidores que aqui deixaram cerca de US$ 4 bilhões. Para os que desconhecem o setor, parece pouco. Mas segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), o Brasil foi o destino que mais cresceu no turismo, entre 1996 e 2000, nas Américas. Essa radical modificação não ocorreu por artes de prestidigitação estatística. Transformar o Brasil em efetivo destino turístico implicou um trabalho estratégico, com ponto de partida na criação da Câmara Setorial do Turismo, instância onde nasceu o documento Política Nacional de Turismo, apresentado à sociedade, em 1996, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Macro-estratégias foram criadas e implementadas, resultando na modernização da legislação, na capacitação de mão-e-obra, na elaboração de um inédito projeto de marketing capaz de começar a promover o país em mercados prioritários e em substanciais investimentos em construção e modernização da infra-estrutura turística. Na realidade, o turismo brasileiro viveu uma revolução silenciosa, que assegurou a profissionalização do setor e a conscientização da sociedade para o fato de que a atividade é um fundamental instrumento de desenvolvimento econômico-social, respondendo, em curto espaço de tempo, por exponencial geração de emprego e renda. Ao decolar, a indústria brasileira do turismo não apenas conquistou novos clientes no mercado externo. Também domesticamente o setor cresceu. A ponto de ter gerado, em 2001, a renda de R$ 20 bilhões, contra R$ 13,2 bilhões em 1998. Movimento financeiro decorrente da realização de 54 milhões de viagens domésticas no ano passado, propiciando um crescimento de 16 milhões de viagens em relação a 1998. A expectativa de que a onda altista da indústria mundial do turismo prosseguisse foi, no entanto, interrompida em 2001. E não em decorrência direta do atentado terrorista em Nova York. Antes disso, a OMT já detectara o início da tendência de baixa, decorrente do compasso cadente do nível da atividade econômica. E as previsões de que ocorrera uma fuga de compradores, indicativo seguro de que a indústria turística entrara em ritmo de retração, foram plenamente confirmadas ao final do ano. Retração que deverá prosseguir neste ano, gerando um novo - e previsível - impacto negativo na indústria brasileira, em especial pelo agravamento da crise argentina e de alguns países vizinhos sul-americanos. O fundamento da crise decorre do fato de que 80% dos fluxos internacionais têm origem no mercado intra-regional, fenômeno que assegura ao México captar a cada ano mais de 20 milhões de turistas internacionais, sendo cerca de 18 milhões deles de norte-americanos. Assim como o México depende do mercado dos EUA para garantir a sobrevivência de sua indústria do turismo, o Brasil é ainda dependente da emissão continental. Por isso, neste momento de crise sistêmica na América do Sul, é fundamental que o setor, com os pés plantados na terra, encare a nova realidade. Ainda que conjuntural e, portanto, passageira. Encarar essa nova realidade significa a necessidade de os agentes do turismo brasileiro reorientarem suas táticas e estratégias comerciais e de comunicação social para substituir mercados em exaustão por outros de maior potencialidade, além de exercitar a criatividade na formatação de produtos turísticos diferenciados e customizados, capazes de seduzir turistas em busca de novos destinos alternativos. Não se descuidando, porém, de investir, ao mesmo tempo, na ampliação do mercado interno e na fidelização dos turistas brasileiros, segmento que, por sua vitalidade, evitou, no ano passado, que o setor sofresse um trauma ainda maior, ao responder por cerca de 70% da renda gerada pela atividade turística. Os agentes do turismo brasileiro devem encarar a nova realidade e reorientar suas táticas de comunicação social. Entre as táticas formadoras de uma nova estratégia para contornar a queda do nível do turismo receptivo sobressaem as de ampliar a oferta de vôos charters da Europa para o Brasil, o lançamento de uma nova campanha internacional nos principais mercados emissores de longa distância e a consolidação, nesses mesmos mercados, dos comitês "Visit Brasil", que funcionam junto às nossas Embaixadas. Iniciativas que integram a lista de ações prioritárias do Ministério do Esporte e Turismo, a serem realizadas até o final deste ano, mas que não podem ser encaradas como panacéia. Simplesmente porque a retomada do nível que marcou o crescimento da atividade turística no Brasil só deverá ocorrer a partir de 2004. Ou, na melhor das hipóteses, no segundo semestre de 2003. Como milagres não ocorrem no mundo da economia real, a opção da indústria brasileira do turismo é agredir nichos de mercado que vão continuar adquirindo produtos caracterizados pelo preço elevado. Como o ecoturismo, o turismo de aventura, a pesca esportiva, o turismo cultural, o turismo de congressos e convenções e o de viagens de incentivos. Somente assim o Brasil poderá voltar a sonhar com as metas de captar, até 2007, 9 milhões de turistas internacionais e de ampliar a 65 milhões o total de viagens domésticas. Objetivos ao alcance de um país que, carente de vizinhos economicamente desenvolvidos, como é o caso do México, necessita buscar caminhos próprios, processando com profissionalismo seus recursos culturais, naturais e humanos. Com base nesse processamento planejado e articulado, destinado a transformar matéria prima em produtos competitivos, o turismo se transformará, definitivamente, em atividade econômica estratégica para o País, e, conseqüentemente, em instrumento poderoso para reduzir nossas desigualdades regionais e sociais. Produtos que têm de ser oferecidos a preços honestos, competitivos, e que, obrigatoriamente, necessitam garantir qualidade de serviços, criatividade e diferenciais agregados.
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